Capítulo 18 - APMC

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(James)

Eu estava fora de mim, nunca agi com ele daquela maneira e pelo óbvio, ele foi embora sem me dizer sequer uma palavra. Eu estava com ciúmes, sou um ser humano, não me julguem. Eu acredito e confio nele, mas estava cego pelo fato de perder ele por outro cara, ele partiu e me deixou. Disquei seu número várias vezes mas ele não atendia, confesso que entendia o lado dele, provavelmente estava chateado comigo, mas insisti nas ligações e foi inútil. O que mais me doeu foi vê-lo sair pela porta dos fundos, como ele fazia quando começou a trabalhar aqui. Eu só queria tê-lo de volta para mim, mas como? Tentei dormir na madrugada mas eu não estava em paz comigo mesmo, por que fiz aquilo com ele? Dava reviravoltas na cama, o seu perfume doce estava impregnado nos lençóis, aliás por toda a cobertura.

Não fui para a empresa, não estava nos melhores momentos, eu só continuei na cama e admirando as fotos de Maluff em meu celular, dos nossos momentos juntos e felizes, isso seria um fim? Ele me devolveu o amor, a enxergar a vida de uma maneira melhor, eu devo tudo isso à ele, mas o que ele ganha em troca? Minha arrogância, pobre Maluff. Porém, ele continuará sendo o meu pequeno, eu o amo, e sei que ele me ama também.

Durante a noite, fui na escola que ele estudava e fiquei do horário que ele entrava, até o horário em que ele saía, com esperanças, mas ele não apareceu... ele não havia entrado, e não havia saído. Entrei no carro e voltei para a casa pensando no pior, que o culpado era eu, foi por isso que o Steven morreu, por culpa minha. Trajetei de volta para a casa entristecido e refletia nos meus impulsos e atos que só prejudicaria a mim e a quem gosto. O céu da noite estava triste como o meu rosto, a lua se escondia em uma nuvem repentina, eu lamentava. As luzes de Nova York, iluminavam a cidade com movimentos simples de pessoas nada aglomerada. Em casa, subi os degraus da região e segui para suíte, me refrescando com a fria água que encharcava meu corpo. Eu precisava tirar esse peso de mim, fui até o quarto e pelado estava e foi como eu fiquei, me lancei na cama pensando no meu menor.

Me desperto aos poucos estava mais disposto no que o dia anterior, mas ainda meu coração estava ferido e amedrontado pelo fato de eu perder Maluff. O lado oposto da minha cama estava carente, o lugar é dele, só dele ... será que ele virá hoje? Estou perdido e preciso me encontrar, o meu corpo estava vivo, mas a minha alma estava morta, o que farei? Quero lutar nessa guerra sem armas, mas como? Ele não me destruiu, vou lutar pela nossa paz. Novamente, decido não ir para a empresa e cuidar da casa, para florar minhas ideias como Maluff sempre faz, como ele havia me ensinado. Ele me ensinou a amar, cuidar, proteger, resgatar... a ser sobrevivente. Eu continuo respirando, estou vivo! Para resgatar nosso amor, pequeno.

Enquanto organizava minhas ideias fazendo tudo que Maluff se disponibilizava em fazer, notei três frascos de Whisky Johnnie Walker Red Label, eu enxergava resultados na bebida, despejei um dos frascos em minha boca me aliviando da dor aflita e entristecida que amaldiçoava o meu corpo e o meu coração. Bebia mais e mais, sem cessar mas eu continuava firme na vida, não fecharei meus olhos e nem olharei para baixo, mantive meu corpo alcoolizado, estou destruído e preciso fugir disso, estou envergonhado. Um, dois, três e bebo novamente, bebi todas até perder a conta, senti minhas lágrimas enquanto seco-as. É um círculo vicioso.

O sol nasceu, estava destruído, jogado no sofá como um objeto qualquer em um lugar sem importância, com um forte odor de álcool, eu estava com vergonha de mim mesmo, como eu poderia ficar inconsciente por causa de bebidas? O Maluff teria o mesmo constrangimento que estou tendo de mim mesmo, eu prometi ser forte, mas olha só o que está acontecendo! Um homem adulto, irresponsável se deixando levar por bebidas, era uma fase péssima, eu ainda não tinha notícias do meu menor, o que devo fazer?

Me desapego daquele estado deplorável, erguendo meu corpo do estofado de couro italiano e me enterro na banheira lavando meu corpo da bebida. Eu estava triste, claro. Mas encarava tudo aquilo da maneira errada e da pior maneira possível. Maluff, teve seu passado obscuro e triste, mas ele sempre enfrentava da melhor maneira possível e não se entregava para qualquer porcaria, tinha que ser como ele, forte e regenerado, eu vou voltar para você pequeno, eu sinto que está precisando de mim... vou atrás de você.

AMADO PELO MEU CHEFE - (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora