Capítulo 21

122 14 65
                                    

Assim que o avião aterrissou sentiu o coração apertar mais. Olhou para a poltrona mais a frente e viu Isabelle dormindo. Suspirou e voltou a olhar para fora, lembrando de tudo que tinha acontecido durante a viagem. 

— Dormi a viagem toda — Isabelle caminhava ao lado dela pelo corredor que dava ao saguão. Delphine apenas olhou de relance e sorriu. Não conseguia levar tudo na boa como ela. 

 Com muito esforço e paciência, conseguiu pegar sua mala na esteira. Esperou Isabelle fazer o mesmo e então voltaram a caminhar até a área dos táxis.

— Vou pagar um táxi para você, está noite e eu preciso ir direto para casa — disse tirando uma certa quantia em dinheiro da bolsa.

— Não, Del — negou o dinheiro assim que ela estendeu — Vai para casa, se resolve com Cosima e qualquer coisa me liga — sorriu e abriu os braços, recebendo a loira neles em seguida — Obrigada por tudo.

— Eu que agradeço — sorriu se desvencilhando. A observou ir até o taxista, que guardou suas malas e em seguida saíram, indo para longe — Okay vamos lá — respirou fundo se aproximando de um outro taxista parado próximo.

Não notou o tempo passar, os pensamentos e a dor crescente no peito lhe fizeram perder a noção do tempo. Quando o táxi parou na frente do condomínio, respirou fundo e fechou os olhos, tentando prolongar o momento.

— Obrigada, pode ficar com o troco — agradeceu assim que ele lhe ajudou com as malas. Se identificou na portaria e andou pelas ruas ali, lentamente deixando o corpo pesar.

Chegou em casa e seu corpo tremeu. Achou as chaves no bolso e colocou na porta, girando lentamente. Abriu e entrou, se deparando apenas com a luz do luar na sala. Fechou a porta e acendeu a luz, notando que estava tudo em silêncio.

— Amor — chamou jogando as chaves no aparador — Cheguei — caminhou um pouco deixando a mala ao lado da porta. Tirou o casaco e colocou sobre as costas do sofá. Seguiu para a cozinha, e ao se aproximar ouviu uma música familiar. Se encostou no batente da porta, admirando aquela que tanto amava dançar enquanto cozinhava.

— AI QUE SUSTO — gritou levando a mão no peito, assim que virou e se deparou com Delphine — É você — respirou ainda com a mão no peito e sorriu docemente.

— Claro que sou eu — riu sem vontade e se aproximou dando alguns selinhos demorados.

— Fiz um jantar para te esperar — sorriu descolando os corpos. Delphine respirou fundo, como se ela ter se afastado naquele momento tivesse sido como tirar um pedaço do seu coração.

— Amor... — sorriu fraco pegando sua mão livre, já que com a outra ela mexia a panela

— Sim ? — indagou sem tirar os olhos do fogão — Ótimo — comemorou desligando a chama, e então virando em seu eixo para encarar a esposa — O que foi, amor da minha vida — sorriu enlaçando seu pescoço. Delphine apenas segurou em seus braços, tirando eles do seu pescoço.

— Eu não quero te perder — respirou pesado e se afastou, ficando de costas.

— Aconteceu alguma coisa, amor ? — perguntou preocupada, tocando em seu ombro.

— E-eu — virou a olhando com os olhos marejados — Eu te amo.

— Eu também te amo — sorriu acariciando seu braço — Vamos jantar e depois conversamos.

Delphine assentiu e foi até a sala de jantar, onde encontrou uma mesa arrumada de maneira delicada. Fechou os olhos sentindo as lágrimas encherem seus olhos.

True ColorsOnde histórias criam vida. Descubra agora