Capítulo 21 - APMC

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Finalmente, depois de alguns dias, voltarei a trabalhar para o James. Não sei se esta decisão seria boa ou ruim, mas era necessária. Paul, quero dizer, meu pai, relutava bastante para que eu descansasse e não fazer esforços como o médico havia aconselhado. Mas não obteve êxito, eu já estava decidido trabalhar até o momento em que eu aguentasse. Eu estava em meu quarto me aprontando para o trabalho, como não saberia a reação de James, vou entrar pela porta dos fundos, logo sinto uma presença familiar, era o Paul.

- Filho, eu ainda acho que não é uma boa ideia. Você sabe que precisa descansar, e mesmo que faça meros esforços, não será bom nem para você e nem para os meus netos. (Paul)

- Pai, eu já estou decidido. Não posso ficar sem trabalhar e ficar dependendo do senhor, não quero isso pra mim. Sempre fui um jovem humilde e pobre, sempre corri atrás do meu dinheiro para sobreviver, ainda mais agora que terei dois filhos. (Maluff)

- Eu já disse que vou cuidar de você e dos meus netos, não faltará nada para você e muito menos para eles. Mas meu filho, mesmo que esteja chateado com o James, não acha que ele tem o direito de saber que ele também é o pai dessas crianças? (Paul)

- Sim, pai. Mas eu não posso dizer isso, ele não acreditará. Vai me acusar com insinuações de traições por eu ter me aproximado mais do senhor. A propósito, ele não sabe que o senhor é o meu pai biológico, pretendo manter isso em segredo pelo menos por enquanto. (Maluff)

- Sua barriga vai crescer filhos, e aliás já está grandinha. Como pretende esconder? (Paul)

- Eu usarei roupas mais largas, mais folgadas. Simplesmente tentar dar uma de Kylie Jenner, se ela conseguiu esconder sendo famosa, por que eu não esconderia sendo uma pessoa comum? (Maluff)

Paul balança a cabeça negativamente, soltando leves risadas.

- Bom, pai. Agora vou ir trabalhar, não se preocupe comigo, mandarei notícias quando chegar lá e quando sair. Vou para a minha casa, certo? (Maluff)

- Claro que não, eu vou te buscar. Não vou deixar você ficar sozinho ainda mais no período de gestação. É meu filho, e não quero te perder por mais nada desse mundo. (Paul)

Ele se aproxima mais de mim, e me puxa para um abraçado enquanto alisa as minha madeixas castanhas. Eu já estava acostumado com esses abraçados repentinos do meu pai, eu gostava bastante. Agora sim, tenho uma família de verdade, meu pai, meus filhos, mas o James ainda não saía da minha cabeça, eu ainda o amo. Eu não posso ter o suficiente sem ele, deve ser amor na cabeça. Nos afastamos do abraço e nos encaramos profundamente.

- Não vou deixar mais nada tirá-lo de mim, filho. (Paul)

- Eu acredito, pai. Estou muito feliz tendo o senhor ao meu lado. Agora eu preciso ir trabalhar, tudo bem? (Maluff)

- Tudo bem, eu te levo. (Paul)

Saímos do quarto em que eu estava, Paul já tinha me dito que desejaria que eu me mudasse para morar com ele, mas eu ainda estava refletindo no assunto, mesmo sabendo que ele era meu pai, eu não queria abusar da bondade dele. Fomos até a sala de estar, onde ele se aproxima em uma bancada e apanha uma penca de chaves, provavelmente a uma das era a chave do carro. Fomos até o veículo, vejo o destravar e assim entro junto com ele. Meu pai arrasta o carro em direção ao meu destino cruel, dizem que o tempo cura tudo de ruim, mas por que ainda não fui curado? Recostei meu pescoço na janela do carro, e todo caminho em que eu traçava se tornava passado, eu estava com medo e feliz ao mesmo tempo, afinal de contas, eu iria ver o meu amor.

- No que pensa, filho? (Paul)

- No James, pai. (Maluff)

- Você o ama muito, não é? (Paul)

- Muito pai. Mas não sei como será daqui em diante. (Maluff)

- Simplesmente deixe acontecer, não force a barra e dê tempo ao tempo. Se ele te ama, vai querer se acertar com você. (Paul)

- É, acho que tem razão. (Maluff)

Ele sorriu, e voltou a ter direção na estrada. O dia estava ensolarado, as crianças e os cachorros corriam pelo parque, as vitrines estavam abertas, e outras fábricas. Casais e seus filhos passeavam juntos, homens de ternos andavam apressadamente, a mesma rotina de sempre. Fujo dos meus pensamentos quando me reparo com a cobertura onde James vive, respirei profundamente e tentando montar uma maneira de como vou lidar com a presença dele.

- Bom, o GPS sinaliza que é aqui. (Paul)

- É aqui mesmo, pai. (Maluff)

- Cuidado filho, se esse homem te machucar ou tentar algo, saia imediatamente da cobertura e me ligue, eu falo sério. (Paul)

- KKKKKKK, não se preocupe pai, ele não vai me agredir. Bom, é melhor eu indo, até mais tarde. (Maluff)

- Até, filho. Vem cá.

Ele novamente me prende em um abraço e marca meu rosto com um beijo nada ousado. Nos despedimos e eu caminhei lentamente até o lobby da cobertura, vagando pelos enormes corredores de luxo, analisando os mesmos detalhes de quando eu costumava a entrar pelo elevador de serviço, o que farei novamente a partir de agora. Espero as portas do elevador se abrirem para me atirar dentro do mesmo, buscando o último número do andar, aonde ficarei. Entro na cobertura pela área de serviço, caminho até a cozinha silenciosamente até me reparar com ele, o amor da minha vida que estava sem camisa e usava um cueca box cinza, que se surpreende com a minha chegada. Ele estava sentado na cadeira da cozinha e se levanta ao me ver.

- Maluff! (James)

AMADO PELO MEU CHEFE - (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora