Capítulo 26

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— Senhora Cormier... — o homem tocou em seu ombro mas Gene o interrompeu.

— Por favor, fala logo —  disse firme e o médico o olhou calmo.

—  Ela está bem, mas perdeu muito sangue. Infelizmente o tipo sanguíneo dela é O- e está em falta no banco.

—  O meu é AB+ — Gene soou irritado

—  Sou A+ —  fechou os olhos e respirou.

—  Eu sou O- —  A voz de Rachel os assustou, fazendo olharem para ela que estava parada atrás dos dois — Estou apta para doar.

—  Me acompanhe, vamos fazer todos os procedimentos —  o médico sorriu e Rachel passou por eles, sumindo com o doutor pelo corredor.

— Percebeu que ela sempre aparece sendo salvadora da pátria ? —  Delphine olhou para o corredor vazio enquanto Gene fazia o mesmo.

— Talvez esteja tentando pagar por quase ter tirado a vida da própria irmã —  soltou um riso nasal —  Rachel nunca foi fácil, tem uma personalidade forte.

— Não deve mascarar o mau caráter dela dizendo que tem a personalidade forte. Ela errou e admitiu, o senhor deve aceitar isso —  disse irritada e voltou para sua poltrona.

— Sabe, Delphine — se aproximou e sentou ao seu lado — Muitas vezes cometemos erros, mas nunca é tarde para tentar consertar. Fazemos coisas por impulso, agimos sem pensar ou com a intenção de proteger o outro, como foi meu caso com Cosima e Sally — pausou dando um sorriso fraco — Rachel errou, e muito. Mas ela se arrependeu e pediu perdão. Você com certeza já precisou pedir perdão a alguém, e sabe que o mais desesperador é se auto perdoar quando o estrago é grande. Respeito sua ideia sobre a Rachel, mas queria pedir para dar uma chance a ela. Apenas uma chance e mais nada.

— Posso tentar, mas se ela falhar novamente o senhor saiba que eu não vou olhar para ela da maneira que o senhor olha. Ela tem o meu perdão, mas espero que tenha a ciência de saber que comigo não é assim que funciona. Se ela machucar Cosima mais uma vez eu acabo com ela — o olhou firme e recebeu um sorriso sincero do sogro.

— Minha filha tem muita sorte — disse e levantou tocando no ombro de Delphine — Não cometa com Cosima os mesmo erros que cometi com Sally. Esconder não é proteger — deu uma piscadela e soltou dela — Vou pegar café, se os médicos chamarem me avise.

— Okay — sorriu fraco e o assistiu sair pela porta que levava ao refeitório.

— Senhora Cormier ? — uma mulher se aproximou e Delphine ergueu o olhar — Detetive Deangelis — se apresentou e ela levantou estendendo a mão para cumprimentar, mas viu o sangue e logo puxou, antes dela apertar.

— Me desculpe, não tive tempo de limpar — sorriu fraco e voltou a sentar.

— Não se preocupe. Compreendo que deve estar em choque ainda.

— Pedimos desculpas, mas temos algumas perguntas de rotina sobre o atentado contra sua esposa, se não for uma hora inoportuna, é claro — o moreno mais alto perguntou, pegando seu bloco de anotações.

— Sem problemas, não tenho muito o que fazer além de esperar — suspirou.

— Precisamos saber exatamente o que aconteceu — a detetive perguntou de maneira calma

Após um extenso interrogatório a detetive e o policial deixaram o local. Voltou a se sentar, sentindo a cabeça rodar. Estavam perdidos em um mar de "até quando" e "porque".

— MINHA FILHA, QUERO NOTÍCIAS DELA — uma mulher magra, de cabelos loiros berrava com a moça da recepção, que tentava acalmá-la. Delphine saiu do mar de pensamentos e desviou o olhar para lá.

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