Capítulo 54

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Delphine, atordoada, levantou e foi até a porta chamando por médicos. Cosima respirava profundamente e apertava os lençóis da cama a cada segundo. A enfermeira que lhe atendeu durante o dia entrou no quarto, seguida de uma equipe que logo a colocou na maca.

— Delphine... — sussurrou chorando sem parar.

— Você não pode acompanhá-la, ainda não tem a liberação da médica — a enfermeira sorriu e tocou no ombro de Delphine, que assustada não respondeu nada, apenas olhou a equipe levar Cosima. Ela foi levada para uma sala, onde a equipe a preparou e depois de alguns minutos a médica entrou.

— Pronta para receber seus bebês? — perguntou empolgada colocando as luvas.

— Del... — franziu a testa em dor que pioravam a cada segundo. Uma enfermeira ficou do seu lado segurando a sua mão — Quero Delphine.

— Por que ela não está aqui? —  a médica perguntou para Cosima, que apenas olhou de relance para a enfermeira. A médica repreendeu a mulher com o olhar —  Vá atrás da esposa dela e a prepare ela deverá participar desse parto — ordenou e a mulher rapidamente se retirou — Vamos lá, faça o máximo de força que puder. Respire e inspire — pediu com um sorriso doce.

Cosima se contorcia e fazia o máximo que podia.  

— Vamos Cosima, mais força, eles estão quase vindo —  a médica incentivou vendo Cosima gemer e pender o corpo para frente, fazendo força. Ela estava cansada, gritava de dor. A única coisa que conseguia pensar era em Delphine. Respirava rapidamente e apertava a mão de uma enfermeira mais velha.

— Muito bem, estamos quase lá — a enfermeira apertou sua mão com um sorriso doce.

— Doutor Evans, assuma aqui por um momento — a médica parou o procedimento e levantou preocupada, chamando alguns assistentes, sussurrando alguma coisa para eles.

— Doutora, o que é isso? O que está acontecendo? — Cosima se desesperou, estava muito cansada e sem forças. Seu rosto estava suando, assim como seu corpo. Suas mãos tremiam geladas sobre as mãos da enfermeira que a olhava preocupada.

— Calma, Cosima. Tivemos algumas complicações e você vai ser levada para uma cesariana de emergência, vai dar tudo certo. Apenas respire fundo e relaxe, não faça mais força. Logo seus bebês estarão aqui conosco — sorriu nervosa e se aproximou do médico que estava entre as pernas da morena — Doutor Evans vai assumir por um instante enquanto eu me troco.

— Okay —  respondeu fraco. Sua visão estava um pouco embaçada. Com a ajuda da enfermeira e alguns outros assistentes, sentou na maca. O doutor se aproximou e aplicou uma injeção que foi dolorosa demais para ser descrita por ela.

—  Agora vamos te levar para outra sala, apenas aguente firme — ele pediu e assentiu para que os rapazes presentes ajudassem na transferência dela. Cosima olhou de relance e se assustou com a quantidade de sangue que tinha derramado na outra maca. 

— Delphine —  pediu com a voz trêmula, se sentindo um pouco tonta e nauseada. Começou revirar os olhos, indicando que estava relutando. A enfermeira passou o dedo em suas pálpebras a fazendo fechar os olhos.

Cosima apagou por alguns instantes. 

Ao abrir os olhos lentamente, sentiu uma pressão sobre sua mão. Com dificuldade virou o seu rosto e avistou Delphine do seu lado. Ela usava máscara, touca e uma roupa azul. Estava segurando sua mão próxima do rosto enquanto observava a equipe se preparar.

— Amor — sussurrou fraca tomando a atenção de Delphine. Ela aproximou seu rosto e com o nariz acariciou a bochecha dela.

— Mon Amour — sussurrou e colou seus rostos, fazendo Cosima apertar sua mão com a pouca força que tinha.

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