Heroin

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Nikki Sixx

Não resisto a essa garota, merda! Tínhamos acabado de transar dentro do carro e Shannon estava deitada sobre meu peito com a respiração ofegante, boca entreaberta e seus cabelos lisos e loiros caindo em cascata pelos ombros. Ela era uma prostituta, mas uma prostituta que eu simplesmente não conseguia tirar da cabeça.

— Hum... — resmungou de olhos fechados e sorriso nos lábios. — Nikki, posso perguntar uma coisa?

— Claro que pode. — acariciei seu rosto angelical.

— Qual é a sua idade?

— 26.

— Ah! Eu sabia que era mais velho!

— E você?

— 21.

De repente, seu sorriso sumiu e ela começou a vestir apressadamente as roupas espalhadas pelo carro.

— Ei, o que foi? — franzi o cenho.

— Tenho que ir.

— Mas...

— Me pague o quanto quiser! Eu só quero sair daqui!

— Eu te levo, Holly... Porra! Calma!

Shannon Blythe

Não, definitivamente não!

O que aconteceu comigo?

Eu nunca tinha tido uma conversa tão íntima com um cliente antes, aquilo me abalou, era inaceitável e eu sentia o desespero me consumir. Nikki dirigiu em direção ao bairro de Pico Boulevard.

— Não entendi, Holly...

— Não precisa entender.

O silêncio pairou, desconfortável, mas por sorte chegamos em dez minutos.

— Tchau.

Ia sair do Porsche, quando ele agarrou meu braço.

— Qual é! — exclamou. — Você está tão afobada que se esqueceu do dinheiro!

Suspirei, colocando as mãos na cabeça. Naquele momento, a única coisa que queria era máxima distância possível de Nikki Sixx.

— Toma. — estendeu um bolo de notas de cinquenta amassadas. — Aqui deve ter uns quinhentos dólares.

— Nossa... Obrigada... Muito obrigada!

— Nos vemos em breve.

Ele foi embora cantando os pneus.

— Holly!

Pulei de susto.

— Caralho!

— Desculpa. — era Sammy. Ela viu toda aquela grana e arregalou os olhos. — Meu Deus! Caramba! Quanto tem aí?

— Ainda não contei.

— Como assim?

— Uma longa história, ok? — suspirei fundo. — Me deixa em paz!

* * * *

Um mês se passou e o Mötley Crüe nunca mais tinha dado as caras.

Era domingo e eu varei a madrugada deitada no sofá da Hell House, assistindo algumas fitas de filmes de comédia que encontrei no meio das tralhas do Duff.

— Eu mereço! Puta que pariu... — Slash resmungava.

Eu mereço. — enfatizei, revirando os olhos.

— O que acontece, hein? Por que você não para de assistir esses filmes chatos?

— Cala a boca. — bufei.

— E meu pó, Holly? Caralho! Você acabou com todo meu pó!

— Acabei mesmo! E daí?

— Ei! Que gritaria é essa? — Axl desceu as escadas trazendo um "kit heroína". — Vamos dividir?

— Não sei, não, baby... — respondi, receosa. — Nunca injetei antes.

— Para tudo se tem a primeira vez, gata! Prometo que não vai ficar viciada!

— Será?

— Prometo! — insistiu.

Suspirando, concordei com a cabeça, o que o fez sorrir e sentar entre mim e Slash. Assisti o ruivo derreter uma pedra marrom na colher e, confesso, vieram um milhão de motivos na minha mente para aquilo dar errado. Só um para dar certo.

Ele colocou a seringa na boca e tirou o cinto.

— Quer, Hud?

— Quero.

— Ok. Me dá o algodão.

Slash entregou um pequeno chumaço, Axl jogou na colher e a droga foi absorvida.

— Agora é hora! — o ruivo enrolou o cinto com força no meu braço. — Está preparada para chegar nas nuvens?

— Não...

— Cuidado, cara! — o cabeludo alertou. — Coloca uma dose menor!

— Dose menor o caralho! Quero que essa garota sinta o melhor orgasmo da vida dela!

Arregalei os olhos e ele injetou em mim.

Nikki Sixx

24 horas depois...

— Por que ela faltou? — perguntava aos berros para Samantha. — Eu preciso ver Holly! Eu... Eu preciso vê-la!

— Calma, Nikki!

— Onde ela está? — chacoalhei seu corpo. — Onde Holly está?!

— Tira essas suas mãos de mim! — gritou. — Se você não se acalmar, não passo o endereço! Por que está se preocupando tanto? Ela é só mais uma prostituta!

— Passa o endereço!

— N Fuller Ave, 1139.

Saí do clube, montei na Harley-Davidson e arranquei velozmente.

Axl Rose

— Axl, você é um idiota. — enquanto assistíamos TV, Slash me repreendeu.

— Mas pode ter certeza que essas foram as melhores horas da vida da Shannon!

Fomos interrompidos pelo toque da campainha e eu levantei do sofá para abrir a porta.

— Mas que porra...

Era Nikki Sixx, baixista do Mötley Crüe.

— Onde Holly está?!

— Calma, cara! O que aconteceu?

— Quero vê-la, porra! Me deixa entrar!

Aquilo irritou... Ninguém fala assim com Axl Rose.

— Quem você pensa que é, seu merda, pra vir na minha casa e me tratar desse jeito?! Na minha casa! — pressionei o indicador contra seu peito. — E se ela não quiser te ver, huh? Não posso deixar entrar, caralho!

— Axl! — Slash apareceu atrás de mim e me segurou pelos braços. Encarei aquele idiota de cabelos espetados com ódio, ofegando. — Pode entrar, Nikki. Você é foda!

— Obrigado. — ele sorriu e entrou, fingindo que eu não estava ali prestes a matá-lo.

— Andar de cima, terceira porta do corredor.

— Valeu... Qual é seu nome?

— Slash! — o poodle filho da puta, que tirou minha autoridade, sorriu de volta.

Call Girl | Nikki SixxOnde histórias criam vida. Descubra agora