Sonolento, Carl recolheu-se cedo, deixando Megan na mira dos Lawrence e dos Branden.
— Megan, Richard é ou não filho de Carl? — Dayanne a questionou, tensa.
Era chegado o momento de ela por em prática sua farsa e livrar-se de uma vez por todas daquela família odiosa e de Carl. Só esperava que futuramente seu filho a perdoasse pelo que iria fazer, mas continuar do jeito que estava não daria mais. Não era apenas a paz de espírito dela que estava em jogo, mas a segurança de seu filho e por Richard, ela iria até as últimas consequências.
— Só saberemos quando o resultado do exame sair. — Respondeu. — Tomei a liberdade de pegar um fio de cabelo de Carl e mandei para o laboratório... Para ser mais confortável para a família, o material coletado já está sendo analisando no laboratório do hospital; assim não ficará dúvidas e vocês não poderão acusar-me de tentar manipular o resultado.
Diante do silêncio constrangedor que pairou entre ela e o membro da família de Carl, ela retirou-se a seguir para seu quarto.
Aparentemente, aquela noite parecia ser de calmaria. Com seu esposo praticamente dopado, ela dormiria mais sossegada ao lado dele.
Qual foi a surpresa de Megan ao abrir a porta do quarto e deparar-se com Carl desperto, esperando-a!
— Pensou que fugiria de mim, querida esposa?!
— Não me toque seu desequilibrado!
Megan disse, afastando-se o máximo possível de Carl.
— Eu sou louco sim! Por você.
Carl falou aproximando-se lentamente de Megan. Quando ele percebeu que ela iria gritar, Carl tampou lhe a boca com uma das mãos e com a outra ele tentava imobilizá-la.
— Quietinha e eu não a machucarei.
Falou junto ao ouvido de Megan.
Dividida entre o medo e a vontade de socar seu esposo, Megan se debatia como uma louca. Num descuido de Carl, ela travou os dentes na mão que a amordaçava.
Uma vez a boca livre, Megan gritou desesperada.
— Olha o que você fez sua cadela!
Pressentindo a chegada de seus familiares, Carl a largou bruscamente e deitou-se na cama, massageando a mão que fora mordida.
— O que aconteceu aqui?
Dayanne perguntou ante o rosto assustado de Megan.
Antes de Megan ou Carl explicar o que estava acontecendo, Dayanne, horrorizada, viu as marcas de dentes nas mãos de seu filho.
— O que você fez com sua mão? — Perguntou aflita.
— Pergunte para a desvairada de sua nora.
Carl disse com ar sonolento, acrescentou. — Megan me mordeu para me punir pela bofetada.
— Seu cínico...! Mentiroso!
Megan gritou revoltada com a atitude covarde de Carl.
— Esse traste me pegou à força e tampou minha boca. Não tive alternativa senão mordê-lo.
— Eu estava adormecido quando fui desperto por teus dentes cravados em minha mão.
Carl defendeu-se inocentemente para desconforto de Megan.
— Mas, é compreensível: eu mereci. — Acrescentou.
— Ao invés de eu ter cravado os meus dentes em tua mão; era para eu ter mordido tua cara de pau. — Disse revoltada. — Carl, você passou de todos os limites... Para mim chega! — Acrescentou pegando uma mala.
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Ciranda de Ilusões
General FictionHá uma velha ciranda cantada aos quatro ventos que ressoa o caminho do bem e do mal, como indicativo do caráter humano. Não importa exatamente a sua história, seus dramas e o contexto em que se insere, pois a dualidade entre o certo e o errado sempr...