Capítulo 17 - APMC

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(Maluff)

A cada dia, eu estava mais próximo de Paul, depositei toda a minha confiança nele, assim como fiz com James, eram os únicos homens que eu confiava, James meu homem, e eu considerada o Paul, como meu pai. James não gostava dessa aproximação, como eu não tinha segredos com ele, afirmei que Paul tem sido muito compreensivo, e era como um pai para mim.

- Maluff, não quero você perto desse homem! (James)

- Mas amor, ele não fez nada demais. (Maluff)

- Não gosto dessa aproximação de vocês. Você é tão inocente que nem sabe a real intenção disso. (James)

- Ele não me faz nenhum mal, James. Entenda, temos histórias parecidas, ele perdeu o filho dele assim quando nasceu, e perdeu a esposa também. Ela faleceu no parto e o bebê, ele nunca mais viu depois que as enfermeiras o levaram para a suposta incubadora. Ele se mudou anos depois para cá, e mesmo depois de dezoito anos, ele ainda se culpa. (Maluff)

- O que te garante que isso é verdade? (James)

- James, ele estava aos prantos me contando detalhadamente tudo que havia acontecido. (Maluff)

- Maluff, pelo amor de Deus! Encenação existe, sabia? (James)

- Eu não acho que ele iria inventar tudo isso, a troco de que ele faria isso? (Maluff)

- Querer roubar você de mim. (James)

- Claro que não, ele não é assim. (Maluff)

- Vai ficar do lado dele? (James)

- Eu não estou do lado de ninguém, James. Meu coração é seu, eu amo você. Mas você precisa parar de agir na defensiva, observe as coisas que você fala, nem todo mundo são pessoas ruins, James. (Maluff)

- MALUFF EU SÓ QUERO PROTEGER VOCÊ, NÃO ENTENDE ISSO? (James)

Ele grita.

- Por que está falando assim comigo? (Maluff)

- PORQUE EU NÃO QUERO ESTE HOMEM PERTO DE VOCÊ, PARA DE TEIMOSIA, AGORA! VOCÊ VAI SE AFASTAR DELE OU VAI SE AFASTAR DE MIM! (James)

Ele estava descontrolado, fora de si. Logo, ele acomodou-se em uma poltrona e elevou seus palmares até sua cabeça com a mesma fixando para o solo.

Ouvir aquilo foi uma facada em meu coração. Respirei fundo, sem dizer uma palavra, apanhei todas as minhas coisas, e saí daquela cobertura como fazia logo quando comecei a trabalhar aqui, pela porta dos fundos. Firmei meus calçados em direção ao ponto de ônibus, não estava com clima para ir para a escola e voltei para a casa, triste e chorando. Eu estava com raiva, mas ele ainda estava dentro de mim.

Eu o amava, mas eu não poderia apagar aquele momento que ele pôs lágrimas em meu rosto. Eu sei que eu o amo, mas não quero ter um coração partido, não quero interpretar um garoto de coração partido. O ônibus não demorou muito, e me guiou para casa. Recostei minha cabeça na janela e refleti os melhores momentos que eu tinha com o James, e eu só chorava. Cheguei em casa com inúmeras ligações em meu celular, era ele, não atendi nenhuma e não vou atender, só espero que ele não venha até mim. Eu estava triste demais para recebe-lo no momento. Me lancei na cama e de tanto chorar, acabei adormecendo.

Acordo com um telefonema, era o professor Paul, deslizo a tela com meu palmar para atender.

- Alô? (Maluff)

Digo, em um tom sonolento.

- Maluff desculpas, te acordei? (Paul)

- Oi, professor... não, eu estava acordado. Aconteceu alguma coisa? (Maluff)

- Não foi  para a aula ontem, o que houve? (Paul)

- Estive com algumas dores fortes, não pude ir. (Maluff)

Minto, mas não estava disposto a encarar aquela situação.

- Dores em quais regiões? (Paul)

- Na cabeça. Estava forte demais. (Maluff)

- Vai para aula hoje? (Paul)

- Acho que sim. (Maluff)

- Até filho, e melhoras. Qualquer coisa me liga, por favor. (Paul)

- Até, ligarei sim! Obrigado! (Maluff)

Encerramos a ligação, ainda estava triste pelo ocorrido na noite anterior. Será que terminamos? O que vai acontecer? Eu decido não ir para a casa dele, não estava afim de criar um conflito, mas as ligações dele não cessavam, e havia diversas mensagens no whatsapp, pedidos de desculpas, e muitas insistências para responde-lo. Sabia que não será fácil, mas não vou responder ele no momento, ele precisa refletir na dor que me causou.

Para esquecer e me aliviar dessa tristeza, decido fazer o que faço de melhor, organizar a casa. Comecei os afazeres pela cozinha, estava levemente distraído. Não demorou muito e começo a sentir enjoos e uma tontura forte, que precisei me acomodar no sofá da sala. Uma sensação de embrulho no estômago e quando menos percebo iniciei vômitos, atrás de vômitos. Tentei correr para o banheiro, mas foi inútil, a tontura era forte demais, e os vômitos estavam incontroláveis. Me estabilizei por alguns instantes, para neutralizar o enjoo, e sinto leves melhoras. Me desloco para o banheiro, e retorno com materiais de limpeza, e fiz o asseio do local, limpando o vômito.

As horas corriam, e o relógio apontava para às 19:20 PM, eu já estava melhor e a casa estava toda limpa e organizada. Vou até o banheiro para tomar banho e após finalizar o mesmo, me visto e carrego meus materiais didáticos para ir para a escola. Não queria ir ônibus, e decido pedir um uber pelo aplicativo e espero o motorista. Em instantes ele para em frente a minha residência, adentrei no veículo, cumprimentei o rapaz e seguimos viagem.

Paramos no exterior do colégio, paguei a corrida e entrei no lugar. Estava no corredor de salas e não estava tão cheia como de costume, caminhei em passos leves até que sinto novamente enjoos novamente e de repente tudo fica escuro, e ouço pessoas gritarem meu nome, inclusive uma voz conhecida, de quem seria essa voz? Acabo desmaiando no corredor.

AMADO PELO MEU CHEFE - (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora