Passaram-se dois dias desde então e não tendo como ser diferente, Adrien buscou cativar Marinette da melhor maneira que pôde. Seja com suas tentativas de "desenhar" no seu café, ou até mesmo mandando mensagens esporádicas ao longo do dia, enfim, ele dava seu jeito de manter e estreitar o contato com ela.
Naquela altura, Nino tomou ciência do que tinha acontecido no final de semana dentre eles, e por sua vez, tentava dar "aquela forcinha" para Adrien sempre que podia, saindo das vistas dos dois para deixá-los mais a vontade.
Talvez até já estivesse estampado na sua testa, mas Adrien não conseguia conter sua empolgação traduzida em sorrisos, em todos seus gestos quando estava com ela. E por parecer correspondê-lo, ainda que de maneira tímida, ele já se sentia feliz por tê-la mais próxima, sendo que antes eles mal se falavam!
Agora trocavam mensagens, conversavam, davam até risada juntos, tinham ido ao cinema, enfim, era muito bom.
Inclusive para a própria Marinette que continuava tentando se enganar - em vão - que não querer tê-lo por perto. Todos os dias ela acordava convencida de que não iria à cafeteria, mas bastava receber uma mensagem, ou por os pés para fora de casa que inevitavelmente aparecia por lá, sorrindo ao ver Adrien, ao falar com ele.Por mais que tenha tentado relutar contra esse desejo, até se forçando a jogar mais, a se manter mais conectada à Luka, tudo sempre ia por terrra quando olhava em seu rosto, pois não enxergava a mesma coisa que passou a ver nos olhos de Adrien.
Luka não estava lá, ele era uma doce mentira, não estava vivo. Não era como Adrien que a fazia tremer só pela vontade de abraçá-lo. Porque todas as vezes que ele se aproximava, ela podia sentir seu perfume, assim como a quentura que seu corpo inteiro que lhe causava febre de tanta vergonha e desejo.
Estava perdida. Confusa. Aquele sentimento era tão bom de sentir, e terrivelmente nostálgico. A ultima vez que se sentiu assim foi usada, abandonada e esquecida.
Até que ponto poderia confiar em Adrien? Isso se houvesse a possibilidade dele corresponder aos seus sentimentos, o que talvez, fosse improvável porque eles eram só amigos. E por pensar assim, Marinette se obrigava a reconhecer que não haveria nada entre ela e ele, além de uma simples amizade.
O que era a ultima coisa que Adrien queria, pois ele... aah ele queria ser o namorado dela, queria ser seu companheiro - amigo também - mas muito mais que isso.
Queria se tornar seu amante, o homem que estaria ao seu lado quando ela precisasse... assim que acordasse e quando fosse dormir. Todos os dias. E já estava pensando em como a chamaria para jantar naquela sexta.
Se tudo desse certo, a levaria em um restaurante perto do Louvre, onde depois, eles poderiam caminhar aos arredores, passeando por Paris a noite e por fim, com muita sorte, poderia quem sabe "roubar" um beijinho dela. Ou dois, ou três, ou quatro, ou cinco.
- Adrien...
- Ou seis...
- Adrien!
- O que foi?
Nino cruzou os braços – Já tava pensando na Mari de novo né?
- De novo? Eu só vivo pra pensar nessa mulher, mas fala aí o que tu quer?
- Então, eu tava pensando aqui, porque você não vai buscar ela lá no trabalho hoje?
Adrien quase engasgou com a água que estava tomando. – O que??
- O que o que?
- Como assim cara, que papo é esse?
- Não, na moral... se liga, ela trabalha aqui perto não é?
- Sim.
- Vocês já tão no maior papo aí no Line que eu sei, então arranja um pretexto sei lá, mas vai lá e aparece na porta da empresa com essa cara de cuzão mesmo!
- Eu concordo!! – Chloé disse ao fundo sendo repreendida com o olhar "fuzilante" de Adrien sobre si. Ela então voltou a varrer o chão.
Mas pensando bem, até que aquela ideia do Nino não era tão ruim assim, o problema é que ele realmente não sabia qual pretexto iria se utilizar pra aparecer do nada com aquela cara de bocó na frente da Marinette.
Felizmente, existia uma coisa na qual Adrien não estava contando e que ele deveria aprender – quando o destino queria, ele sempre iria abrir portas.
Ao fundo todos ouviram uma forte trovoada anunciando uma tempestade que se aproximava. Nino, Adrien e Chloé saíram para ver o céu. O moreno sorriu e olhou em sua direção.
- Aí ó, ta aí o seu "pretexto".
- Caraaamba chefinho, agora pede um milhão de euros, pede pede! – Chloé disse empolgada segurando um dos braços de Nino. Os dois foram ignorados por Adrien que observar as nuvens negras preenchendo o céu, deu um sorriso pensando que seria muito bom de fato, ir buscar Marinette na empresa.
Decidido a fazer isso, sabia que ela iria sair logo mais então acertou com Nino que ficara mais tarde no dia seguinte para fechar o estabelecimento. Mando uma mensagem para Marinette avisando para ela não ir embora assim que largasse o expediente, entretanto, ela não respondeu. Mas mesmo assim ele decidiu que iria até lá para ver se a encontrava.
Um frio se instalou na sua barriga como se um bando de borboletas voassem ao mesmo tempo. A temperatura se assemelhava ao redor pois a medida em que a tempestade se aproximava, um vento gélido percorria a cidade.
Adrien deu uma verificada no porta luva e agradeceu a si mesmo e à Deus por não ter esquecido o guarda chuva preto que costumava usar. Ele dirigiu os poucos quarteirões que distanciava a cafeteria até a empresa onde Marinette trabalhava e estacionou próximo. Ficou a observar a movimentação de pessoas saindo do prédio onde deu mais uma olhada no celular. Sua mensagem se quer havia chegado, ela deveria ter perdido o sinal ou quem sabe estava sem bateria.
Com os olhos atentos estudava cada pessoa, buscando encontrar seu rosto, sua forma dentre aquela gente sem graça que não chamava nenhuma atenção. E a medida que ia olhando, seu coração acelerava no peito, se preparando para ver Marinette até que de repente, como se ela fosse um farol no meio do mar reluzindo ao seus olhos, Adrien a viu caminhar ao lado do cara que julgou que fosse seu namorado.
Adrien sorriu abrindo a porta do carro, mas no mesmo momento que pôs os pés para fora começou a chover. Ele então voltou e pegou o guarda chuva, saindo novamente para ir em direção à Marinette que ainda não o tinha visto. Para falar a verdade, vê-lo por ali era a ultima coisa que estava esperando que fosse acontecer e sentia-se triste e cansada por saber que teria que aguentar aquela chuva passar para poder ir para casa.
- Que droga né? Se eu tivesse o Nath ainda, ele poderia vir me buscar de carro... mas aquele ruivo dos infernos não quer nem olhar na minha cara... - Marc resmungou fazendo um biquinho o que fez Marinette rir abaixando a cabeça.
Quem dera ela tivesse alguém para ir buscá-la... seria legal, ter tipo um namorado... ou alguém que se importasse com o seu bem estar.
- Ei Mari, eu acho que estou vendo coisas, mas aquele ali não é bofe da cafeteria?
No mesmo momento Marinette elevou seus olhos e quase sentiu o coração parar no peito quando viu Adrien cruzando a rua em sua direção.
Não era possível... o que ele estaria fazendo lá?
Por acaso... ele tinha vindo buscá-la?
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Love Days ~ Adrinette
RomanceMarinette é uma assistente administrativa já com seus quase 25 anos. De personalidade fácil e maleável, sempre fora muito reservada e tímida, principalmente quando o assunto era "relacionamentos amorosos", apesar de se manter sonhando com o príncipe...