Capítulo 15
O passado pode ser bom ou ruim. Anni não sabe o que esperar. Sabe metade dele, mas ela quer os detalhes, saber cada pequeno acontecimento. Querer afastar o aperto no peito e o pulso acelerado quando pensa que sua mãe podia estar com ela se não fosse alguém. Se não fosse quem a matou. Mas se estiver errada? E sua mãe realmente se drogou? E se estiver certa, como vai provar isso?
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- Não sou detetive, como posso conseguir descobrir o que aconteceu num momento em que eu não estava?
- Pistas, perguntas. Ah - Breno estala os dedos, só não posso ver uma lâmpada na sua cabeça porque não estamos num desenho, mas assim mesmo imagino uma. - Vamos fazer um mural, nas séries sempre fazem isso, ajuda a organizar tudo.
- Parece uma boa ideia... - Olho para fora da janela da lanchonete. No meio do caminho para casa pedi para que parássemos na lanchonete. Aqui vende pão de queijo.
- Come. Vai te distrair pelo menos. Você está tensa. - Breno aponta para a grande cestinha de pãezinhos na minha frente.
Ele bebe seu café sem tirar os olhos dos meus.
- Preciso de ketchup. - Olho para o balcão da atendente para ver se há.
- Pão de queijo, café e ketchup. Mistura interessante. - Brendo diz com uma cara de nojo.
- Deveria provar, é gostoso. - Termino minha procura olhando e sorrio para Breno.
- Eu pego. - Breno levanta e some de vista.
Enquanto ele não volta, olho alguns papéis que Luciana me entregou. Tem páginas que parecem de um diário. Interessante.
Olho a janela. Está Sol, o céu totalmente azul, nenhuma nuvem a vista. Está um frio nas sombras, mas logo que entramos na luz do sol, a quentura é reconfortante.
Num ponto de sombra do outro lado da rua, vejo uma aparência familiar.
A figura atravessa a rua sem olhar para os dois lados. Irresponsável. Forço a vista para ver se reconheço.Carlos. Faz tempo que não o vejo.
- Voltei. Esse é o último sachê que tinha, sua sortuda. O que tá olhando? - Breno pergunta, olhando para o mesmo lugar.
- Nada. - Olho Breno, pego o pequeno sachê da sua mão - Obrigada.
Como os pãezinhos com ketchup tentando não pensar no medo. Breno tenta roubar eles da minha mão, mas coloco na boca antes. Ficamos assim, brincando, flertando, fingindo indiferença, quando na verdade um está olhando no outro escondido.
Quando Breno tem que responder seu pai pelo celular. Me pego pensando em Carlos, ele deve saber de algo, foi amigo do meu avô. Bem, provavelmente vou te que tirar dele a força as informações. Não posso esquecer que ele fez parte do plano de dizer que meu avô estava louco antes de morrer. Isso pode ser uma forma de arrancar as coisas.
- Anni?
- Hm? - Pisco meus olhos. Saio da nuvem de pensamento paralisante.
Breno sorri. Sorrio de volta, seu sorriso já um motivo para retribuir.
- Meu pai está ansioso para te conhecer.
- Ah.. devo ficar nervosa? - Sinto meu sorriso tremer.
- Não. Ele é de boa. Então, você não disse que queria mais perguntas.
Claro. Breno me prometeu responder todas minhas curiosidades.
- Você falou que é de Portugal. Você as vezes tem o sotaque, mas nunca te vi usar os verbos iguais os deles.

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Herança
Genç Kurgu+16 Anni perde seu avô, isso a destroça por dentro. Seu avô já sabia que iria morrer, então antes deixa uma herança para Anni, mas só podendo recebê-la fazendo uma lista de afazeres. Essa herança vai trazer verdades, brigas na família ambiciosa e um...