Capítulo 10

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Compadecida do estado emocional de sua mãe, Danielly olhou-a com pesar. A aflição de sua mãe era tanta, que ela foi capaz de inventar um irmão imaginário, de pele escura, só para aplacar a dor da desconfiança de seu filho: Sua mãe sabia o quanto Carl amava Megan e o quanto ele estava sofrendo por conta dessa traição. Provavelmente, se Carl, não tivesse ouvido da boca de sua própria esposa, que ela o traíra e que Richard não era filho dele; seu irmão teria aceitado de bom grado a história de sua mãe. Contudo, Megan acabou por tolher qualquer esperança de Carl quanto à paternidade de Richard.

Sem palavras para expressar o que estava sentido, sem magoar ainda mais sua mãe, Danielly apenas disse.

— A senhora tentou mamãe.

— Eu simplesmente não inventei nada disso... De fato eu tive um irmão que morre quando eu era pequena... Ao me deparar com a foto, pensei imediatamente que aquele garoto fosse o meu irmão. — Dayane justificou-se abalada.

— Eu acredito na senhora. — Danielly disse. — Contudo, não é a mim que a senhora tem que convencer e sim, Carl. — Acrescentou melancólica.

Ditas essas palavras, Danielly se despediu de seus pais e demais membros da família e saiu acompanhada de Logan.

No coração de Danielly, dois sentimentos se confrontavam ameaçadoramente: ódio e compaixão. Ódio de Bruno e Megan, por ter destruído tão vilmente os sonhos de Carl e compaixão por sua mãe, que colhia em seu coração os frutos amargos do sofrimento de seu filho.

Enquanto Danielly travava uma verdadeira batalha com seus sentimentos. Dayane, abalada com os últimos acontecimentos, olhou desconfiada para Megan e para fugir das eventuais perguntas, que Megan poderia fazer acerca de seu irmão imaginário, ela a questionou.

— Você não vai hoje para o hospital?

— Vou. — Respondeu trêmula. — Não tenho pacientes nos primeiros horários. — Acrescentou, sabendo de antemão que sua sogra estava louca para ficar sozinha.

Apesar do desfecho desastroso da história de sua sogra, Megan tinha certeza que ela não mentiu de todo. Havia um fundo de verdade na versão dela, no entanto algumas peças não se encaixavam muito bem. Mas, independentemente da história de sua sogra ser verdadeira ou não, nada mais importava. Carl não acreditaria em nada que fizesse referência à cor de seu filho. A explosão de Carl era o reflexo de que, pela primeira vez, Megan conseguiu atingi-lo. Carl já não se escondia por trás da máscara da dúvida; agora ele tinha plena consciência de não ser o pai de Richard. Nada do que dissessem ou fizessem, arrancaria está certeza do coração dele. Com poucas palavras Megan conseguiu destruí-lo. No entanto, a destruição de Carl, poderia ser a salvação dela.

— Posso ir para o hospital com você, Megan?

Melissa pediu entusiasmada, ainda com Richard no colo. — Pretendo ser fisioterapeuta como você. — Acrescentou com segurança.

— Você pode levá-la, Megan.

Luke Branden autorizou para alegria de Melissa e descontentamento de Jeniffer.

— Querido, lá ela só vai encontrar doentes!

Jeniffer manifestou seu descontentamento, surpresa.

— Quem sabe querida, depois de Melissa se deparar com algumas cenas fortes; ela desista de seguir os passos de sua tia!

— Luke disse descontraído para amenizar o clima de desconforto que pairava sobre a família Lawrence.

Meia hora depois, Megan e Melissa chegavam ao hospital.

Após Melissa ser identificada, a entrada da jovem foi liberada.

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