Capítulo 29

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00:34

— Você deveria ir para casa — Felix disse a Delphine, que estava sentada ao lado de Cosima na cama.

— Paul mandou roupas por Gene e as enfermeiras me fizeram tomar banho enquanto ele ficou com Cosima. Me deram alguns calmantes e relaxantes musculares. Eu estou bem — sorriu acariciando a mão de Cosima — Quero ficar aqui com ela — sorriu depositando um beijo delicado em sua cabeça.

— Eu não consigo imaginar o terror que vocês passaram. Tentei chegar o mais rápido que pude, mas estava em reunião com um italiano e Siobhan resolveu que queria vir junto — revirou os olhos fazendo Delphine rir — Gene estava surtando, encontrei com Paul no tumulto ali fora e ele contou que tinham acabado de liberar a entrada dele.

— Art avisou ele assim que tudo se acalmou, conhece meu sogro — sorriu negando com a cabeça — O surto maior foi depois de ver Cosima. 

— Isabelle, ela...

— Presa — completou com certa pressa e rigidez na voz — Estão todos os envolvidos em processo de encarceramento. Acabou Felix — sorriu sentindo algumas lágrimas rolarem — Estamos livres.

— Não chora que eu sou emotivo — secou as lágrimas delicadamente e se aproximou, abraçando o tronco de Delphine — Agora vocês podem viver a vida de casadas da maneira certa, precisando se preocupar apenas com quem deixou a toalha molhada na cama — riu tirando uma risada de Delphine.

— Ou com enfermeiras atiradas — se desvencilhou dele secando as lágrimas. Felix riu e sentou nos pés da cama, colocando a mão sobre a coxa dela.

— Me conta — pediu sorrindo e Delphine riu fraco, ainda com os olhos inchados pelas lágrimas.

...

09:34

Delphine entrou no quarto e ficou no batente da porta olhando para a esposa que ainda dormia profundamente. Sorriu vendo seu peito subir e descer enquanto respirava tranquilamente. Se aproximou e sentou no pé da cama, fazendo cócegas em seu pé.

— Bom dia — chamou com uma voz doce e Cosima abriu os olhos. Seu sono estava leve por causa de tudo que havia acontecido. Levantou o olhar a encarou, abrindo um sorriso sonolento.

—  Bom dia, minha vida —  sentou com dificuldade e logo Delphine tratou de levantar para lhe ajudar — Que horas são ? — indagou ao ver que entrava um pouco de luz pela janela e tirando o barulho da TV que passava o jornal matinal o hospital estava silencioso, diferente do dia anterior.

— Nove e quarenta —  olhou no relógio de pulso e sorriu— Seu pai e Rachel já passaram te ver.

—  Rachel? —  franziu o cenho e Delphine assentiu —  Ótimo —  deu de ombros e levou a mão para o rosto de Delphine, acariciando  —  Eu nem acredito que  estamos bem — disse com seus olhos se enchendo de água. Lágrimas escorreram sem que ela pudesse controlar — Nós estamos em paz.

—  Finalmente acabou. Temos um momento de paz —  riu fraco —  Amanhã você ganha alta e então vamos para casa — sorriu e deu um selinho nela — A enfermeira trouxe seu café agora pouco —  levantou pegando a bandeja, voltando a se sentar agora mais próxima dela.

— Qual enfermeira? — sorriu vendo a expressão de Delphine fechar enquanto ela abria a embalagem de iogurte.

—  A atiradinha nunca mais vai te atender depois de ontem —  sorriu erguendo o olhar brevemente para Cosima, que sorria como uma criança sapeca.

— Sou moça casada — fez um tom engraçado arrancando uma gargalhada de Delphine — Amor... —  o tom agora era sério, o que fez Delphine colocar o iogurte novamente na bandeja e a olhar — O que aconteceu com a Shay? —  indagou e Delphine respirou fundo antes de falar.

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