Fuck that bitch

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Nikki Sixx

Finalmente, depois de tudo, eu tinha conseguido falar com ela.

— Amei ver você no pole hoje, gata! Foi incrível!

— Obrigada. — sorriu forçadamente. — Pode me soltar?

— Shannon...

— Aqui no Seventh, sou a Holly.

— Desculpa.

— Ok. Até mais.

Ela acenou e foi em direção ao grupo de dançarinas, que soltaram risos. Acho que estavam debochando de mim. Revirei os olhos e voltei pisando firme à mesa do Mötley.

Foda-se essa vadia!

Shannon Blythe

Entrei na Hell House tentando não fazer toc-toc com os saltos. Pelo menos, não tanto. Logo de cara, vi Steven roncando feito uma serra elétrica no sofá... Coitadinho, o único sem um bom espaço para dormir. Subi as escadas e entrei no terceiro quarto, onde Izzy e eu dividíamos uma beliche. Para meu azar, ele acordou por causa dos barulhos.

— Deus, Holly! Que merda você está fazendo?! — cobriu a cabeça com o travesseiro.

— Olá! Sim! Estou bem! Obrigada por perguntar! — retruquei, na falha tentativa de inverter a situação. Claro que eu sabia que estava errada. — Acabei de chegar do Seventh.

— Que horas são?

— Ah... — ponderei e torci o nariz, temendo responder. — Cinco da manhã.

— Porra! — gritou, descobrindo o rosto.

— Fala baixo!

— Se continuarmos assim você vai mudar de quarto!

— Ah, Izzy, por favor...

— Tenho que falar a verdade!

Mostrei o dedo e me tranquei no banheiro, soltando fumaça pelos ouvidos.

— Mas que merda!

* * * *

— Bom dia flor do dia! — Steven sorriu ao me ver descer as escadas.

Ele, Duff, Izzy, Axl e Slash estavam sentados no sofá azul, espremidos como se estivessem dentro de uma lata de sardinha.

— Bom dia, meninos!

— Hoje é dia de apresentação? — McKagan perguntou, tomando uma lata de Budweiser.

— Minha não, só da Jodie.

— Tendo boceta, eu tô dentro. — Axl deu de ombros.

Lembrei que Samantha estaria me esperando em frente ao Seventh, porque tínhamos combinado de passear em lojas de roupas da região, me despedi deles e fui.

* * * *

Onze da noite e eu e Sammy esperávamos no beco por clientes. Aquele ponto ficava em West Pico Boulevard, um bairro perigoso, cheio de gangues e imigrantes ilegais.

— Holly... — ela sussurrou. — Aquela ali não é uma concorrente?

Olhei para o lado e vi, ao longe, uma maldita prostituta atrevida.

— Merda! — xinguei de punhos cerrados. Comecei a caminhar até ela, fazendo barulho de saltos no asfalto. — Ei, vadia! Esse ponto já tem dono!

— O que disse? — perguntou, cinicamente.

— Eu disse que esse ponto já tem dono, inferno! — gritei. — Sai daqui!

— Fica calma, Holly!

— Não se mete, Samantha!

Fomos interrompidas por um Porsche 914 preto, que entrou na rua em baixa velocidade.

— Ei, gostosa! — o carro parou ao meu lado. — Quanto você... Shannon?!

Arregalei os olhos. Meu Deus! Onde estão as câmeras? Sixx era o homem dentro do Porsche.

— Que merda você está fazendo aqui nesse fim de mundo?!

— Ele quer sexo pago? — Samantha ironizou.

— É, mas... Calma aí... Vocês não trabalhavam no Seventh Veil?

— Não dá pra sobreviver só com aquele cachê, Nikki. — ri.

— Ah, sei lá.

— Me quer?

— Sempre.

Abri a porta do carro e, antes de entrar, encarei Samantha.

— Te vejo mais tarde?

— Vá em frente, querida! — sorriu.

E eu fui, sem pensar.

Call Girl | Nikki SixxOnde histórias criam vida. Descubra agora