Naquela manhã, Mark parecia muito mais animado do que antes. Aproximou-se de Jinyoung, deu o seu sorriso maravilhoso, e perguntou, na maior simplicidade:
- Quer ir para a minha casa hoje de tarde?
Jinyoung, de primeira, ficou sem palavras. Depois, piscando mais algumas vezes, quase aceitou. Torceu os braços, fazendo bico.
- Meu pai não vai deixar...
- Mas ele precisa saber? - E Mark deu um sorriso malicioso, de quem sabe onde o pacote de doces que havia sumido estaria.
Jinyoung balançou a cabeça, concordando. Ele não precisava contar, até porque, o pai daria pouca diferença.
Às três da tarde, Jinyoung tocou na campainha da enorme mansão.
Confessando, Jinyoung às vezes se pegava imaginando como seria a casa de Mark. Incrementava torres altas de castelo na construção, uma entrada com estátuas enormes de mármore da Grécia Antiga, onde as marcas de toques estariam bem representadas junto das expressões de desespero que as imagens carregavam, um jardim mais belo que o da história "O Jardim Secreto", e paredes de cores exóticas. Magenta, Fúccia, Anil, Grená, Damasco. Um arco-íris onde as namoradas do pai de Mark gostariam de observar, onde os empregados sorririam ao ver e lembrar da beleza da vida, e algo que fizesse Mark lembrar-se que sua vida não era só tristeza.
Infelizmente, era exatamente tudo ao contrário. Era uma casa gigante - uma mansão digna de luxosidade -, mas era branca. Completamente branca. Sem cores. Grande, com um jardim sem cores, com estátuas pequenas, e sem funcionários sorrindo e vendo a beleza da vida.
"Agora sei porque Mark sempre diz que sua vida é só tristeza." Pensou, aguardando em frente a imensa porta de entrada do casarão.
Foi atendido por um senhor pomposo, meio velho e super simpático. Jinyoung seguiu as instruções, sentando-se no sofá da sala de estar gigante, observando a decoração branca e bonita, apesar de tudo, e aguardando seu amigo.
Ao longe, viu a sombra de alguém o observando. Era uma mulher, usando um vestido elegante, e encarando-o como se fosse um rato morto no canto do porão. "Será que é a nova namorada do pai do Mark?" Questionou-se.
Não retribuiu o olhar. Parecia que doeria muito mais se ele fitasse aquele olhar de águia e lâminas de ferro.
- Jiny! - Gritou Mark, correndo das escadas rapidamente e indo abraçar Jinyoung. O Park surpreendeu-se, retribuindo o abraço. Sentiu um pulo em seu coração, e a surpresa, porque raramente abraçava Mark. Mas aquilo, aquilo tocou sua alma. Como se ele fosse um resgate no meio do balde branco da casa, e tirasse toda a infelicidade do garotinho Mark em um clique. - Obrigada por vir! Venha, vou te mostrar o meu quarto.
Segurou a mão de Jinyoung, puxando-o para longe da sala. Jinyoung teve que tomar extremo cuidado, pois quase tinha caído umas quatro vezes naquela subida. E juntos, abandonavam a vista da mulher misteriosa, que apenas faltava jogar uma katana em direção à Jinyoung para ter sua alma acalmada.
Mark empurrou Jinyoung para dentro do cômodo, e fechou a porta bruscamente. Respirou fundo, as costas apoiadas na porta, e o alívio o subir por todo o corpo. Jinyoung fitou-o, curioso, mas não disse nada. Entendia completamente o desespero do amigo.
Deu uma olhada girando pelo quarto, adorando aquela atmosfera de verde musgo e azul claro, os pôsteres de animes nas paredes e os legos atirados, a cama organizada com três revistinhas largadas, e um caderno com caneta aberto na cabeceira.
Mark riu de nervoso.
- Eu estava indo fazer o dever quando você chegou. Antes, estava montando uns prédios muito legais. - Mostrou sua obra da engenharia para o amigo, o peito estufado de orgulho próprio. - Um dia, vou construir um forte tão forte quanto o forte mais forte que já existiu na história dos fortes bem fortes! - Jinyoung riu, e Mark deu um soquinho em seu braço. - É, parece impossível, mas eu consigo.
- Consegue sim. - Jinyoung assentiu, pegando uma pecinha e encaixando na outra. - Mas, se for pedir muito, posso te ajudar na construção?
Mark riu, concordando. Abaixou-se, e começaram a montar o forte mais forte de todos, ou pelo menos, a maquete do que ele seria algum dia.
─━⊱❉⊰━─
- Segura essa, Jinyoung! - Mark gritou, chutando a bola. Mas com maestria, Jinyoung defendeu o gol, caindo de bruços no chão com um sorriso imenso no rosto.
- Perdeu! Minha vez! - Jinyoung anunciou, batendo sua mão com a de Mark.
Estavam se divertindo à beça naquele dia. Depois de montarem o forte, Jinyoung ajudou Mark nos deveres, e foram comer deliciosos sanduíches que a amável cozinheira da casa preparou para os dois. E enquanto Mark explicava sobre alguma coisa do universo que tinha lido nos livros da escola para Jinyoung, ele viu a bola de futebol no pátio, e perguntou se podiam jogar depois do lanche.
Mark, que adorava esportes mas detestava praticá-los, aceitou o convite, e agora, brincavam com imensa alegria, a roupa suando, a barriguinha cheia de comida, o sol refletindo nas paredes brancas da casa, iluminando o mundo com seu brilho.
- Aí vai! - Jinyoung preparou a bola em seus pés, Mark no gol na posição certinha, e num impasse, chutou fortemente a bola em direção do goleiro.
Mas, acidentalmente, Mark não era tão bom goleiro assim como Jinyoung.
A bola acertou em cheio o rosto do garoto, que caiu chorando no chão e o nariz sangrando. Jinyoung paralisou, estático, e a mesma mulher do olhar afiado apareceu, indo socorrer Mark no lugar de Jinyoung. Ela virou a cabeça, fitando o Park, e com a expressão de pura raiva, mandou ele ir embora.
Jinyoung piscou, e pela segunda vez, ele começou finalmente a correr. E muito.
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why? ☆ got7
Fanfiction❝park jinyoung viveu por grande parte de sua vida se culpando, até descobrir que havia uma falha em seu passado, e a morte que o carregava tinha motivos para ser questionada.❞ ⇢ jinyoung!centric. ⇢ happy birthday, isa ♡