Eu não quero ir, porém depende

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A segunda feira amanheceu com sol. Com o tempo bem instável naquele mês, faria calor durante toda a semana. Só que o clima lá fora não ficaria tão quente quanto o da cozinha da cafeteria.

Desde cedo, Nino e Adrien se encontravam em uma disputa que veio se arrastando a partir do domingo, a tarde, quando ambos se encontraram. Havia um impasse entre os dois. Nino tinha visto no Facebook uma feira de microempreendedorismo que ira acontecer em Roma a dois finais de semana e achando que seria uma boa ideia para os sócios participarem, apresentou a proposta para a cabeça dura do Agreste que de primeiro momento refutou com o empecilho bem simples de se entender- não tinham dinheiro para isso.

O segundo ponto apresentado por ele foi – a cafeteria não poderia fechar durante o final de semana. E o terceiro e ultimo - mas não menos importante - é que ele não queria sair de Paris por um simples motivo chamado Marinette Dupain-Cheng no qual o mesmo nem precisava dizer para o amigo, pois ele já sabia muito bem!

Só que Nino era tão teimoso quanto, e ficou insistindo aquele tempo todo com o loiro que eles deveriam participar desse evento, seria um local de troca de conhecimento, ampliação de network e por aí vai.

- Nino, presta atenção, não é que eu sou totalmente contrário a ideia, mas não dá pra eu e você sairmos de Paris agora. A cafeteria ta ficando cheia, principalmente os finais de semana e tu sabe disso cara! – Mas Adrien continuava inflexível e o refutava enquanto limpava a chapa com a força do ódio.

- Ai meu caralho! Mas vai ser só um final de semana e se liga, não precisa ir nós dois então, eu posso ir e você fica aqui tocando com a Chloé e a Felícia, chama ela po!

- Aaah muito bom mesmo! Vou achar ótimo ficar aqui sozinho com duas pirralhas e você lá em Roma pagando de gostosão!

- Puta que pariu mas que pagando de gostosão o que?! Se eu vou lá é pra ajudar esse negócio que eu e você arranjamos ô seu idiota!

Adrien o fuzilou com o olhar depois de ter virado o balcão para passar um pano no vidro. – É por isso mesmo que a gente não pode fechar por um final de semana e se eu não for você não vai!

- Vá toma no seu cu hein! Que porra de sócio eu fui arranjar.

O loiro deu de ombros. – Dane-se, agora já era! Mas se liga Nino, esquece isso um pouco, vai haver outras oportunidades. Essa não é a ultima!

- E se não der pra ir? Agora dá, se a gente se organizar, da sim.

- Se organizar como ô filhote de cruz credo, me explica aí então!! – Adrien já estava com as veias na testa todas saltadas e não percebeu quando a porta da cafeteria se abriu.

- Chegou cliente.

- Ta peraí. – Ele virou o rosto rápido sem se dar conta, de quem era o "cliente" que havia chegado. – Só um momento que eu já vou te atender. Então ô sabichão me fala aí como é que a gente vai resolver...

Nino bufou revirando os olhos quando viu a feição do loiro mudar no momento que este se deu conta que Marinette havia chegado. Ele se virou na mesma hora, dando um largo sorriso – muito diferente – do jeito brigão no qual se encontrava a poucos minutos antes.

- Agora já era, vou até por a música da dona Florinda e do professor Girafales. – o Lahiffe resmungou virando para ir ao banheiro. Só que Adrien nem respondeu a provocação indo direto ao encontro de Marinette que havia ficado em pé perto da mesa que costumava sentar. Os dois se aproximaram e trocaram um beijo suave abraçando-se um na cintura do outro.

- Bom dia Mari.

- Bom dia... ta tudo bem? Parecia que você e o Nino estavam discutindo...

- Ah.. – ele balançou a cabeça ao mesmo tempo em que puxava a cadeira para que ela se sentasse. – É uma longa história. Senta aqui um pouco que eu vou preparar o café e já te conto.

- Ta bom.

Viu-o se afastar brevemente, mas o mesmo voltou para lhe da mais um beijinho. – Linda!

Marinette não conteve um sorriso e balançou a cabeça enquanto se sentava. Não demorou muito para que Adrien preparasse seu café, porém ele não teve como acompanhá-la daquela vez, pois teve que preparar também o pedido de algumas outras pessoas que chegaram.

Por fim, a mestiça teve que ir embora. Ele então a acompanhou na frente da cafeteria e os dois permaneceram conversando um pouco. Nesse momento, Adrien resumiu seu "problema" com Nino em poucas palavras.

- Entendi. Mas eu até que concordo com o Nino, sabe Adrien... essas feiras são muito importantes para quem ta começando um negócio como vocês.

- Eu sei Mari, mas eu fico com receio de não ser uma boa... que no fim, não seja tão proveitoso como estamos pensando, entende?

- Sim, eu entendo, mas aprendizado nunca é algo necessariamente "jogado fora". Eu sei que vai ser um sacrifício, mas vai ser bom pra vocês dois.

- Não da pra gente ir junto, se for, tem que ser eu ou ele.

- Ah... – Ela sorriu tímida colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. – Se você quiser ir, eu tenho uma tia que trabalha em uma agencia de viagens. Ela pode conseguir um preço bem bacana pra você... se eu disser pra ela que você é o meu namorado...

As bochechas do Agreste ruborizaram na mesmo instante que as de Marinette. Ele sorriu aproximando-se dela para segurar uma das suas mãos. – E se por um acaso... eu resolver ir... você viria comigo?

- Ir com você... pra Roma...?

- É só um final de semana. E a gente não vai ter muito tempo pra fazer nada lá mas...

- Não, isso não seria tão importante. É que, na verdade, se eu for com você, vai ser a primeira viagem que eu vou fazer com um... namorado.

Adrien quase teve uma sincope ao ouvir Marinette falando com aquele jeitinho tão doce e delicado. Fora sua face que estava totalmente ruborizada. Ele não teve dúvidas, iria naquela maldita feita, naquela maldita Roma com Marinette porque sim. Então acordou com a mesma dela verificar com sua tia a questão dos valores para que pudesse fechar a inscrição na feira e toda a programação da viagem que fariam juntos.

E depois de dar um beijão naquela boquinha bonitinha, entrou decidido na cafeteria, caminhando diretamente à Nino que franziu a testa com a sua aproximação estranha.

- O que foi?

- Eu vou nessa merda.

- É o que??

- Você ouviu, já ta decidido, agora bora trabalhar.

Ah mas essa era boa. Nino não podia ACREDITAR na audácia daquele miserável. Agora ele tinha mudado de ideia? Pois muito bem. Quem iria tirar o cavalinho da chuva, SERIA O GOSTOSÃO PAGANDO DE LOUCO! - Decidiu é? Bom saber. Só que eu vou te falar uma parada, você não vai a lugar nenhum. Quem vai, sou eu.

Love Days  ~ AdrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora