Capítulo 26

40 9 0
                                    

Capítulo 26

  "É possível que eu não esteja aqui mais amanhã. Estou tentando convencer Luciana a irmos embora, ao meu namorado... Bem, nós já sabíamos que não íamos bem, por causa do bebê tentamos mais, porém não deu certo. Eu amo Luciana, mesmo ela sendo como é. Eu sei que ela sente carinho por essa criança, eu vi e senti. Noite passada Anni quase ia cair, Luciana segurou e fez carinha nas suas bochechas, acredito que até sorriu de leve. Uma pena ela voltar ao seu jeito frio quando me viu."
  - "Diário de Renata"

___________________♥_____________________

Luciana

  Não posso perde-la! Foi tudo de bom que sobrou e não consegui valorizar da forma certa. Anni...

Eu consigo ouvir ainda.

"Parada cardíaca..."
"Vamos reanimá-la..."
"1..2..3.. agora!"

O imbeci... O Breno ainda está com a cara apavorada, fiz de tudo para trazerem Anni para o hospital particular, o público nesse país é horrível, uma grande lastima. Nesses momentos que agradeço por ter dinheiro.

  A sala de espera é bem limpa e silenciosa, em alguns momentos passam médicos e quando cada um passa meu coração dá um pulo pensando ser sobre Anni. Que demora!

  Bato o pé no chão, não aguento ficar sentada e levanto.

- Ficar nervosa não vai ajudar nada. - O homem, o imbec... Calma, Luciana, o Breno. Esse é o nome dele. O Breno fala.

- Por sua causa ela está lá dentro, não venha me aconselhar. - Breno se encolhe com as palavras. Respiro fundo. - Só... Só seja melhor, não esconda nada dela, ela já passou por traumas familiares demais.

- Parece que você se importa com ela... - Breno levanta a cabeça e me olha. Ele está me testando, procurando humanidade.

  Viro as costas para esse... Imbecil! Pronto, falar uma vez não vai ter tornar uma pessoa horrível.  Ando até a janela e faço o que nunca mais tinha feito. Eu rezo, peço para que se tem alguém aqui em cima, que ajude minha ... Filha? Que ajude ela... Prometo ser melhor para ela...

Tão boa que até a mãe dela falaria que estou atuando. Ah, Renata... Por que não me deixou ajudá-la?

  - Seu celular estar tocando. - Brendo estende ele. - Isso me lembrou, vou ligar para meu pai.

Pego celular tocando, mas antes paro Breno.

- Seu pai é quem?

- Amigo do seu, seu pai ajudou o meu com os negócios.

Levanto uma sobrancelha. Breno interpreta do jeito que eu queria. Que continue a história.

- Ele ajudou meu pai na própria empresa, ficaram amigos e conheci Anni bem pequena. Brincamos uma vez numa festa. Seu pai me conhecia desde de cedo.

- Entendi, é bom perguntar. Até o advogado do meu pai que era amigo matou pessoas que eu amava. - Digo seca. Acho que só seca consigo, lembrar mais a fundo de tudo faz minha garganta se fechar.

- Está achando que posso tentar algo? Eu e meu pai? - Breno levanta as mãos em indignação.

- Minha família não é muito, todos escrotos... Inimigos virou forma de coleção para nós. E a Anni... Ah, não, ela é a única de fora de tudo isso... Se me lembro, ela não é do mesmo sangue.
Sim, é isso.  - Digo tudo como se fosse o mais puro sarcasmo. Mas agradeço muito por Renata e Anni nunca tivessem feito parte desse ninho de cobras.

HerançaOnde histórias criam vida. Descubra agora