Capítulo 11
Diamantes são eternos, caros também. Anni ganhou jóias de diamante com 15 anos. Nunca os usou, guardou com o pensamento de usá-los para sair da mansão. Por anos esqueceu deles, até lembrar... Que ironia do destino, ela encontrou um papel também.
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Agora sinto raiva, muita raiva. Raiva, raiva, raiva, raiva. Raiva por ter ficado triste e raiva por estar com raiva. E nada disso faz sentido.
Breno me orientou para conseguir sentar no sofá em casa. A droga de chorar é você não enxergar nada e ainda ficar em um momento frágil.
Eu digo na minha cabeça diversas vezes para me acalmar, porém parece que só piora, que cada vez mais fico sem entender e perco o controle do choro.
Eu só posso ser muito burra para deixarem me enganarem nessa proporção. De longe escuto Breno chamar pelo meu nome, mas estou num universo paralelo, onde reflito sobre tudo, onde tento lembrar ocasiões que eu poderia ter percebido.Sinto ardência vindo dos meus joelhos. Breno se ajoelha na minha frente com algum tipo de remédio.
- Isso deve ajudar.
Apenas fico quieta. Não seria melhor sentir a ardência do machucado á sentir a dor de ser enganada?
- Sei que não é o melhor momento, mas ainda não entendi nada direito. Mas saiba que pode contar comigo.
Olho Breno.
- Ok. - Sussurro baixo, percebo que apenas dizer "ok", pude sentir minha garganta seca e fechada.
Ele começa a limpar o machucado e passar o remédio. Mordo o lábio a cada cutucada do remédio.
Alguém bate na porta.
- Anni, está aí? - Nilton está atrás da porta. Ora, um belo mentiroso.
Breno levanta para ir até a porta, mas impeço ele.
- Não quero falar com ele, vou para o quarto.
- Anni - Breno olha sem entender - O que aconteceu?
Não quero falar disso agora, mas também não quero deixar Breno sem saber. Nilton deve ser a ajuda para esse problema então.
- Abra a porta, pergunte ao Nilton. Eu só quero ficar no meu quarto, tá? - Digo sentindo as lágrimas voltarem.
Breno não deixa a expressão de confusão, mas se mantém sério.
- Não tranque a porta, quero cuidar do seu machucado e levo água.
Sorrio pela pequena preocupação de me levar um copo de água.
- Ok. - Toco a bochecha de Breno de leve, fico na ponta do pé e planto um beijo nela. - Obrigada por tudo.
Saio. Dentro do meu quarto sinto o cheirinho aconchegante, vejo meus cobertores, meu travesseiro velho, mas muita confortável. Olho-me e sei que estou suja. Não vou sujar minha cama.
Tomando um banho rápido, entro no mar de cobertas na cama e faço um casulo. Como se eu estivesse fazendo igual a uma borboleta, me preparando para uma nova vida, me cobrindo, para assim que sair das cobertas, ter minhas asas. Será?
Pego a minha bolsa. Não tive oportunidade de abrir a caixa. Falando nela, também não pude abrir o papel que achei. Começando pela caixa, abro com seu som rangendo. Lá está dois brincos de diamantes, um colar fino com no final uma pedra, pulseiras, um broche.
Mesmo estando muito tempo guardados, continuam brilhantes. Eternos, seu avô dizia. Devo chamá-lo de avô ainda?
Uma batida na porta. Breno encostado na batente olha para mim sorrindo de leve, mas na pontinha tem um pouco de tristeza. Agora ele sabe tudo.
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Herança
Teen Fiction+16 Anni perde seu avô, isso a destroça por dentro. Seu avô já sabia que iria morrer, então antes deixa uma herança para Anni, mas só podendo recebê-la fazendo uma lista de afazeres. Essa herança vai trazer verdades, brigas na família ambiciosa e um...