Shannon Blythe
Acordei com uma enxaqueca do inferno. A claridade entrava pela janela do quarto e não me deixava abrir os olhos, que ardiam feito brasas. Tentei me mexer, mas não consegui. Todos os músculos e ossos do meu corpo doíam. Não sabia onde estava, nem lembrava o que tinha feito. Assim, os segundos foram se passando e, aos poucos, flashes clarearam minha mente. Quando consegui abrir os olhos, pisquei várias vezes e recebi a visão embaçada do meu corpo nu.
Puta merda.
Olhei afoita para o lado e encontrei Nikki deitado de bruços com o rosto afundado no travesseiro, também nu, respirando pesado, dormindo lindamente. Um verdadeiro anjinho... Caído.
— Queria lembrar o que tanto fizemos! — pensei alto e afaguei seus cabelos bagunçados.
— Huh? — resmungou, deixando um gemido de dor escapar. Ele colocou a mão na cabeça, tentou abrir os olhos e, como eu, não conseguiu. — Ai! Onde estou? O que aconteceu?!
— Você está na sua cama e transou horrores comigo.
— Mas, Shannon... — tentou abrir os olhos pela segunda vez. — Caralho, que enxaqueca!
Ri baixo.
— Holy shit... — outro resmungo com voz rouca de sono sexy. — Tô começando a lembrar... Sério que eu cheirei cocaína no meio dos seus peitos?! — franziu o cenho.
— Também lembrei disso... Parece que sim. — sorri maliciosa.
— E que horas são, linda? — Nikki se espreguiçou e beijou minha boca, mesmo que não estivéssemos em condição para fazer isso. — Bom dia, boa tarde ou boa noite?
— Não faço ideia, meu amor. Só preciso de Aspirina!
Levantei da cama, estiquei os braços ao alto e bocejei, sentindo-me "quebrada", toda dolorida. A noite deve ter sido uma loucura.
— Vou pegar remédio. — me enrolei no lençol. — Onde fica? Você lembra?
— Acho que sim... — ele pensou. — No armário da cozinha, terceira prateleira à esquerda.
— Já volto!
Saí do quarto e, enquanto caminhava pelo corredor, achei uma camisinha usada no chão. Nos prevenimos, pelo menos. Gargalhei, imaginando mil e uma coisas deliciosas; aquilo me alegrou, apesar de tudo. Desci as escadas, entrei na cozinha e lembrei das instruções de Nikki: armário, terceira prateleira à esquerda... Ou à direita? Droga! Procurei, encontrei uma caixa lacrada de Aspirina, voltei ao quarto e ele ainda não tinha se movido.
— Whisky? — perguntei.
— Esse! — pegou a garrafa de Jack Daniel's que estava na mesa de cabeceira. Assenti, entregando dois comprimidos. — Obrigado, Shan.
* * * *
Encontrei Sammy em frente ao Pearl's Liquor Bar e corremos para nos abraçar.
— Meu Deus! Não acredito que você voltou! — ela deu um grito escandaloso. — E esse rostinho corado? Esse brilho nos olhos? Esse sorriso sincero no rosto? É o amor que está te deixando assim?!
— Talvez. — rimos. — Não preciso mais negar meus sentimentos.
— Isso! — comemorou. — Finalmente deixou de ser pé no saco, hein? Fico feliz por vocês, pombinhos! — Samantha sorriu. — Tem alguma novidade? Faz tempo que não nos falamos!
— Sim! Virei roadie do Mötley Crüe!
— Ah, perfeito! Parabéns! Antes que meu ótimo boquete valha dois dólares, eu ainda chego lá. — zombou.
— Se Holly Blythe saiu da prostituição, qualquer um sai. Por que você não tenta?
— Porque não tenho um namorado rockstar. — ela riu. — E também porque transar por dinheiro é a única coisa que sei fazer... Entrei no sadomasoquismo e estou ganhando muito bem, Shan. Até comprei uma bolsa da Gucci!
— Essa bolsa é apenas um consolo às coisas asquerosas que nos submetemos a praticar no sadomasô, Samantha! Não tente se enganar e me enganar, eu já senti o que você sente! Por outro lado, de que vale todo dinheiro do universo se a sujeira está em nós? Se a depressão corrói dentro e fora? É óbvio que você sabe fazer outra coisa além de se prostituir! Posso te ajudar a sair dessa vida!
— Amiga, obrigada... Entendo que suas intenções são as melhores, porém, gosto de viver assim. Minha resposta é não. Quem sabe no futuro, né? Nunca diga nunca, mas agora sigo incrivelmente bem como prostituta, vivendo a melhor fase. Não se preocupe.
— Ok... — suspirei frustrada. — Estarei contigo para o que der e vier e você sabe disso.
— Claro que sei! — Sammy deixou um beijo na minha bochecha.
Nikki Sixx
— Yeah, sing with me, sing for the year. Sing for the laughter, sing for the tear. Sing with me, just for today. Maybe tomorrow, the good Lord will take you awaaaaaaay! — Tommy parou de cantar para beber whisky.
— Graças a Deus! — respirei fundo.
Sentados no sofá da sala da minha casa, Vince bêbado fumava um baseado, Mick dedilhava "Dream On" do Aerosmith no violão e eu, quieto, pensava na vida, assistindo a um filme chato de ficção científica e essas merdas. Paciência zero.
— Dream on, dream on, dream on, dream until your dreams come true! — Thomas voltou a cantar feito uma gralha estrangulada.
— Para, porra! — esbravejei.
Vinnie atirou uma latinha vazia de cerveja na sua cabeça.
— Me deixem cantar em paz, mal-amados do caralho!
Fomos interrompidos pelo barulho da porta abrindo. Shannon entrou e nós ficamos estáticos, admirados. Ela usava um minivestido cor-de-rosa extremamente justo que realçava suas curvas e um salto agulha nude muito sensual. Para finalizar, passou batom vermelho e delineou os olhos intensos. De imediato, algo cresceu dentro das minhas calças, o coração pulando no peito loucamente... Tentei cobrir a ereção com uma almofada.
— Oi. — ela sorriu amarelo, incomodada pelos olhares. — Sim! Eu voltei para Los Angeles, meninos. Não é uma miragem.
— Não mesmo, gata? — Vince continuava vidrado no corpo dela. — Porque para mim parece... É bom demais pra ser verdade.
— Melhor fechar essa boca antes que a baba escorra, Neil! — alfinetei, já meio irritado.
— Fica quieto, man.
— Caras, ainda não disse, mas... — tomei fôlego. — Shannon é a nova roadie do Crüe.
— Uau, sério?! — o loiro sorriu. — Vocês não acham que ela deveria, ao invés de correr feito louca cuidando das merdas do show, fazer um striptease no palco?
— Vince! — Tommy gargalhou. — Esqueceu que ela só tira a roupa pro Nikki?
— Oh, Deus! — revirei os olhos. — Não liga pra esses idiotas, Shan... Enquanto trabalhar com a banda, terá que suportar brincadeiras desse tipo. Eles não sabem o que falam.
— Brincadeiras... — Vince ironizou. — Não seja cínico!
— É isso aí, Sixx! Não seja! Nós sabemos de tudo e mais um pouco! — Tommy prontamente colocou lenha na fogueira. Típico dele.
— Gente... Eu ainda estou aqui, viu? — Shannon soltou uma risada sem humor, acenando. — E não quero fazer "strip-tease" no palco, Vince. — indicou aspas com os dedos. — Sou uma nova pessoa! A Shannon Blythe de verdade, não Holly. Peço que parem de me tratar como uma prostituta.
Suas palavras incisivas calaram os idiotas.
RECADINHO DA AUTORA:
Cadê meus leitores maravilhosos?
Tô triste, a fanfic "flopou" 🥺🤧
Digam aí se estão recebendo as notificações!!!!!!!! Lysm 🌹

VOCÊ ESTÁ LENDO
Call Girl | Nikki Sixx
FanfikceShannon "Holly" Blythe, nos anos 80, era a stripper mais cobiçada do Seventh Veil. Dona de um incrível SEX APPEAL, a garota enlouquecia os clientes, mas não era enlouquecida por ninguém. A prostituição a fazia acreditar que pessoas como ela não podi...