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— Amanhã vou falar com seu pai e explicar a situação de Isabelle — sentou ao seu lado e levou a mão na nuca dela, acariciando — Vou demiti-la e tratar de arrumar outra microbiologista.
— Por favor não — balançou os pés na água, encarando o reflexo da lua nela — Vamos conversar com ela, tentar entender toda a situação — suspirou e encarou os arbustos perto do muro de frente — Antes de eu saber quem era ela, enxergava uma pessoa boa. O fato dela ter mentido o nome e as intenções que veio parar aqui não me agradam, mas acho que ela ainda pode ser a pessoa boa.
— E se ela estiver mentindo ? — fechou os olhos e colocou os pés na piscina também — Eu estou com medo. Medo de te perder, medo de alguma coisa acontecer com nós ou alguém que amamos — abaixou a cabeça deixando uma lágrima escapar — Eu só preciso de algo para me erguer, me dar esperança de que ainda vamos viver felizes.
— Amor — tocou sua coxa — Ainda vamos ser felizes. Eu prometo — piscou e acariciou de maneira carinhosa.
— Eu te amo — sorriu e a beijou, apertando sua cintura com as mãos — Por favor, fique bem. Não posso te perder.
— Amor, o que eu tenho não é tão sério. Vou fazer o tratamento certinho e vou melhorar — sorriu e acariciou sua bochecha — Eu juro — recebeu um sorriso e retribuiu com um selinho demorado — Agora vai buscar uma garrafa de vinho, precisamos relaxar.
— Você quer me deixar bêbada para se aproveitar do meu corpo — falou mais alto por causa da distância e Cosima gargalhou. Depois de alguns minutos Delphine voltou e sentou, servindo primeiro a esposa e depois a si — A isso é muito bom — se deliciou e olhou para o céu, fechando os olhos — Nunca pensei que a vida seria assim, tão complicada — riu se vontade e continuou com a cabeça inclinada, sentindo o vento bater nos cabelos.
— Amor — a chamou e colocou a taça ao seu lado.
— Oi — respondeu virando o rosto em sua direção.
— Você pensa em ter filhos?
— Nunca pensei sobre — mentiu sentindo o peito arder — Você não quer né? — acariciou seu rosto com um olhar triste.
— Eu nunca parei para pensar nisso — começou a gesticular nervosa — Tipo eu nunca havia me imaginado tendo filhos. Talvez um cachorrinho, mas um filho não, eu não tinha pensado nisso.
— Eu amo crianças — sorriu sem vontade, voltando a bebericar o vinho e olhar a água — Mas entendo sua decisão e vou respeitá-la — levantou e Cosima ficou sentada, olhando para os pés na água.
— Quando eu comecei ter crise com mais frequência, logo associei com uma doença séria. Me culpei e senti medo de morrer. Medo de não ter vivido mais, arriscado e feito coisas que queria — sorriu fraco virando todo o vinho na boca — Anos atrás quando eu ainda pensava nesse assunto, era assustador pensar em ter filhos. Tipo como eu cuidaria de uma criança ? — riu fraco e negou com a cabeça — Até você entrar em minha vida e eu começar olhar para toda criança e imaginar como seria. Comecei a sorrir imaginando uma criaturinha te chamando de mãe — ficou em silencio por uns minutos sob o olhar atento da esposa — Eu comecei imaginar como seria ter um bebê com a sua carinha, com esses olhinhos e os cachinhos loiros. — suspirou e sorriu, olhando para Delphine — Sim eu quero, amor.
— Quer ter filhos? — perguntou deixando um sorriso fraco escapar entre os lábios, tinha medo de ter entendido errado.
— Quero um filho com você — levantou ficando de frente para ela — Eu quero ter um filho seu — Delphine sorriu deixando as lágrimas rolarem — Com esse jeitinho todo meigo que me encantou desde a primeira vez que eu te vi. Com esses cachos rebeldes — sorriu colocando uma mecha do cabelo dela trás da orelha. Delphine riu entre as lágrimas que ficavam mais intensas.
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True Colors
Fanfiction2° temporada de "Colors" Como pensar apenas no futuro, quando o passado volta a bater em sua porta?. A felicidade é apenas um estado da alma, só aprendemos a dar valor a esse estado, quando não se faz mais presente. O passado pode custar a felicidad...