Capítulo 53

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— Infelizmente sua esposa não resistiu assim como os bebês. Lamento muito — Delphine ouviu aquilo e se ajoelhou, se entregando ao choro mais desesperado da sua vida. Perdeu tudo que mais amava, a vida lhe tirou seus três tesouros de uma só vez.

Não era justo. Não pode ser verdade. Um grito de socorro saiu de sua garganta, mais forte e mais audível que qualquer outro grito dado em toda sua vida.

— DELPHINE — uma mão firme a balançou e então ela voltou a se situar no ambiente. Era Felix a olhando de maneira preocupada.

— Você está bem? — a médica perguntou e Delphine assentiu atordoada.

Tinha sido um delírio.

Balançou a cabeça afastando o frio que correu em sua espinha e voltou atenção para doutora, abrindo um sorriso nervoso.

— Como eu disse, de todos os males o menor. Foi apenas sangramento de colo uterino, que nesse caso não trará riscos para os bebês — sorriu vendo a cara de todos se transformar em alívio — Porém a cesárea precisou ser cancelada, as contrações já iniciaram a algumas horas e não podemos esperar muito. Os bebês estão posicionados para o parto normal.

— Isso é possível com gêmeos? — Felix perguntou boquiaberto.

— É raro, mas pode acontecer. O que foi o caso da senhora Niehaus.

— Mas ela está bem? — Delphine perguntou desesperada — Meus filhos estão bem?

— Sim, senhora — a médica sorriu e o alívio tomou conta de todos — Deixo avisado que não será um parto fácil, mas que daremos nosso melhor para que sua esposa fique bem logo.

— Minha esposa vai ter o melhor tratamento — disse firme — Não importo no valor, eu só quero minha família bem.

— Sim, senhora Cormier — a médica sorriu — Ela não está mais sangrando, foi medicada e está descansando mas as contrações permanecem.

— Obrigada, doutora — sorriu respirando aliviada — Posso vê-la?

— Sim, claro — sorriu e apontou para o corredor — Quarto 19.

Delphine assentiu e em passos longos adentrou o corredor, desviando dos enfermeiros com rapidez enquanto seus olhos corriam pelas placas de identificação acima das portas. Achou o quarto de Cosima logo no final do corredor. Ao entrar viu uma enfermeira acabando de injetar algo, que deduziu ser uma medicação. Silenciosamente entrou, fechando a porta e se aproximou, sorrindo ao ouvir Cosima bufando com a mulher.

— Não podemos fazer cesárea, eles estão em perfeita posição para o parto natural —  a enfermeira insistiu, já com um tom impaciente.

— Eu vou ficar toda esticada e sem poder sentar por pelo menos um mês, eu quero a cesárea — repetiu firme. Delphine riu baixinho e limpou a garganta chamando atenção das duas —  Oi, amor —  sorriu envergonhada.

— Querida, se a sua dilatação continuar aumentando assim, não tem que esperar muito tempo. Você já está com 5 cm — Delphine comentou ao seu lado enquanto segurava uma prancheta com a ficha médica de Cosima.

— O intervalo das suas contrações já diminuíram de 8 em 8 minutos para 5 em 5 minutos. Logo nem você aguentará mais — a enfermeira falou com uma voz doce e um sorriso terno nos lábios. Após tirar as luvas e descartar devidamente a seringa, pegou uma caneta, anotando algo na ficha que Delphine havia lhe entregado.

— Juro que só vai esticar se for com meus dedinhos —  cochichou, deixando um beijo na bochecha dela. Cosima resmungou e tomou um tom avermelhado, tirando um sorriso doce de Delphine — Bonjour, meu amor.

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