Capítulo 14

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Capítulo 14

  Nunca vamos saber o que há dentro das pessoas, coisas que não podem ser vistas simplesmente. Uma pessoa esconde muitos segredos. Luciana tem muitos, mas sempre terá o maior de todos, ela não sabia que um dia contaria isso para alguém, ainda mais, para Anni.

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- Então, o que você quer saber? - Luciana se senta na antiga cadeira do escritório.

Esse lugar me dá calafrios. Olho o ar condicionado, ah, é por isso. Breno percebe minha tremedeira e oferece seu casaco.

- Não tudo bem.

- Não tô com frio. - Breno insiste. Ele tá com um olhar " não tô com frio porque estava agora pouco beijando você".

  Acabo aceitando. Luciana olha tudo sem dizer uma única palavra, até que solta um resmungo.

- Bem, eu quero toda a verdade. Sabe, tenho a leve impressão que minha mãe foi assassinada. Armaram para ela.

Do estado de seria seca, Luciana começa a gargalhar. Isso espanta Breno e eu.

- O que!? Está de brincadeira, não é? - seca uma lágrima do olho.

- Não é estranho, ela aparecer drogada morta e o meu pai também. E eu encontrar bilhetes que provavelmente eram dela, dizendo que "ela quer me matar". - cruzo os braços.

Eu sei, é loucura. Eu venho na casa dela e  a acuso de assassinato. Se ela matou alguém, terá coragem de me matar agora...

- E é claro, você vem e me acusa. - Luciana entrelaça os dedos e fica mais ereta na cadeira.

Ficamos em silêncio, ela me olha, eu a olho, um empate de quem se pronuncia.

- Isso é tudo estranho. Eu sei que me odeia, mas por favor, conta tudo. - digo desistindo e sentando na cadeira a sua frente.

- Ok, Anni - Diz meu nome arrastado. - Mas ele tem que sair daqui. - Aponta para Breno.

- É..claro. Ah, desculpa. Espero lá fora. - Breno meio desajeitado pela atenção de Luciana, ele aperta meu ombro em forma de opoio e saí.

  - Ok. Acredito em você, mas não posso confiar em pessoas que não conhece. - Luciana diz logo que a porta de fecha.

Ok...

- Como assim? - Pergunto.

- Eu... - Luciana me olha, desvia o olhar, como se estivesse com vergonha - Bem...

- Nossa, nunca te vi tão insegura. - Digo em deboche.

- Insegura não, sua idiota. Nervosa! - Ela picarreia - Continuando, eu acredito sim, que Renata foi morta, mas nunca conseguiram provas do contrário.

- Você está querendo fazer eu acreditar que você não matou ela?

- Você é tão ingênua, por que eu teria esse trabalho? - balança a mão em desdém.

- Encontrei textos e...

- Ah, sim. O livro que era dela, que dei de aniversário. Eu... Eu a amava.

Uau, eu ouvi mesmo isso do ser mais cruel?

- Amava? Amava como? - Tenho que ouvir o que eu imaginava, ouvir a história toda.

- Amava de querer casar com ela. - Luciana se mantém neutra, mas não me olha - Mas ela gostava do mesmo que eu, gostava do outro tipo. - bufa.

- Eu a odiava, mas ao mesmo tempo queria cuidar dela. Seu pai foi um pé no meu caminho...

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