Megan acordou na manhã seguinte, sobressaltada. O medo de encontrar-se com Carl no quarto ao lado a paralisava demasiadamente.
A noite passada nunca parecera tão longa e sombria quanta aquela. Ela praticamente não pregou os olhos, à noite inteira. Dentre seus piores temores, reinava o medo de Carl pôr a porta abaixo em um de seus momentos de desequilíbrio emocional. Mas, enfim, amanheceu, e ela teria um grande desafio pela frente: encarar aquele novo dia com serenidade, deixar seus medos de lado e enfrentar a vida de frente.
Sonolenta, levantou-se. Era dia claro! Independentemente de seus problemas e temores; a vida acontecia lá fora e ela precisava acompanhá-la. Ela, simplesmente, não poderia fugir de Carl para sempre... Não enquanto permanecesse naquela casa.
Munindo-se do pouco de coragem que ainda lhe restava, ela transpôs a porta que a separava de seu pior pesadelo: Carl! Mentalmente ela agradeceu a Deus pela sorte de não encontrá-lo no quarto. Contudo, sua paz de espírito durou pouco. Mal pôs os pés no quarto de casal, ouviu alguém batendo na porta. Um tremor repentino, acompanhando de um terrível calafrio, invadiu o corpo fragilizado de Megan. Gélida e pálida, ela esperou paralisada que ele forçasse sua entrada ou arrombasse a porta.
Minutos de aflição, que para Megan pareceram horas, passaram-se e o silêncio voltou a reinar no quarto; sendo quebrado, segundos depois, por uma nova batida na porta, só que desta vez leve e acompanhada da voz suave e meiga de Melissa.
— Megan, sou eu: Melissa.
Recuperada do choque inicial, Megan correu e abriu a porta apressada.
— Entre Melissa. — Megan disse aliviada, fechando à porta a chave a seguir.
— Você está bem Megan? Fiquei preocupada com você. — Melissa falou atenta ao semblante abatido de Megan.
— Eu vou ficar bem, Melissa. — Megan disse forçando um sorriso. No fundo, ela mesma torcia para ter forças o suficiente para enfrentar os obstáculos que inevitavelmente estavam sendo jogados em cima dela.
Olhando em volta, Melissa a questionou. — Onde está Richard? Estou louca para conhecer meu primo.
— Richard está dormindo no quarto ao lado.
Respondeu indicando a porta de comunicação que a separava de seu filho, sem se importar com o que a Melissa ou a família Branden pudesse pensar.
Constrangida, ela disse. — Preciso tomar um banho. Se por um acaso, alguém bater na porta: não abra, por favor! — Acrescentou aflita.
— Fique tranquila, Megan, eu não abrirei a porta para ninguém... Nem mesmo para o tio Carl. — Melissa respondeu confusa.
— Obrigada Melissa: Sinto que posso confiar em você.
Megan falou aliviada.
— Você sempre poderá confiar em mim. - Melissa ressaltou docemente.
Satisfeita com a resposta de sua nova amiga, Megan correu para o banheiro e tomou uma ducha rápida. Quando ela retornou para o quarto, encontrou Melissa com Richard no colo.
Quando Melissa viu Megan, justificou-se.
— Richard estava choramingando: creio que ele esteja com fome. — Acrescentou, entregando seu primo para Megan.
Minutos depois, Megan alimentava seu filho sob o olhar atento de Melissa.
Após amamentá-lo, Melissa o pegou enquanto Megan se arrumava.
Melissa era um doce de menina e logo Richard se derretia para sua prima.
— Richard gostou de você.
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Ciranda de Ilusões
Fiction généraleHá uma velha ciranda cantada aos quatro ventos que ressoa o caminho do bem e do mal, como indicativo do caráter humano. Não importa exatamente a sua história, seus dramas e o contexto em que se insere, pois a dualidade entre o certo e o errado sempr...