Capítulo 22

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Após Megan rodar durante horas, chegou a um pequeno sítio que pertencera a seus pais. Era lá que Megan pretendia passar alguns dias, escondido de todos, especialmente, de Carl. Por sorte, ele não fazia a menor ideia daquela pequena propriedade, o que, aliás, era confortável para Megan, pois ela não correria o risco de ser abordada por ele a qualquer instante.

Fora naquele pequeno sítio, no interior de Montreal, que Megan passou toda sua infância e adolescência; de lá só saíra quando se mudou para a capital para cursar a universidade. Depois da morte de seus pais, ela herdou a propriedade.

Saudosa dos momentos felizes vividos naquele pequeno pedaço de chão, ela atravessou a estradinha de pedras brancas que a conduziria para o aconchego de seu lar. Uma lágrima solitária rolou por sua face ao se lembrar do quanto fora feliz na simplicidade daquele lugar.

À medida que Megan se aproximava do casebre que seria seu refúgio, o farfalhar das folhas bailando ao vento a reverenciava: era como se a natureza, naquele pequeno estilha de terra, estivesse recepcionando a recém-chegada. Era o sítio em festa recebendo sua dona.

Megan respirou o frescor suave que emanava daquele lugar com uma sensação gostosa de liberdade.

Com passadas firmes, ela subiu os degraus de madeira que a conduziria para o interior da simplicidade de sua casa. Ao entrar, encontrou a lareira acessa e alguns troncos de paus amontoados ao lado. Da sala passou direto para a cozinha. Em cima do fogão havia uma deliciosa refeição, esperando-a. Na geladeira um bilhete.

Seja bem vinda, minha querida!
J. Warren

Megan sorriu agradecida diante do gesto de afeto de sua caseira. Apesar de ser um simples bilhetinho, Megan pode sentir todo o calor naquelas palavras.

Após examinar os utensílios e mantimentos que precisaria para os próximos dias, deixou a cozinha e foi em direção ao quarto, onde pretendia arrumar suas coisas antes de descer para o jantar.

O jantar que fora preparado era simples, porém, estava convidativo: Com cheirinho de infância e gostinho liberdade; o que a deixou faminta.

Megan não demorou muito na sua tarefa de arrumar suas coisas e em menos de dez minutos ela estava sentada a mesa para a sua primeira refeição do dia. Com os recentes acontecimentos do dia, desde a saída da casa de Sharon até a chegada dela a um pequeno vilarejo afastado de Montreal, Megan não se alimentou.
Após saborear o apetitoso jantar, Megan lavou a louça e se refugiou próximo à lareira com um livro nas mãos: Ela pretendia mergulhar na leitura para tentar driblar a vontade imensa de estar com seu filho nos braços. Apesar de ela se debruçar com prazer na leitura, naquela noite, em especial, a leitura não surtiu o efeito desejado e, constantemente, seus pensamentos iam ao encontro de Richard. Seguindo o instinto natural de mãe, pegou o celular, mas, no último instante, desistiu. Ela sabia que quanto mais forçasse sua presença para a família Lawrence, mais Carl os manteria afastados. Para o seu próprio bem e o de Richard, o melhor seria desaparecer por uns dias. O único contato com Carl, somente mesmo através de sua advogada.

Vencida pela exaustão e pelo desânimo, Megan deixou o livro de lado e subir para o seu quarto. Foi apenas o tempo de ela entrar no aposento para o celular começar a tocar: era sua advogada informando-a que o juiz marcara, a pedido de Carl, o teste de DNA para o dia seguinte.

Quando Bruno retornou para o hospital, Michael estava a ponto de explodir de tanta preocupação. No entanto, ao vê-lo, disfarçou seu estado de aflição e o questionou.

— Por onde o senhor andava até uma hora dessas?

— Fui arejar um pouco a cabeça. Respondeu e em seguida o questionou. — A senhora Lawrence ainda não deu nenhuma resposta?

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