Megan acordou na manhã seguinte com alguém batendo estrondosamente a porta. Segundos depois ela ouviu a voz alterada de Carl e a de Sharon aparentemente calma.
— Acalme-se Carl! Eu vou chamá-la. Vocês conversarão e ficará tudo bem.
Uma dor cortante despedaçou Megan por dentro ao dar-se conta de que fora traída por Sharon. Na noite anterior, em meio a tantas dúvidas e incertezas, Megan confidenciou a Sharon seus planos para enganar Carl e sair do país.
Presa aos seus tormentos, Megan agarrava-se a esperança de Sharon não ter revelado seu segredo para Carl; ao contrário, estaria perdida. Carl, fatalmente, usaria esses argumentos para tira-lhe Richard dela.
Com o coração apertado, Megan abraçou fortemente seu filho. Uma sensação horrível se apoderou dela à medida que os passos de Sharon se aproximavam do quando em que Megan estava. Em seu íntimo ela lutava para acreditar que não fora traída por sua melhor amiga. Contudo, a presença de um oficial de justiça ao lado de Carl era a prova notória da deslealdade de Sharon.
— Eu não esperava isso de você, Sharon! — Megan conseguiu falar com voz trêmula sem conseguir ocultar sua grande decepção.
— Como sua amiga, eu fiz o que deveria ser feito. No final Megan, você irá agradecer.
Sharon falou com a maior naturalidade do mundo, porém, Megan conseguiu identificar no tom dela um quê de falsidade.
— Agradecer por quê...? Por ter acabado com minha vida?
Carl, farto das lamentações de Megan, aproximou-se dela para pegar seu filho. Megan, porém, esquivou-se.
— Não toca no meu filho miserável, senão eu te mato!
Diante da reação agressiva de Megan, o oficial de justiça, juntamente com outra mulher, que só então Megan notou a presença, aproximou-se dela.
Com um papel em mãos, o oficial disse.
— Temos um mandato expedido pelo juizado da infância e adolescência que dá ao Sr. Carl Lawrence o direito sobre seu filho.
— Você terá que entregá-lo ao pai.
A mulher que acompanhava o oficial de justiça falou.
Megan deduziu então, tratar-se de uma assistente social.
— Nunca! Vocês não tirarão meu filho de mim.
Megan respondeu desesperada, ao mesmo tempo em que se sentia encurralada.
— Por favor, Sra. Lawrence, facilite as coisas. Será melhor para a senhora.
O oficial a advertiu obviamente aborrecido com a resistência de Megan.
— Não...! O filho é meu... Eu não o entregarei a estranhos. — Ela relutou desesperadamente mesmo sabendo que era inelutável.
Carl que eventualmente lutava para segurar-se; ordenou calmamente.
— Tirem o meu filho dos braços dessa louca.
— Louca...?! — Você é o único louco daqui... Eu quero ver qual juiz, em seu juízo normal, vai tirá-lo de mim. Carl entenda de uma vez por todas: Richard não é seu filho.
Com um sorriso cínico, Carl olhou para Sharon e estendeu-lhe as mãos. Sem pensar duas vezes, Sharon entregou-lhe o celular para desespero de Megan. Com o coração aos pulos, Megan deduziu que Sharon gravara a conversa delas. Não era preciso palavras para dizer que Megan estava perdida, pois até então era a palavra de Sharon contra a dela, agora, no entanto, a história tomaria um novo desfecho e ela não teria a menor chance de reaver a guarda de seu filho. No final ela sairia derrotada e de cabeça baixa, enquanto, Carl, sairia de cabeça erguida e com Richard em seus braços.
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Ciranda de Ilusões
قصص عامةHá uma velha ciranda cantada aos quatro ventos que ressoa o caminho do bem e do mal, como indicativo do caráter humano. Não importa exatamente a sua história, seus dramas e o contexto em que se insere, pois a dualidade entre o certo e o errado sempr...