Capítulo 4 - APMC

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- O cheiro está muito bom. (James)

Percebo que ele se assustou devido a sua distração.

- Senhor James, ai, me desculpa pela distração. Não havia notado que estava aí, é que eu estava tirando este risoto de camarão do forno, e pensando nas próximas atividades que eu iria fazer. (Maluff)

- Dá próxima, seja mais atencioso. (James)

Disse, sério.

- Serei sim, perdão. (Maluff)

Ele colocou o pirex com o risoto no balcão da cozinha, e abaixou a cabeça firmando o olhar no solo. Admito que gostava desse jeitinho meigo dele, mas por que estou achando isso? Não quero criar intimidades.

- Quer que eu te sirva, senhor? (Maluff)

Ele me questiona com uma naturalidade, em um tom de submissão e timidez.

- Claro, por favor. (James)

(Maluff)

Apanhei do armário louças e talheres, para que eu pudesse servir ao meu patrão, coloquei uma quantidade significativa de risoto em seu prato, questionando a quantidade que ele desejava. Estávamos na cozinha, aonde ele preferiu almoçar, do que na sala de jantar. Quando termino de aprontar o seu prato, o observo degustar.

- Com licença, senhor. (Maluff)

- Nunca vi nada parecido, o risoto está realmente muito bom, parabéns. E a limpeza também, está impecável. (James)

- Obrigado senhor, dou o meu melhor, posso te oferecer um suco de maracujá? (Maluff)

- Por favor. (James)

Busquei na geladeira a jarra de cristal, e despejei o líquido no recipiente apropriado para que James pudesse se refrescar. Noto que ele havia finalizado a refeição, e ainda com seu semblante sério, observo ele levantando da cadeira, e nossa que homem lindo, elegante, e charmoso. James sai sem me dizer nada, então, apanhei os utensílios do almoço que estavam na mesa, lavei com muito cuidado e cautela, sequei-os, e devolvi para o armário. E procurei realizar as outras atividades domésticas que eu não havia feito, ele me ordenou para que eu lavasse os três banheiros, limpasse a sala de jantar, e trocasse o forro de cama, das suítes. Assumo que nunca realizei tantas atividades em um dia só, estava sendo muito puxado e bastante exaustivo. Pelo o que pude notar, ele não retornaria para a empresa novamente, e sempre supervisionava os cômodos que estavam limpos.

(James)

Finalizei meu almoço, me levantei da cadeira e fui para meu quarto, havia chegado cansado e estressado de uma longa reunião exaustivas, com pessoas que só pensam nelas mesmas. Apreciei bastante a organização de Maluff, a limpeza e principalmente a sua comida, ele tem mãos de fada, cozinha bem, limpa bem. É muito melhor que as outras domésticas que eu tive, sem querer diminuí-las é claro, mas ele tinha algo que deixava e marcava a sua especialidade, entrei no banheiro, e resolvi tomar uma ducha com água morna para aliviar a tensão do corpo e de repente Maluff veio em minha mente e me fiz várias perguntas tais elas: "Como será o passado dele? Se ele conseguiu uma bolsa de estudos no colégio em que eu estudei, deve ser muito inteligente e muito estudioso, tão meigo e tão ingênuo." Não sei o que estava acontecendo eu nunca me interessei assim por alguém, eu digo, nunca me importei. Mas de fato, mesmo tendo conhecido ele hoje, senti um carinho por ele, mas é claro que não irei demonstrar. Mas sinto que ele precisa de cuidados, por ser muito jovem. Finalizo o meu banho, visto uma cueca box branca, e uma calça moletom, deitando na cama e acabo dormindo a tarde inteira. Despertei por volta das 18:55 da noite, e nossa como eu dormi, estava muito cansado, me levanto da cama, indo até o banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes. Fui até o cômodos e procurei Maluff, vasculho a casa inteira e nada, mas lembrei que poderia estar no quarto de domésticos, fui até a sala de estar e sentei em uma poltrona, quando noto que ele vem em minha direção, com a mesma roupa que esteve de manhã, uma calça jeans que valorizava sua bunda e suas coxas, uma blusa branca, e uma bota masculina preta, ele é estiloso, educado, ingênuo, só enxergava qualidades nele.

- Seu expediente acabou? (James)

- Sim, senhor, eu já finalizei as atividades de hoje. (Maluff)

- Ótimo, é um rapaz obediente. Vou verificar se tudo está do jeito que eu quero. (James)

- Ah sim tudo bem, entendo. (Maluff)

Vasculhei os cômodos do local, deixando Maluff sozinho e envergonhado na sala de estar. Ele sempre fica tímido quando me ver, mas todo trabalho estava impecável. Logo retorno.

- Realmente... Tudo nas perfeitas condições, continue assim. (James)

- Muito obrigado, bom, eu preciso ir não quero perder a primeira aula. (Maluff.)

- Vai para a escola? Não sabia que estudava no período noturno. (James)

- Sim, eu precisei ajustar meus horários agora que comecei a trabalhar para o senhor. (Maluff)

- Como fez isso? (James)

- A aula começa às 20:10 e sairei de lá 22:30, de lá vou para a casa e revisar o que foi explicado durante à aula. (Maluff)

- Acho interessante esse seu incentivo pelo estudo, poucos jovens se preocupam com isso, além de que, só faz você crescer. Seus pais devem ficar orgulhosos, que horas você dorme e acorda? (James)

Noto que ele ficou meio angustiado quando mencionei os pais dele.

- É.. eu acho que eles ficam, eu durmo por volta das duas da manhã quando não tenho avaliação, e acordo quatro e meia para trabalhar. (Maluff)

- Pelo visto não descansa o necessário, aos finais de semana o que faz? (James)

- Eu estudo e trabalho também como feirante no sábado, domingo eu tiro o dia para estudar. (Maluff)

- Maluff, me desculpe me envolver nisso, mas deveria descansar aos domingos. (James)

- Senhor, eu sou um garoto pobre, preciso trabalhar e estudar para poder me estabilizar. (Maluff)

- Você é inteligente, Maluff. Sabe usar as palavras para dialogar com alguém. Mas não vou tomar o seu tempo, bons estudos e até amanhã, irei enviar as próximas tarefas mais tarde pelo whatsapp, já tenho seu número na sua ficha. (James)

Digo sério e com um tom rouco na voz.

- Tudo bem, senhor. Obrigado pela disponibilidade e pelo emprego, boa noite. (Maluff)

Após terminar a fala, o jovem por impulso me deu abraço tão apertado e inesperado que eu não consegui retribuir, mas eu senti que ele estava satisfeito com o emprego, doce menino, se contenta com pequenas coisas, que para ele são enormes, tão humilde... Quando o jovem saiu pela porta dos fundos, fiquei tentando entender aquele abraço, é a primeira vez que eu alguém me abraça sem sentir medo quando não tem intimidade comigo, e eu percebi a sua sinceridade satisfeito com o emprego, mas me deu uma pena vê-lo cansado e ainda ter que estudar para concluir o ensino médio, vai dormir tarde porque provavelmente vai querer revisar o conteúdo, e acordar cedo para vir trabalhar, mas por que ele estuda e trabalha? O que houve com os pais dele? Será que são doentes, pobres? Aquelas perguntas martelavam em minha mente. Fujo desses pensamentos indo até o meu quarto me lanço novamente na cama, já que eu estava de banho tomado e fui dormir, amanhã será um dia cheio.

AMADO PELO MEU CHEFE - (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora