Capítulo 30

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Capítulo 30

  "Sentimentos de saudade podem ser os melhores ou também os piores, depende muito do que sentir saudade. A despedida o mesmo caso. "
- Diário de Renata

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- Desculpa, acabei dormindo. Não sei qual é o problema nos corredores daqui, que sempre sinto sono. - Breno entra no meu antigo quarto coçando a nuca com vergonha.

Bato no lado vazio da cama onde estou. Minha antiga cama.  Os lençóis ainda são macios e com cheiro de lavanda.

- Tudo bem. Eu que peço desculpas, não devia tê-lo deixado esperando. - Mordo o lábio e olho distante. Posso te sentido falta daqui por um tempo.

- Como foi a conversa? - Breno se senta e pergunta.

  Sorrio.

- Bem.. foi revolucionário e interessante.

Breno levanta uma sobrancelha como um sinal de interrogação.

- Meio que nos resolvemos... - Digo.

- Percebo, tanto que deixou que dormimos aqui.  - Ele abre os braços pro meu quarto.

- Vou pedir para alguém que trabalha aqui toalhas, o banheiro provável estar sem. - tento levantar, mas sinto como se fosse meu corpo metade pedra e uma agulha apontada para os machucados.

  Breno segura meu ombro com delicadeza.
  - Ei, eu mesmo vou. Você não deve andar, vai me escutar agora. Já te trousse aqui.

Brendo beija meus lábios.

Vejo-o levantar e seguir para porta. Ele me ajudou tanto e deu apoio. Me sinto quente perto dele, sinto como uma água fervente. Algumas horas calma e morna, depois borbulhando com muitas bolhas.

- Breno - chamo ele.

  Ele para e volta. Fica parado entre o quarto e o corredor. Seu cabelo está todo bagunçado, a camiseta mais apertada que o normal, ele pode ser magro, mas tem um corpinho bem definido.
  O que... Pare de pensar no físico dele agora.

- É... Obrigada, obrigada por tudo. Foi um amigo maravilhoso.

Ele sorri radiante.

- Bem... Amigo e...

Faço cara feia.

- e... O que? - pergunto.

  Ele mexe na cutícula da unha, mexe um pé para frente que nem um menino tímido.

- Ah, você sabe... Um.. ficante... Ou namorado iniciante?

Gargalho, porém paro ao sentir minha barriga doer pelos machucados.

- Namorado iniciante? Não sabia que existe esse termo de namorado. - cruzo os braços.

- Não me zoe. Somos amigos e mais algumas coisas por aí. Não sei qual termo você iria querer. - Ele me olha diretamente agora.

Adoro a forma como ele espera que eu decida,  ou espera ver se  estou confortável com algo.

- Hm.. namorado.

Breno arregala os olhos e sorri abaixando a cabeça. Levanta de sobre salto e afirma com a cabeça.

- Namorado, então.

- É..

Ficamos que nem dois bobos olhando um ao outro.

  - Então, namorado. Vá pegar as toalhas. - Brinco. Aponto os braços para o corredor.

  Breno sorri mais largamente.

- Ok, namorada. - Diz e some pelo corredor. E me levo a pensar em Breno saltitante como um camponês nos campos.

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