— Dra. Lawrence, o Sr. Ferrero deseja falar com a senhora. — A assistente de Megan a informou.
— Por favor, mande-o entrar.
Megan pediu apreensiva, ao mesmo tempo em que foi tomada de uma súbita curiosidade. Ela não fazia a menor ideia quem era o Sr. Ferrero. Megan sabia apenas que ele era o pai da garotinha brasileira que ela iria atender em suas sessões de fisioterapia e, que, ele estava dando um trabalhão para Danielly e para o Dr. James.— Com licença, doutora. — Bruno falou à medida que fixava seu olhar no rosto pálido de Megan.
Megan voltou-se para encará-lo e mais uma vez teve uma vertigem horrível: Como não percebeu que o estranho da confusão do início da tarde era o brasileiro! Por sorte ela estava sentada, senão, ela teria caído no chão de tão bamba que estavam suas pernas. Diante daquele enigmático homem ela visualizou a face de seu filho e um tremor percorreu-a de cima a baixo.
— Em que posso ajudá-lo, senhor? Megan perguntou tentando controlar o tremor da voz.
— Eu quero falar com a senhora sobre minha filha Sophia. — Bruno respondeu admirado com a beleza da jovem fisioterapeuta.
— Pois não, continue.
Megan pediu desconfortável com o olhar persistente do Sr. Ferrero.— Minha filha precisa com urgência de uma cirurgia...
— Sinto muito, mas não posso ajudá-lo: Sou fisioterapeuta e não neurocirurgiã. — Megan o interrompeu bruscamente.
— Sim, a fisioterapeuta mais linda do mundo. — Bruno falou admirado com tanta beleza.
Tarde demais, ele se deu conta de que falara o que não devia: A expressão de poucos amigos, estampada no rosto da fisioterapeuta, demonstrava claramente que ela não gostou nem um pouco do comentário audacioso dele.
Constrangido pelo olhar de reprovação dela, Bruno desculpou-se. Porém, mais uma vez, ele cometeu outra gafe. Em meio a seu desespero, ele segurou intencionalmente as mãos de Megan e implorou.
— Por favor, Dra. Megan, eu lhe suplico, que convença a Dra. Danielly a fazer a cirurgia em minha filha... Pelo amor de Deus! — Acrescentou desesperado.
Recuperada do susto inicial de sentir suas mãos entre as do estranho homem, ela as puxou. Porém a pressão das mãos de Bruno sobre as dela eram mais fortes.
— Largue minhas mãos. — Ela pediu desesperada.
Aquele dia definitivamente estava fadado a ser conflitante para Megan, pois, mal ela fechou a boca, Carl irrompeu em seu consultório como uma bala.
Transtornado por ver sua esposa num momento íntimo com o brasileiro que Carl, suspeitava tratar-se do pai de Richard, avançou em direção a Bruno aos berros.— Largue a mão de minha esposa, seu canalha!
— Pare Carl, não é nada do que você está pensando. — Megan falou desesperada. — Antes que você vá longe demais, deixe-me explicar: O Sr. Ferrero me procurou simplesmente para me pedir para eu convencer Danielly a fazer a cirurgia na filha dele. — Esclareceu tensa.
— Eu não sou cego, Megan: eu os vi de mãos dadas. — Carl a acusou sem se retrair. — Dessa vez, ninguém me falou nada: Eu vi! — Ressaltou descontrolado.
— O que você viu Carl foi um homem desesperado me implorando ajuda. — Megan o corrigiu sem conter o tremor na voz.
Diante do descontrole emocional de seu esposo, ela pediu. — Por favor, fale baixo: tenho pacientes na sala ao lado.— Danem-se! — Respondeu agressivo, acrescentou. — Sua preocupação é realmente com seus pacientes ou é medo deles descobrirem à safada que você é?
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Ciranda de Ilusões
General FictionHá uma velha ciranda cantada aos quatro ventos que ressoa o caminho do bem e do mal, como indicativo do caráter humano. Não importa exatamente a sua história, seus dramas e o contexto em que se insere, pois a dualidade entre o certo e o errado sempr...