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Shannon Blythe

Quando vi Nikki, meu coração deu um salto. Ele estava de costas à porta com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta e eu paralisei, analisando-o da cabeça aos pés. Era definitivo: amava a forma como aquelas calças de couro abraçavam suas pernas e coxas torneadas, amava seus beijos, amava suas íris verdes, amava seu cheiro, amava seu sorriso, amava sua voz, amava sua risada, principalmente sua gargalhada, amava seu senso de humor e amava seu jeito bobo de cuidar de mim... Também amava sua concentração sexy ao tocar baixo, quando ele olhava no fundo dos meus olhos e eu enxergava amor...

Quando me dava amor...

Vim de uma família desestruturada que nunca se importou comigo, então Nikki apareceu e mudou minha cabeça, destruiu meus dogmas, mostrou que afeto, carinho direcionado, dar e receber carícias e não transar só por transar é gostoso demais, que "viver" não é sinônimo de "sofrer".

— Oi...

— Oi, Shannon! — ele se virou, olhando por cima dos óculos escuros. — Sabe porque estou aqui, não sabe?

— Talvez. — mas eu sabia exatamente.

— Ok. Não sou um cara de rodeios. — sorriu provocante. — Vim te buscar, linda. Hoje você volta comigo para Los Angeles, querendo ou não.

— Como?! — arregalei os olhos. Apesar de apaixonada, a única coisa que gostaria de fazer era voltar àquele inferno na Terra. — Ficou louco? Não posso! Não!

— Onde é seu quarto? — Nikki irrompeu pela casa, sem ao menos pedir licença. Ele subiu as escadas e eu fiquei ali, parada, perplexa. — Vai, Shan! Você precisa arrumar as malas! Quanto mais rápido começar, melhor!

— Isso não está acontecendo...

— Shannon! — chamou novamente.

— Deus me ajude...

Encontrei-o no meu quarto, mexendo nas minhas coisas e tentei impedi-lo. Segurei seus braços com raiva e ele me encarou, rindo. Maldito atrevido debochado.

— Não posso voltar pra lá, ouviu?! Não posso! — assim mesmo, Sixx não tirava o sorriso zombeteiro do rosto. — Para de graça, idiota! Estou falando sério!

— Eu também. — disse, convicto. — Já conversei com a banda e você não será mais uma prostituta, Shannon, se é isso que te atormenta...

— Do que está falando?

— Você será a nova roadie do Mötley Crüe.

Perdi a fala, minha respiração entrecortada.

— E aí? O que me diz?

— Não sei se mereço!

Nikki formou um sorriso meigo, apertando todos os dentes uns nos outros, como tinha costume de fazer. Beijei-o, não suportando mais, encaixei a mão na sua nuca e o trouxe para mais perto, nossas línguas enlouquecidas, adrenalina a mil... Minhas pernas balançavam feito galhos na ventania e eu temia que desabassem, mas nada, nem ninguém, poderia acabar com nosso momento.

— Shannon?!

Ou não...

O grito e o som no corredor dos passos pesados da minha avó nos obrigou a nos separar. Ela apareceu na porta momentos depois.

— Oh, desculpa! Me desculpa!

— Não, vó! Fica tranquila! A senhora não atrapalha! — ri forçado e desejei tirá-la à força dali.

Call Girl | Nikki SixxOnde histórias criam vida. Descubra agora