Capítulo 43

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31 de dezembro...

— Vamos Cosima, temos uma cidade inteira para atravessar — Delphine chamava Cosima, que estava no quarto se arrumando — Amor, é a nossa primeira consulta — argumentava

— Calma, amor — ela gritou de volta — Temos o dia inteiro de folga, aquieta o fogo — bufou assim que apareceu na sala correndo.

— Você é maluca de ficar correndo assim? — disse preocupada, pegando a bolsa dela.

— Eu estou grávida, não aleijada — retrucou e fez cara feia — Delphine, nossa consulta é daqui quase a uma hora, por que você me apressou dessa forma? — ela perguntou, assim que pegou o celular que estava no sofá — Eu poderia ter pelo menos arrumado o cabelo direito, olha o meu estado — reclamou, apontando para a própria cabeça, onde os cabelos estavam todos puxados num coque bagunçado e presos de qualquer maneira.

— Você sabe que eu não gosto de chegar atrasada — tentou explicar, mas Cosima apenas rolou os olhos.

— Atrasada é diferente de extremamente adiantada — ela olhou no relógio — Vamos chegar muito antes da hora, se eu tiver que ficar lá esperando, você vai ver só.

— Dá pra você relaxar, por favor? A Doutora já disse que você não pode ficar se estressando a toa  — Delphine disse, olhando no seu celular, enquanto a esposa bufava parada a poucos passos dela.

— Se as pessoas cooperassem, eu não precisaria me estressar — respondeu atravessada.

— Hormônios... — ela cantarolou, encarando Cosima pelo canto dos olhos, vendo a sombra de um sorriso surgir em seus lábios — Qual é, amor. Relaxa ou eu te faço relaxar — se aproximou a agarrando pela cintura.

— Você anda muito chantagista — revirou os olhos olhando feio pra ela — E protetora

— Quero os amores da minha vida bem — sorriu fazendo biquinho. Cosima roubou um beijo dela e saiu correndo pela porta até a garagem — COSIMA SEM CORRER — gritou e correu atrás dela, trancando a porta de casa. Correu e abriu a porta do carro para ela.

— Tá vendo? — bufou e entrou, abotoando o cinto — Eu sou capaz de abrir uma porta, Cormier. Não me trate como uma criança  — riu mais abertamente, parecendo um pouco mais relaxada.

...

—  É aqui —  Delphine falou tirando o cinto e saindo rápido para poder abrir a porta pra esposa.

— Estou com medo — falou quando ela ofereceu a mão.

— Vai dar tudo certo, meu amor — segurou firme a mão dela, passando segurança para sair do carro. Delphine travou e seguiram para a entrada de mãos dadas, se deparando com uma enorme e moderna recepção no saguão principal.

—  Olá, bom dia —  Delphine chamou atenção de uma mulher que digitava no computador — Temos uma consulta marcada com a doutora Sluder.

—  Bom dia, qual é o nome da paciente?  —  a recepcionista perguntou a ela.

—  Cosima Niehaus-Cormier — disse animada e a mulher conferiu.

— A doutora deve chegar em alguns minutos. Podem subir, é no sétimo andar — sorriu e Delphine assentiu, indo se sentar ao lado de Cosima no sofá.

— A médica está um pouco atrasada — disse sentando ao lado dela, que olhou de canto.

— Viu apressadinha? — ela riu e deu um beijo curto em Delphine — Na próxima me deixe arrumar o cabelo — Delphine apenas riu do comentário, era melhor não contrariar.

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