Love Days ~ Adrinette

Olha o que o amor me faz

No dia seguinte, bem cedo, Marinette acordou para ir trabalhar. Mas diferente dos outros dias, ela passou um pouco mais de tempo na frente do espelho da penteadeira.

Sem que pudesse perceber, analisava com cuidado seu reflexo, estudando como ficaria bem, se prenderia o cabelo, ou faria cachinhos ou quem sabe um rabo de cavalo para o alto? E a maquiagem? O dia estava um pouco nublado, poderia combinar com tons sóbrios e neutros...

Será que ele iria gostar?

E quando se deu conta do rumo dos próprios pensamentos, parou por um momento, olhando para as coisas que havia em cima da penteadeira. Franziu a testa passando a mão na lateral do rosto em pleno sinal de frustração.

Parecia uma tonta escolhendo maquiagens, penteador e até mesmo a roupa que iria vestir. Por quê? Pra que? Era só mais uma segunda feira, só mais um dia comum! Não tinha nada demais. Iria encontrar com as mesmas pessoas que costumava encontrar todas às vezes.

Ela então resolveu esquecer toda aquela besteira e decidiu por passar uma maquiagem simples, escovando os cabelos para deixá-lo solto e pronto.

Colocou uma roupa social modesta, sapatos baixos, o mais básico que poderia estar e seguiu logo em seguida para o trem.

Depois de embarcar, sentou-se em um dos bancos e permaneceu quieta,concentrada, sem ouvir nenhuma musica ou ler qualquer coisa na internet. Queria se manter se manter firme nas suas convicções para que não deixasse seu estúpido coração dominá-la.

Mesmo que naquela altura, não tivesse se dado conta que no fundo, não conseguia parar de pensar no momento que encontraria com Adrien novamente. Tirando o fato que, além disso, não tinha entrado no jogo noite passada, indo dormir bem cedo.

Ela não queria admitir e não iria assumir, Enganava-se mais uma vez dizendo para si mesma, que estava tudo bem. Mas só foi sair da estação e parar de frente à cafeteria que pôde sentir um súbito incomodo percorrer o corpo.

Era inédito e estranho, pois nunca havia se sentido daquela forma por estar tão próxima àquele lugar.

O que era isso meu Deus? O que estava havendo?

Ela até pensou em se virar e ir embora, mas não deu certo, pois ao mesmo tempo em que não queria sua mente e seu corpo, pediam para que fosse até lá.

Porque seus olhos precisavam se encontrar mais uma vez com os dele, com aquela luz, tão linda e tão única... só mais um vez.

Ela então parou para pensar e depois de respirar fundo, atravessou a rua e seguiu à entrada da cafeteria. Abriu lentamente a porta de vidro pondo primeiro o rosto e depois o restante do corpo para dentro onde só Nino atrás do balcão.

O moreno sorriu e a cumprimentou e ela fez o mesmo, passando os olhos ao redor enquanto caminhava para se sentar.

Nino se aproximou e perguntou seu pedido ao que ela confirmou que seria o de sempre. Quando o viu se virar, pensou em perguntar sobre Adrien, mas logo travou permanecendo quieta sem que o pudesse fazê-lo, mas...

Que saco! Ele não aparecia, será que tinha acontecido alguma coisa? Os segundos passavam tornando-se minutos, até chegar próxima a hora de ter quer ir para a empresa e nada dele.

Sentia-se frustrada tendo que se levantar dando uma ultima espreitada esperançosa na porta, esperando que de repente, ele surgisse, mas nada.

Então caminhou para pagar a conta, lavar as mãos e por fim sair da cafeteria. Pensou até em aguardar só mais um pouquinho, talvez Adrien estivesse atrasado, mas se ficasse ali, chegaria tarde no seu próprio trabalho, então era mesmo melhor ir embora.

Ela deixou um suspirou sair da boca e dando uma ultima olhada para dentro da cafeteria, viu Nino atrás do balcão aparentemente ocupado. Cogitou a ideia de ir lá perguntar por Adrien, mas isso seria estranho. - Seria mesmo? - Ela já nem sabia por que estava muito confusa e após de fechar os olhos e franzir a testa, resolveu seguir seu caminho.

Infelizmente, não deu muito tempo e Adrien apareceu esbaforido. Ele teve que levar Felícia na faculdade, pois ela tinha um trabalho para apresentar no qual não poderia chegar atrasada.

Assim que ele abriu a porta da cafeteria, Nino olhou seu semblante e deu uma risada.

- Já era irmão, ela acabou de sair.

O loiro suspirou fechando os olhos.

Que droga... correu tanto pra nada! Queria ter visto ela como todos os dias. Agora sua segunda feira seria incompleta.

Após de lavar suas mãos e o rosto, pegou o celular do bolso da calça e abriu o perfil de Marinette no Line.

Será que seria legal da sua parte mandar uma mensagem de bom dia? Afinal, os dois já eram amigos não é? Mesmo que ela nem tivesse perguntado sobre ele... tudo bem, ele se importava com ela. E queria realmente que ela soubesse disso, queria ter um contato, ainda que fosse através de uma simples mensagem.

Enfim. Ele se sentou em uma das cadeiras e digitou:

"Bom dia. Desculpe por não ter feito o seu café hoje, deve ter sentido falta do "melhor café de Paris" rs, mas eu tive um compromisso. Espero que tenha um ótimo dia."

- Que bosta... – murmurou assim que mandou o texto para Marinette. Agora se ela responderia, teria que esperar para ver. É claro que se por um acaso ela o fizesse, faria seu dia muito melhor.

Assim como ele tinha causado à ela mesma com aquela mensagem.

Marinette se encontrava chegando próxima à sua mesa de trabalho quando ouviu o celular vibrando dentro da bolsa. Achou que fosse Marc e estava doida para encontrá-lo e conversar sobre a festa mas, não era ele. Era outra pessoa. Alguém inesperado e que preencheu seu coração de calor ao perceber que ela não tinha sido esquecida.

Não, nem um pouco.

E relendo a mensagem pela terceira vez depois de um curto espaço de segundos, Marinette se sentou na cadeira com um sorriso bobo no rosto.

Adrien não tinha se esquecido dela, quando ela mesma se quer tinha perguntado sobre ele.

- Que fofo... – sussurrou baixinho, enquanto respondia sua mensagem.

"Oiee! Poxa, é verdade, o café do Nino não é tão bom quanto o seu... mas não conta pra ele! Enfim, hoje passou, mas amanhã eu vou querer hein! E inclusive, esta tudo bem com vc?"

Depois de enviar o texto, Marinette achou que ele só responderia depois de um tempo até mesmo só à noite, mas bastou ela bloquear a tela para que a reposta surgisse diante dos seus olhos.

E assim os dois passaram o dia, trocando mensagens e combinando obviamente, o café do dia seguinte.