Depois de algumas terríveis horas de agonia em frente aos portões dos Lawrence, Megan se deu conta que seria inútil continuar forçando sua presença. Desde a sua tentativa fracassada de ludibriar Carl, ela já não era mais bem-vinda naquela família.
Em parte ela se sentiu responsável pelo que estava acontecendo; pois, se ela tivesse agarrado a chance de se livrar daquela família horrenda, assim que a oportunidade apareceu; não estaria naquela situação desagradável. Mas, não! ela cometeu a besteira de procurar refúgio na casa de Sharon: - a pessoal mais falsa que já cruzou o seu caminho. Por outro lado, como ela saberia que a amiga não era confiável? Até então ela era a amiga perfeita; solícita, pronta para socorrê-la em qualquer situação. No final de tudo ela provou ser uma tremenda falsa. Depois de Carl; Sharon foi sem dúvida a sua pior decepções.
Com o coração apertado, Megan deixou a mansão e se dirigiu para a casa de Sharon: por azar, esqueceu seus documentos na casa dela e mesmo contra a sua vontade seria obrigada a olhar mais uma vez para a cara de Sharon. A vontade que tinha era de dar meia volta, porém, cedo ou tarde ela teria que encontrar com aquela traidora e, aquela pareceu a oportunidade perfeita para tentar entender o que a motivou a agir daquele jeito.
Não demorou muito para Megan chegar a seu destino e em menos de minutos ela estava diante daquela que um dia teve a infelicidade de chamar de amiga.
— O que ainda faz aqui?
Sharon a questionou ao abrir a porta para Megan.— Esqueci minha carteira no quarto. — Esclareceu. — Posso pegá-la? — Perguntou, lutando contra o desejo de fincar suas unhas compridas, no rosto bronzeado de Sharon.
— Não era preciso ter se dado ao trabalho de bater na minha porta. Bastava ter falado ao porteiro e eu despacharia a sua carteira imediatamente.
A indiferença estampa no rosto de Sharon inquietou Megan de tal forma, que ela quis saber o motivo que desencadeou toda aquela aversão.
— Por que você me odeia tanto, Sharon? O que foi que eu te fiz?
— Tirando o fato de você ter
tirado o homem que eu amo; nada mais. — Ela respondeu indiferente.— Carl?! Você ama o Carl. — Megan a questionou surpresa.
— Não se faça de desentendida, Megan! Você sempre soube que eu o amo e mesmo assim você o roubou de mim. — Ela respondeu revoltada. — Quem era para estar ao lado de Carl e de nosso filho era eu e não você.
— Richard nunca será seu.
— Tem certeza! Você agora é carta fora do baralho. Nada me impede de ter Carl e Richard só para mim.
— Se quer Carl; faça bom proveito: ele nunca foi um bom marido, mesmo. — Ela falou se lembrando dos horrores que passou ao lado dele. — Mas, meu filho, você nunca terá?
Um silêncio momentâneo pairou entre elas e, segundos depois, um questionamento bombástico abalou as estruturas de Megan.
— Você não acha estranho o fato de Richard ser moreno? Como pode ter tanta certeza de Richard ser...
— Não ouse insinuar quê... —
Megan a cortou antes que ela fosse longe demais. Desapontada com o comportamento leviano de sua ex-amiga, a repreendeu.— Basta Sharon! Eu não vou perder meu tempo com você e nem com suas intriginhas, mas uma coisa eu te digo: vou ter imenso prazer em esfregar o teste de DNA de Richard em sua cara. Vou fazer você engolir cada palavra que me disse; nem que para isso tenha que se engasgar com elas.
Um sorriso debochado iluminou o rosto bronzeado de Sharon, para desagrado de Megan.
— Tenha cuidado para no final não ser você a surpreendida. Você pode acabar morrendo sufocada com suas próprias palavras.
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Ciranda de Ilusões
General FictionHá uma velha ciranda cantada aos quatro ventos que ressoa o caminho do bem e do mal, como indicativo do caráter humano. Não importa exatamente a sua história, seus dramas e o contexto em que se insere, pois a dualidade entre o certo e o errado sempr...