Após Megan rodar durante horas, chegou a um pequeno sítio que pertencera a seus pais. Era lá que Megan pretendia passar alguns dias, escondido de todos, especialmente, de Carl. Por sorte, ele não fazia a menor ideia daquela pequena propriedade, o que, aliás, era confortável para Megan, pois ela não correria o risco de ser abordada por ele a qualquer instante.
Fora naquele pequeno sítio, no interior de Montreal, que Megan passou toda sua infância e adolescência; de lá só saíra quando se mudou para a capital para cursar a universidade. Depois da morte de seus pais, ela herdou a propriedade.
Saudosa dos momentos felizes vividos naquele pequeno pedaço de chão, ela atravessou a estradinha de pedras brancas que a conduziria para o aconchego de seu lar. Uma lágrima solitária rolou por sua face ao se lembrar do quanto fora feliz na simplicidade daquele lugar.
À medida que Megan se aproximava do casebre que seria seu refúgio, o farfalhar das folhas bailando ao vento a reverenciava: era como se a natureza, naquele pequeno estilha de terra, estivesse recepcionando a recém-chegada. Era o sítio em festa recebendo sua dona.
Megan respirou o frescor suave que emanava daquele lugar com uma sensação gostosa de liberdade.
Com passadas firmes, ela subiu os degraus de madeira que a conduziria para o interior da simplicidade de sua casa. Ao entrar, encontrou a lareira acessa e alguns troncos de paus amontoados ao lado. Da sala passou direto para a cozinha. Em cima do fogão havia uma deliciosa refeição, esperando-a. Na geladeira um bilhete.
Seja bem vinda, minha querida!
J. WarrenMegan sorriu agradecida diante do gesto de afeto de sua caseira. Apesar de ser um simples bilhetinho, Megan pode sentir todo o calor naquelas palavras.
Após examinar os utensílios e mantimentos que precisaria para os próximos dias, deixou a cozinha e foi em direção ao quarto, onde pretendia arrumar suas coisas antes de descer para o jantar.
O jantar que fora preparado era simples, porém, estava convidativo: Com cheirinho de infância e gostinho liberdade; o que a deixou faminta.
Megan não demorou muito na sua tarefa de arrumar suas coisas e em menos de dez minutos ela estava sentada a mesa para a sua primeira refeição do dia. Com os recentes acontecimentos do dia, desde a saída da casa de Sharon até a chegada dela a um pequeno vilarejo afastado de Montreal, Megan não se alimentou.
Após saborear o apetitoso jantar, Megan lavou a louça e se refugiou próximo à lareira com um livro nas mãos: Ela pretendia mergulhar na leitura para tentar driblar a vontade imensa de estar com seu filho nos braços. Apesar de ela se debruçar com prazer na leitura, naquela noite, em especial, a leitura não surtiu o efeito desejado e, constantemente, seus pensamentos iam ao encontro de Richard. Seguindo o instinto natural de mãe, pegou o celular, mas, no último instante, desistiu. Ela sabia que quanto mais forçasse sua presença para a família Lawrence, mais Carl os manteria afastados. Para o seu próprio bem e o de Richard, o melhor seria desaparecer por uns dias. O único contato com Carl, somente mesmo através de sua advogada.Vencida pela exaustão e pelo desânimo, Megan deixou o livro de lado e subir para o seu quarto. Foi apenas o tempo de ela entrar no aposento para o celular começar a tocar: era sua advogada informando-a que o juiz marcara, a pedido de Carl, o teste de DNA para o dia seguinte.
Quando Bruno retornou para o hospital, Michael estava a ponto de explodir de tanta preocupação. No entanto, ao vê-lo, disfarçou seu estado de aflição e o questionou.
— Por onde o senhor andava até uma hora dessas?
— Fui arejar um pouco a cabeça. Respondeu e em seguida o questionou. — A senhora Lawrence ainda não deu nenhuma resposta?
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Ciranda de Ilusões
Ficción GeneralHá uma velha ciranda cantada aos quatro ventos que ressoa o caminho do bem e do mal, como indicativo do caráter humano. Não importa exatamente a sua história, seus dramas e o contexto em que se insere, pois a dualidade entre o certo e o errado sempr...