Capítulo 59

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4 anos depois

Cosima POV

Se me perguntassem 10 anos atrás sobre maternidade eu ia soltar uma gargalhada e falar que isso não era para mim, e talvez não fosse. Não naquele momento. Tudo na vida tem seu tempo certo, todos temos a pessoa certa para dividir medos, dores, alegrias e sonhos.

Nesse momento encaro meus dois primogênitos enquanto dou de comer para a princesinha da família. Os mimados da Delphine, meus terrorzinhos. Nossos tesouros. Mas claro que como são meus filhos as coisas não são como comercial margarina. Desperto dos devaneios com minhas duas criaturas brigando.

— ESSA CANECA E MINHA — Tony implicava com o irmão.

— Anthony pega outra, o gosto vai ser o mesmo — tentei o convencer voltando a dar papinha de bolacha na boca de Cecilia que batia as mãozinhas animada com alguma coisa.

— Ele roubou minha caneca — cruzou os braços fazendo birra.

— O que está acontecendo aqui? — a voz firme de Delphine chamou atenção de todos. Tanto os meninos como eu arrumamos a postura e nos calamos — Nossa, sou tão intimidadora assim? — sorriu pegando uma caneca para se servir de café.

Sorri ao ver a cara amassada dela. Minha esposa era linda até mesmo com o cabelo preso em um coque desleixado e uma camisetona de rock que ela roubou de mim.

— Anthony está brigando por uma caneca e Cecilia não quer comer — eu disse soltando o pratinho de Ceci sobre a mesa — Tente dar de comer a ela que eu vou ligar para Siobhan e ver que horas podemos ir buscar as roupas dos meninos.

Sorri e me retirei do local, sentindo o olhar de Delphine sobre mim. Após alguns de silêncio ouvi ela se pronunciar, de maneira firme.

— E então? — ouvi silêncio — Anthony, pega outra caneca e toma seu café sem birras. Lohan come direito que vocês precisam se arrumar. E a senhorita dona Cecilia, o que faço com você?

Como se mudasse da água para o vinho, as intrigas entre os gêmeos cessaram, agora eu conseguia ouvir gargalhadas dos meninos e resmungos de Cecilia que parecia ter nascido com um rádio na goela. Após a ligação rápida retornei para a cozinha, encontrando Delphine passando manteiga no seu pão.

— Siobhan contratou uma equipe para nos ajudar e ajudar o Felix aqui, então já sabem a casa vai estar cheia em menos de duas horas — falei pegando a xícara de Delphine que me olhou incrédula — O vovô Gene vai trazer as roupas e isso é seu — sorri e lhe devolvi a xícara, sorrindo.

— Beijo — pediu apontando para os lábios e assim fiz, deixando ali um selinho molhado.

Ao me afastar encontro o sorriso que me conquistou, sinto o ventre congelar e balanço a cabeça afastando os pensamentos sujos que surgiram

— O casamento do tio Fee é só às 16:00 mas quero vocês prontos antes das 14:00. Entendidos? — lancei um olhar firme e os gêmeos assentiram.

Claro que isso não daria certo. Afinal eles são meus filhos, atraso é meu segundo nome.

14:04

— Ceci, onde você está? — Delphine surgiu no jardim procurando por nossa filha, que gargalhava. Eu sabia onde ela estava, mas a cena estava divertida demais para estragar. — Tudo bem, Ceci. Você venceu — bufou e jogou as mãos para o alto, colocando na cintura em seguida — Agora pode sair de onde está — disse e logo escutou a risada dela que saiu de dentro da casa de Zeus, o golden retriever que era seu braço direito nas suas traquinagens.

— Vem me pegar maman — bateu palminhas vendo Delphine se aproximar. Assim que ela estava a poucos passos, Cecília começou a correr gargalhando, sendo seguida por minha esposa.

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