Capítulo 2

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Capítulo 2

A família Campos tem várias marcas fortes, mas uma delas é a cor do cabelo. Loiros, o loiro mais invejável que se possa imaginar, é aquele loiro que parece que o Sol deu um pedaço de si para aquela família. Quando era questão de casamento, faziam questão de escolher seus parceiros de acordo com a cor de cabelo (Uma coisa totalmente horrível).

Parece que Anni não ligava muito para as regras da família. Pois se interessava mais por morenos.

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Corro para pegar um vaso. Era  o que faltava, eu quebro a droga da porta e sou... Como posso dizer? Invadida?

A porta se abre um pouco, empurrando a poltrona que coloquei como encosto.

- Anni Campos Martins? - a voz de um homem sai da pequena brecha da porta. Suave, confiante, rouca. 

Levanto do sofá e vou para trás da porta.

- Quem quer saber? - pergunto.

- Ah.. bem, como começar? - O homem faz uma pausa longa, parece pensar nas escolhas de palavras - Seu avô, ele era amigo do meu pai, ele ajudava muito minha família, virei amigo dele também. Não sei se já leu a carta dele. Eu sou o cara que vai...

- Vigiar? - pergunto bufando e rindo ao mesmo tempo.

  O homem tosse um pouco.

- Não diria assim, sou bem legal, sabia?

Cruzo os braços e me encosto na porta. 

- Não, eu não sei. Eu nem te conheço, meu avô deve ter enlouquecido para fazer tudo isso. E por que você estaria fazendo isso? 

- Eu... - Começa, porém o interrompo antes.

- Já sei! Ele te pagou, não é? - Digo animada por ter acertado bem na mira do motivo.

- Não. - responde num tom cansado. Como assim não!? Esse seria o único motivo. Ninguém iria querer me ajudar! Nunca!

Franzo as sobrancelhas. Chuto a poltrona do caminho e abro a porta com uma rapidez que, no momento, não consigo processar. Mas o homem que achei que seria velho. Era na verdade, um cara aparentando ter seus 25 anos, 1, 85, ombros largos. Oh, os cabelos, eu adoraria bagunça aqueles cachos negros.

- Anni? Tudo ok? 

Eu tô babando? Merda.

- A questão é - Tento me recompor desse surto de paralisação - por que está fazendo isso!?

O homem mostrando está cansado, coloca as mãos nos bolsos da calça, encosta a cabeça e o ombro na parede.

- Seu avô contou sobre você e também porque ele me ajudou muito. - O tom de sinceridade era verdadeiro. 

Por que meu avô contava sobre mim para ele? Respiro fundo e tento ser gentil.

- Qual seu nome?

- Breno. - Cruzo os braços esperando mais, ele ri e continua -  Breno Ribeiro de Carvalho. 

- Ok, Breno. Pode entrar. - Abro a porta e dou passagem.

Quando entra, olha em volta com um ar zombeteiro. Breno coloca as mãos na cintura e faz pose.

- Como? - aponta para a porta quase caindo. 

- Ah.. - Coço a nuca - Eu estava irritada e triste. Ela já estava velha mesmo.

  - É perigoso ficar com a porta assim, ainda mais você que está sozinha aqui. Vou consertar, tem maleta de ferramentas?

- Ok. Veio só consertar a porta? - pergunto sarcástica. Ando até o armário e retiro a maleta do dono do apartamento. Alugar ele foi engraçado na época.

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