Capítulo 8

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Capítulo 8

As estrelas são namoradas do universo. São confidentes. São amigas. São uma platéia de momentos de amor. E belas guardadores de segredos e desejos.
Tantas vezes que Anni olhou para elas e desejou e desejou. E em resposta recebeu várias piscadas.

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- Você está maravilhosa. - Breno reaparece com os cabelos molhados.

- Valeu. - sorrio sem graça.

- Melhor irmos.

- Para onde exatamente vamos?

Breno puxa minha mão e sorri que nem um gato.

- Surpresa.

O hotel é de frente para uma praia, o vento sempre é forte, mas tão reconfortante.
Breno me leva até uma parte da praia em que toca música e várias pessoas dançam, comem ou caminham pela praia.
Está noite e o lugar fica ainda mais lindo com as lâmpadas a vela.

- Muito lindo. - Breno aperta minha mão e só agora percebo seu desde do hotel não soltamos a mão um do outro.

Sentamos numa pedra, ficamos mais afastados do pessoal. Breno insiste em pegar algo para comermos, então sugiro água de coco e tacos.

- Que combinação estranha e deliciosa.

- Sou boa em junção de coisas diferentes. - Rio com a careta de Breno.

Ficamos um tempo em silêncio, fico olhando as estrelas, velhas amigas de infância e desespero por desabafo.

- Tarefa cumprida. - Breno lembra de olhar as estrelas.

- Eu nem lembrava mais dessa tarefa. - olho uma estrela mais próxima da lua piscar como se concordasse.

- Eu decorei aquela lista toda. - Breno fala tão perto que sinto sua respiração.

Lembro sobre Ana.

- Ana disse que minha família vai tenta tirar a herança de mim.

Breno olha sem entender.

- Vão tentar colocá-lo como doido, assim irão inválidar o testamento.

- Isso não pode acontecer. Amanhã falamos com o advogado do seu avô, tecnicamente agora ele é o seu advogado.

Olho o mar.

- Estou tão cansada deles. Sou tão culpada por tudo. - Olho Breno e assim desabo no choro - Eu matei meu avô.

Breno me puxa para um abraço, soluço até não conseguir evitar não respirar.

- Você não matou seu avô, ele estava doente. Como você pode ser culpada, querida?

Levanto meu rosto do ombro de Breno.

- Quando eu era menor, causei um incêndio dentro da biblioteca do meu avô, eu não me lembro direito, só lembro que estava sentada lendo e no outro sendo pega pelo meu avô. A fumaça era tanta, meu avô já estava doente, ele entrar naquela biblioteca e me resgatar só fez a doença piorar.

- Anni, você não é culpada por isso, você nem se lembra de nada. - Breno acaricia meu rosto molhado.

- Eu não sei, minha família me odeia por isso, por te pego os olhos da minha avó, por te sido a causa da doença do meu avô piorar, por ele passar o dinheiro para mim. Por tudo... Por meu pai te roubado minha mãe..

- Ei.. - Olho Breno. - Nada disso é culpa sua, eles a maltratam porque você é melhor que eles, porque você tem algo que eles não tem.

Rio sem ânimo.

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