ᴘᴇᴛᴛᴇʀ ᴘᴀɴ~ A encaro enquanto ela soca a porta, em vão. Ela já estava fazendo isso há um bom tempo, e me irritando.
—— Da pra PARAR- falo.
Uma ordem simples e clara, compreensível.
Ela para, me olha. Em seguida revira os olhos e volta a socar a porta.
Isso me incomoda.
Qual era a dificuldade de executar? Era tão, mas tão difícil assim? Parecia fácil para os garotos, cuja salvação da sua vida fui eu.
Ah.
Eu nunca a salvei. Ela era a própia independência e salvação. Não me devia nada, e não acha que deveria. Esse é o problema.O acidente com a sereia não foi suficiente.
Então...
Sorrio.
Farei ela achar que sim.
Me sento em uma cadeira qualquer e a encaro. Ela iria ficar incomodada, mas não importava. Avaliar o oponente era uma tática.
—— Dá pra PARAR, Petter? Parece que você vai me devorar ou algo assim-
Talvez, talvez eu vá mesmo.
Ela me olha, como se eu fosse um estranho.
E de certa forma, era. Era sim.
Mais um ponto especial. Isso tinha que mudar.
—— Socorro, que hospício - murmura
Ela se levanta, inquieta. Olha ao redor. Para. Se movimenta novamente... se senta ao meu lado.
E... não fala nada. Não, definitivamente não estava nada bem. Desde que coloquei meus olhos nela ela não parou de falar, em nenhum segundo sequer. Eis um milagre.
Ela pega uma uva da mesa, e coloca os pés em cima dela.
—— Ei, ei, ei. Tira os pés daí madame.- tiro os pés dela da mesa, e ela me olha de cima a baixo, me desafiando, e coloca os pés lá de novo. Inclina a cabeça para trás e fecha os olhos, audaciosa, como um sinal claro de segurança, que ela tinha certeza que eu não iria fazer nada. Que iria obedecê-la.
Isso me irritou. Irritou e não era pra ter sido feito. Eu era quem mandava ali, sempre tinha sido e sempre iria ser.
Era como tudo funcionava.
Silêncio.
E do nada, ela se levanta.
—— Então, bem, boa noite. - diz e simplesmente parte para o quarto, me deixando na sala de jantar. Eu iria mesmo ter que passar a noite ali? Não estava em casa. Tinha somente um quarto. Ela achava mesmo que eu iria dormir no chão?
Caminho a passos lentos até o quarto. E a observo enquanto escova o cabelo para dormir. Me pego contando. Passa a escova uma vez, e então duas, e cada vez seu cabelo ondulado fica mais e mais macio. Vinte vezes cada lado.
Me aproximo da cama e me deito, sem fazer nenhum ruído.
Ela deixa a escova na cabeceira e se deita na cama. Vai se virar, e:
—— QUE PORRA PETTER!- quase grita, mas tapo sua boca antes que xingasse mais alto.
—— Shhh. Já te falei que você devia ter nascido homem?
—— Cala a boca!- ela joga o travesseiro em mim, me empurrando da cama e me fazendo cair.
Aí não.
Chegou no limite.
Subo na cama novamente, jogando o travesseiro em seu rosto. Logo já estávamos brincando, e ela já abria o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.
Não. Não.
Paro de repente, e ela estranha. Segura meu pulso, o acariciando, e olha nos meus olhos.
—— Por que parou?- ela pergunta, quase chateada.
Ela estava... pera. Ela tava flertando??
Nora Darling, a própia, flertando. Agora eu oficialmente eu já tinha visto de tudo na vida.
E era assustador. E totalmente atraente.
Ela pega minha mão e a coloca ao lado de sua cabeça.
Não me controlo. Levo minha boca de encontro a dela e passo minhas mãos pelos seus braços nus. Mordisco sua orelha, e ela parece gostar, até que fica rígida embaixo de mim, e me empurra.
—— Que porra foi essa, Petter Pan??- sussurra ela, ofegante.
—— Você não...
—— Eu o quê??- revira os olhos- boa noite Pan.- ela diz, fria, e se vira para o outro lado da cama.
Faço o mesmo, mas a noite não foi nem um pouco boa.
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𝐃𝐀𝐑𝐋𝐈𝐍𝐆.
Teen Fiction୨୧̾ . ☇ ࣪⸼ ࣪ 🕯﹅Pare e escute, os 𝐃𝐚𝐫𝐥𝐢𝐧𝐠𝐬 sempre tem uma história pra contar... " Ela dizia que uma história nunca morria se alguém contasse, e foi o que fez... e pelo visto, queria que eu não só contasse, mas vivenciasse também. Vovó Wend...