Capítulo 24

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Capítulo 24
 
   Traição é uma coisa realmente horrível, né? E se você descobrisse que sua mãe soube da traição da mãe dela, de qual lado ficaria?  E se a pessoa tivesse matado as duas com medo de contarem sobre a traição, ficaria de bico calado?

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  Anni

- Está me levando para qual lugar? - Pergunto. Era para eu correr, sair daqui. Eu estou sentindo o alerta na minha cabeça, mas eu entrei. Por que?

  Nilton apenas fica quieto dirigindo. Algo não está certo...

- Para! - mando.

- Fique quieta! Eu avisei, disse para não procurar sobre sua mãe, mas você é igualzinha a ela. Curiosa e enfiando o nariz onde não deve!

O rosto todo de Nilton está vermelho de ódio, sua mão parece mais perigosa que nunca. Um soco na minha cara e eu desmaio.

- O que quer esconder?! - Seguro o cinto de segurança com força. Qualquer tentativa de algo da parte de Nilton, eu usava isso como arma.

  - Vou levá-la para mansão. Carlos falou sobre você procurar ele... Interessante... Interessante...

Sinto-me murchar. Carlos e Nilton foram amigos em comum do meu avô, mas não sabia que se conheciam.

- O que você fez, Nilton? - questiono. Estou com medo da resposta, ele agir como age agora, conhecer Carlos nunca é uma boa condução de caráter. Meu avô é prova disso, tanto que escreveu aquela carta horrível para Breno.

  Nilton para o carro nos fundos da mansão, onde só há o jardim e as árvores altas. Ele me olha com raiva, bem no fundo dos olhos, um ar de maníaco surge.
Um sorriso doentio brota na sua boca.

- Eu apenas matei sua mãe e sua avó foi logo depois. Pena que você será a próxima...

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   Renata  (Muito anos atrás)

  A droga do enjôo vem todo momento, não quero levantar da cama, mas esse enjôo exige, sinto a comida que havia no meu estômago subir pela garganta. Corro para o banheiro, vomito até não aguentar. Essa gravidez... Não era para ser assim.

   Juliana ainda não me olha no rosto depois da notícia.  Depois do nosso beijo no jardim, não pensei que ela levaria a sério, já havia passado bastante tempo disso ocorrer. Porém o gelo continuou e piorou depois da "Renata está grávida!".

   Meus irmãos apenas me olharam como se fosse um vagabunda, jogando indiretas de quem é o pai ou sobre Luciana e eu. Tudo virou bagunça.

Encosto a cabeça na tampa da privada fechada. Só queria um tempinho só eu, longe de "família", o dinheiro deles e meu pai...

Ser adotada nessa família não é nada bom. Eu sou "a não merece nada". Toco minha barriga.

- Você não, você pequeno, eu vou cuidar longe daqui. Seu pai ficou feliz quando soube, ele acha que é menino.. sabe o que eu acho? Que é uma menininha linda, que vai ter meus cabelos e olhos do seu pai..  - Sinto algo na mexer. Acho que estou pirando, um bebê de 1 mês não responderia a mãe. Nem tem forças nos pés.

  Então percebo que é outra onda de enjôo. Decido levantar e pegar algo na cozinha. Quem sabe comer algo leve ou apenas uma água. 

No vão da porta, penso em táticas de passar longe de qualquer "arma bomba", que é na verdade apelido para meus irmãos.

Andando no corredor menos usado da casa, onde há quadros antigos e assustadores, ouço sussurros. Sei que em filmes de terror não se deve fazer isso, porém não estou em um filme. Mas aqui é uma mansão... Fantasmas costumam ficar aqui...

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