Capítulo 17

51 10 0
                                    

Capítulo 17

  As pessoas podem não ser o que aparentam. Um amigo de família pode ser o maior inimigo. Desconfiar de todos é a melhor coisa que se poder fazer na família de Anni. Luciana e Renata faziam muito isso, pena que uma não está aqui para dizer mais sobre isso...

___________________♥___________________

   - Um número desconhecido me mandou mensagem. - Digo olhando a tela do celular.

- Vê o que é. - Breno diz, ele vai até o quarto pegar seu notebook para sairmos.

   Abro o ícone da mensagem:
  Anni, este número é meu, do Nilton. Acho que esqueceu de me retornar. Preciso falar contigo. Um abraço.

Merda. Esqueci de ligar para ele.
Assim que Breno volta, ele deve te percebido minha cara de culpa.

- O que foi?

- Era Nilton, esqueci de ligar para ele, lembra que ele te deu o número?

- Que droga. Bem, não precisa ficar mal, porque também esqueci de lembrar. - Diz.

- Mas a responsabilidade de ligar era minha. - Reviro os olhos.

- Mas de ajudar era minha. - Breno vai uma tentativa de imitar meu revirar de olhos.

- Bobo - resmungo. - Bem, melhor eu ligar agora, prometo que será rápido.

Não poderei ligar mais tarde porque vou dirigir.  E parece que o dia hoje será agitado, pode até ser o mais agitado do meu ano todo.

- Ok. Ainda vou arrumar algumas coisas. Só me chamar. - Breno beija minha cabeça e some de novo.

   Ligo para o número de Nilton. Demora um tempo para ele atender.

- Olá?

  Ainda me sinto culpada por ter esquecido de retornar para Nilton. Ele me ajudou bastante e ao meu avô também.

- Oi. Sou eu, Anni.

- Anni! Que bom. Precisava falar contigo. - Nilton parece animado, mas meio ofegante também.

- Ah... Estou aqui. Desculpa por demorar a ligar.  - Coço a nuca nervosa.

- Tudo bem. Fiquei preocupado sobre você ir atrás da Luciana. Como foi?

Ouço uma tosse do outro lado da linha.

- Bem.. foi tudo... Uma grande bomba. - conto tudo, falo também sobre ir atrás da minha tal avó. 

  - Anni, você não acha que está passando dos limites?  - ouço a voz de Nilton sair num tom estranho. Quase raivoso.

  - Bem, não! É minha história, minha herança, é sobre minha mãe. - sinto que preciso bater o pé no chão, Nilton precisa perceber que não sou mais a menininha de antigamente.

- Uma pena que sua avó não estava mais aqui, ela saberia te aconselhar. Sua mãe também não tinha ouvidos...

- Como, como assim? - Pergunto. Havia um bom tempo que ninguém falava da minha avó. Ela morreu logo após minha mãe.

   Nilton bufa.

- Faça o que achar melhor, Anni. Mas peço que não vá fundo demais. - Nilton diz cansado, num tom de deboche.

Me irrito em sentir isso na sua voz.

- Nilton,  não sei o que está acontecendo contigo, mas eu vou até onde eu quiser, vou até onde eu me sentir bem, até onde eu conseguir para resolver essa dúvida que martela na minha cabeça. É a história da minha mãe, minha parte e parte dela.

HerançaOnde histórias criam vida. Descubra agora