capítulo seis

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- Tem certeza de que é aqui? - Wonpil perguntou, observando a imensa estrutura com os olhos levemente brilhando de medo.

- Tem que ser, o delegado havia dito que ela se encontraria aqui. - Respondi, engolindo a seco. No fundo, também estava com um pouco de medo.

Quando o delegado tinha dito que eu precisava de ajuda porque provavelmente ficaria "intimidado" com o imenso presídio onde Kim Yubin se estava, obviamente eu pensava que ele não acreditava em mim. O que era infantilidade, pois ele estava dando o trabalho de entrevistar uma das maiores assassinas em série do final dos anos oitenta e a provável culpada pela morte de Mark. Na hora, minha cabeça não tinha reparado que pela primeira vez aquele policial tinha enxergado algum valor em mim, e tudo o que minha criança orgulhosa interior fez, foi dizer:

- Se acredita que eu não consigo tomar conta sozinho, então me manda alguém para ajudar, senhor delegado.

E assim, acabei conhecendo Kim Wonpil.

Sendo o estagiário mais novo da delegacia, Wonpil lutava para conseguir vencer um caso e ser promovido no trabalho. Tinha desistido da faculdade de direito e vinha de uma cidadezinha muito mais no interior do que a minha. Vivia falando de sua família, o que era um traço de sua personalidade carinhosa. Mas como obstáculo, ele era um grande medroso. Quando nos aproximávamos da penitenciária, o rapaz parecia tremer de frio - e incrivelmente continuava a dirigir perfeitamente. Tive de segurar um riso na hora, porque ele parecia muito com um filhotinho assustado.

Agora, nós dois éramos os coitados animais.

Não adiantava levantar a cabeça, o fim daquele muro gigante não existia, ultrapassando as leis da física e do universo apenas para manter todos os maiores perigos humanos longe dos cidadões de bem. A escuridão do local, apagada aqui e ali por um poste não tão comprido, causaria náuseas por conta das sombras que se formavam pelos cantos. E a vegetação ao redor absorvia todas as terríveis histórias que eram mantidas presas; árvores com folhas amareladas, uma estrada de terra seca, e o tempo, cinzento e pronto para derramar uma cajadada de água.

Wonpil deu um passo para trás, a boca antes aberta, agora fechava, e o rosto em puro pavor. Olhou para mim, esperando alguma ordem. Paralisei, porque não sabia o que fazer. Wonpil estava acostumado a receber ordens, e se ele era quem obedecia, acabava que eu era quem liderava. Mas eu nunca liderei. Sempre me deixei levar pelo o que vinha, não sou do tipo quem tomava uma decisão precisa. Apenas agora isso mudava. E não me tornava ainda um especialista.

Relutante, caminhei vagarosamente até em frente a campainha. "Se eu quero me tornar um especialista no quesito tomar decisões, preciso continuar treinando."

- Penitenciária, quem está falando?

- P-Park Jinyoung e K-Kim W-Wonpil. - Senti minhas mãos tremerem, e logo meu corpo. Eu parecia mil vezes pior do que Wonpil agora. - Desejamos falar com uma das detentas. Somos investigadores da polícia.

- E qual seria essa detenta? - Questionou a voz. Imaginei como deveria ser sem aquele efeito de auto-falante. "Com certeza, continuaria assustadora."

- K-Kim Y-Yubin. - Prendo a respiração. - Precisamos falar com Kim Yubin.

─━⊱❉⊰━─

Kim Yubin nasceu em Gwangju, e passou grande parte de sua vida lá, até mesmo no momento em que ela acabou.

Crescida em uma família simples, ela nunca completou o ensino básico, casando-se com um rapaz por quem diz ter sido o seu "único e grande amor". Ambos mantinham uma vida tranquila de casados, até Yubin pegá-lo traindo com uma das vizinhas da rua, bater nos dois como doida, fazer as malas e viajar para qualquer lugar que fosse longe o suficiente do seu único e eterno grande amor.

why? ☆ got7Onde histórias criam vida. Descubra agora