Percebendo que Michael não faria a ligação sem uma explicação plausível quanto ao fato da relação misteriosa entre ele e Dayanne Lawrence, Bruno se viu pressionado a responder, mesmo que de maneira vaga. Michael certamente não entenderia os métodos dele e tão pouco seria conivente com tão abominável ato.
— Essa mulher tem uma grande dívida com nossa família. Ela não se recusará em nos ajudar só mais uma vez. — Acrescentou. — Eu prometo que pagarei cada dólar que devo a ela.
— Com o quê?! O que o senhor ganha mal dá para o custeio de sua família... Uma dívida nessas proporções; o senhor não pagará nunca... Não se iluda quanto a isso.
Mesmo desconfiado da versão de seu pai, Michael não se opôs a ajudá-lo. Era a vida de Sophia que estava em jogo. Se a senhora Lawrence iria ou não emprestar o dinheiro; isso era uma questão a parte. Sem mais perguntas, Michael pegou o celular e discou o número da mansão dos Lawrence.
— O que você quer desta vez, seu traste?
Dayanne perguntou furiosa por está sendo mais uma vez incomodada por Bruno Ferrero.
— Não basta o que você já me extorquiu! O que fez com todo aquele dinheiro que arrancou de mim? — Dayanne acrescentou exasperada.
— Considere como um empréstimo. Eu pagarei cada centavo que lhe devo. - Bruno falou do outro lado da linha, continuou. — O dinheiro que me emprestou não é o suficiente. Eu preciso de mais para pagar a cirurgia de minha filha.
— Seu chantagista! Desde quando um lascado como você tem condições de me pagar alguma coisa! Tu não tens nem aonde cair morto, seu miserável. Deixe-me em paz, pelo amor de Deus!
Dayanne implorou desesperada.
— Não pense senhora Lawrence que está sendo fácil para eu abrir mão de minha dignidade, de minha honra. Estou sendo obrigado a engolir meu orgulho em nome do amor por minha filha.
Revoltada por está nas mãos de Bruno Ferrero, ela retrucou desdenhosa.
— Desde quando seu verme, um morto de fome como você, tem dignidade, honra ou orgulho?!
— Não se esqueça de que a senhora já foi uma morta de fome como eu.
Bruno revidou o insulto no mesmo tom.
— Fala logo quanto tu queres e me deixa em paz.
O que Dayanne não contava, no entanto, era que a quantia fosse tão alta. Quando Bruno informou-lhe o montante, ela quase derrubou o aparelho telefônico, tamanho o susto.
— Você ficou louco! É uma quantia muito alta: eu não tenho como levantar todo esse dinheiro.
— Essa foi à quantia que nossa amada Danielly pediu para fazer a cirurgia em Sophia. Não é à toa que sua filha está milionária.
Bruno observou para desagrado de Dayanne.
— Eu não admito que fale da minha filha desse jeito. — Dayanne o recriminou brava.
Ignorando a advertência de Dayanne, ele enfatizou.
— A senhora tem dois dias para levantar esse dinheiro. Se dentro do prazo estipulado a grana não estiver em minhas mãos; eu abro a boca e conto para a tua família toda a história sórdida por trás de teu pai.
— Não...! Por tudo quanto é mais sagrado, não faça isso.— Dayanne pediu desesperada. — Darei um jeito, mas, por favor, não fale dele para ninguém. — Acrescentou, omitindo o nome de seu pai.
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Ciranda de Ilusões
Narrativa generaleHá uma velha ciranda cantada aos quatro ventos que ressoa o caminho do bem e do mal, como indicativo do caráter humano. Não importa exatamente a sua história, seus dramas e o contexto em que se insere, pois a dualidade entre o certo e o errado sempr...