Capítulo 46

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04 de janeiro. Santorini, Grécia

— Eu não aguento mais, Delphine — disse se abanando com o folheto de guia da viagem —  Eu vou morrer frita dentro desse carro e a culpa vai ser sua. 

— Claro, ficar dentro de um carro é capaz de causar combustão instantânea — debochou olhando para o lado esquerdo, admirando a paisagem — Relaxa, amor — sorriu e levou uma das mãos nas coxas expostas da esposa.

— Essa merda de ar parece não funcionar — bufou apertando vezes seguidas os botões que controlavam o ar, que estava no máximo.

— Amor, vai quebrar — gargalhou tentando tirar a mão dela do painel — O carro é só alugado, precisamos devolvê-lo inteiro no final da viagem.

— Eu vou morrer de calor — prendeu o cabelo desajeitadamente em um coque e colocou um elástico de dinheiro que achou no porta-moedas.

— Respira fundo, não deixe que isso afete os bebês — apertou a perna dela carinhosamente e voltou a mão para o volante — E você não vai morrer.

— Muitas pessoas já morreram dentro de carros, insolação é uma das causas dela sabia?. Eu vou pegar uma insolação, ou morrer asfixiada porque o calor é tanto que nem esse ar condicionado vai começar a emanar ar quente, nos sufocando — bufou e Delphine acabou não se controlando, deixando sua risada sair alta — Vai rindo, Cormier — a olhou séria.

  — Você não vai ter uma insolação e morrer, okay? — tirou a mão do câmbio e segurou a mão dela — Nós já estamos chegando de qualquer maneira. O sol está quente, mas aposto que na sombra vai estar mais fresco.

— Claro, mais fresco — ironizou, mas não soltou a mão dela — Esse sol é tão quente que já torrou as áreas frescas.

— Se é assim, eu vou te colocar dentro da geladeira, o que acha? — tirou por poucos segundos os olhos da estrada para dar um beijo desajeitado na bochecha dela.

— Eu estou insuportável, me desculpa — deitou a cabeça no encosto do carro e fechou os olhos.

— Hey, amor — desviou o olhar algumas vezes seguidas para levar a mão dela ao lábios, depositando um beijo carinhoso — São seus hormônios e esse calor infernal. Você não tem culpa se esses dois monstrinhos aí te deixam afetada — sorriu e levou a mão para a barriga dela — Oi meus amores — acariciou, sem tirar os olhos da estrada.

— O que eu fiz para te merecer, Cormier? — sorriu sentindo o amor pela esposa transparecer no olhar.

— Nasceu para ser a outra parte de mim — deu de ombros e sorriu.

Em menos de 15 minutos estavam na frente do enorme hotel. Foram guiadas até um estacionamento interno e suas bagagens foram retiradas por um funcionário extremamente simpático, que as instruiu para o check-in e as acompanhou por um jardim imenso e perfeitamente cuidado, até o quarto delas.

—  Sejam bem-vindas — o homem anunciou abrindo duas portas trabalhadas com desenhos mitológicos — A piscina nos fundos é exclusiva de vocês. Os horários do hotel estão todos no nosso site. A pequena porta dos fundos leva vocês diretamente ao mar — sorriu e apertou as mãos — Espero que aproveitem

— Obrigada. Vamos sim —  sorriu e abraçou Cosima de lado.

— Irei buscar suas malas, um momento —  sorriu e se retirou, deixando as duas a sós. Delphine fechou a porta atrás de si, ficando apenas as duas no enorme quarto.

— Parece que fui atropelada por um caminhão — Cosima gargalhou do seu longo vestido florido, que estava embolado em volta de suas coxas. 

— O caminhão sou eu — piscou deixando Cosima com sorrisinho de canto —  Espero que esteja gostando até aqui —  se afastou indo abrir as portas que davam para piscina.

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