Capítulo 16 - APMC

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(Paul)

Finalmente, eu o encontrei. Encontrei o meu filho, que foi tirado de mim quando sua mãe tinha concebido a luz e logo morreu no parto. Eu sabia que era ele, os nossos sobrenomes são iguais, fiz muitas e muitas pesquisas quando ele se matriculou neste colégio e agora o encontrei, preciso contar a verdade para ele mas de maneira sútil, não quero pegá-lo de surpresa, o meu menininho está vivo. Mas por que me tiraram ele, por quê? Diversas investigações foram feitas e era inútil, ninguém encontrava nada, mas quando soube que teria um garoto com o mesmo sobrenome que o meu, eu tinha certeza que era ele. Passei noites em claro com ansiedade só pensando na possibilidade dessa minha certeza ser um fato concreto, eu sei que pode ser coincidência pelo sobrenome, mas por que não trocaram na certidão? E o nosso sobrenome não é comum, nossa o meu filho está vivo e perto de mim. Quando ele nasceu ele tinha um sinal no mesmo lugar que eu, e era idêntico ao meu, que fica na altura do peitoral, uma mancha não muito grande, se ele tiver essa mancha não me restará dúvidas, mas quero fazer um exame de DNA para ter a certeza de verdade. Ele não tem condições para se manter, preciso saber do seu passado, preciso saber o que fizeram com ele. Maluff me lembra minha falecida esposa, negra mas não era retinta, os olhos cores âmbar iguais aos da mãe, o tamanho, tudo... tudo me lembra a minha falecida esposa, ela se chamava Alyssa. Fiquei desolado quando soube que perdi os dois naquela noite. Os enfermeiros disseram que meu filho havia nascido com algum problema e depois disso, nunca mais o vi. Foi vendido? Não sei. Eu não tinha as respostas necessárias. Quando eu os perdi, me mudei para Nova York, para tentar recomeçar a minha vida, atualmente sou professor de biologia, sou biólogo e também faço doutorado em psicologia. Meu filho, é o melhor da turma, é um bom aluno, é responsável, tem as melhores notas, eu sinto orgulho dele de verdade. Mas será que ele vai acreditar em mim? O que vai acontecer? Só preciso de um pouco mais de paciência para conseguir a confiança dele.

Algumas semanas se passaram, e eu estava mais próximo de Maluff, eu demonstrava confiança para ele, mas ainda eu não poderia revelar nada, nem deixar evidências de que ele era meu filho, eu já tinha todos os documentos em mãos, o que restava era o exame de DNA. Maluff, estava mais sorridente e me contou do caso com o James Lancaster, eu o aconselhei para que ele não se machucasse futuramente e ele me ouviu, só quero a felicidade dele. Todo o passado doloroso que sofreu, eu já sabia, ele havia me dito cada detalhe do que aconteceu e que sua vida não tinha sido fácil. Cada palavra que saía de sua boca, eram lágrimas que caíam como cachoeiras em meus olhos, assim como eu, ele chorava também.

- Shhhh, calma, calma meu anjo. Eu não vou deixar ninguém machucar você desta vez, eu prometo. Não chore, estou aqui, tudo vai ficar bem. (Paul)

- E-eu não s-sei porque eles faziam essas atrocidades comigo. (Maluff)

Ele dizia suplicando, sua voz estava fraca e ele soluçava constantemente.

- Eu entendo você, filho. Mas não chore por causa deles, você é forte, tem bravura, é inteligente, você é muito mais do que eles, eu prometo que vou cuidar de você de agora em diante. (Paul)

- Mas, por quê? (Maluff)

- Como eu te disse, eu perdi meu filho, me tiraram ele. E isso qualquer pai faria por um filho mesmo que fosse de consideração. (Paul)

- Você me considera seu filho? (Paul)

- Claro, claro que sim... meu filho. (Maluff)

Eu o abracei e ele me apertava forte, como se precisasse de um pai em sua vida. Mal ele sabia que estava abraçando o verdadeiro pai. Meu filho confia e acredita em mim, logo logo, ele saberá a verdade.

- Eu tenho que ir professor, James está me esperando. (Maluff)

- Tudo bem, Maluff. Fica bem, e qualquer coisa que precisar, qualquer coisa. Pode falar comigo, fará isso? (Paul)

- Farei sim, muito obrigado. Estou mais calmo agora, obrigado por me tranquilizar. (Maluff)

- Até amanhã, filho. (Paul)

- Até amanhã, pai. (Maluff)

Quando ele disse "pai" meu coração foi preenchido, eu era uma nova pessoa, eu estava muito feliz de verdade, ele me chamou de pai mesmo não sabendo que sou biologicamente o seu pai, ele me chamou pelo tal e estou muito honrado com isso, eu sei da sua orientação sexual, ele havia me contado também que era hermafrodita mas eu o amava mais ainda independente de qualquer coisa, irei protegê-lo do mundo. Ele saiu da sala de aula, estávamos sozinhos conversando. Eu estava tão feliz porque ele me chamou de pai, a inocência dele me cativa a cada dia, o momento certo está chegando e aí sim, ele saberá de tudo. Fui até o estacionamento, entrei em meu carro e dirigi até a minha casa. Liguei o rádio e estava tocando uma música que me transmitia paz, era da Beyoncé, eu cantarolei até a volta pra casa, pensando em meu filho.

AMADO PELO MEU CHEFE - (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora