Assustada

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Incomodada e angustiada, baixei os pés até o chão, sentindo o ar gelado do quarto secar rapidamente o suor da minha pele. Ergui os olhos quase que implorantes para ela e pedi:
- Regina.... eu não queria... Não queria fazer amor... transar com Zelena, se eu e você...
- Deixei tudo bem claro com você. Não gosto de ser contrariada, quero que faça o que eu mandar. Você concordou.
- Eu sei. - Mordi os lábios, corando.
- Desculpe. Mas não sinto desejo por ela.
- Ontem você sentiu, Emms, lembra? Relaxe. Você vai gostar.
- Regina... – Busquei desesperadamente algo para convencê-la. Mas ela foi bem fria e direta:
- É tudo ou nada. Eu te avisei. Quer desistir agora?
Encontrei seu olhar, dividida, arrasada. Não estava pronta para nada daquilo, mas principalmente para me afastar dela. Eu não conseguiria. Assim, apenas neguei com a cabeça.
- Então se deite, e não se oponha mais, pois aí eu é que não vou querer mais você.
O tom dela me assustou. O desespero de perdê-la me envolveu e fitei seus olhos castanhos, tão frios naquele momento, sentindo-me fraca, envergonhada. O que quer que ela tenha feito comigo, parecia ter tirado minha vontade própria. Tudo o que eu queria era ficar com ela, agradá-la.
- Eu não me oporei mais. - Prometi baixinho, me arrastando para trás e me deitando na cama.
Regina não disse nada. Contornou a cama e sentou-se ao meu lado, recostada sobre o espaldar, ainda completamente nua. Naquele momento bateram na porta e Zel apareceu, apenas usando uma blusa larga o suficiente para cobrir seu corpo. Seu olhar faminto veio direto na minha direção. Depois se voltou para Regina, como se pedisse permissão para terminar de entrar.
- Entre. Emma está a sua espera.
A mulher se aproximou de mim, ansiosa. Fiquei imóvel, dividida entre a obediência e a leve repulsa por não sentir vontade de estar com Zel, mas eu já sabia que a obedeceria. Eu estava obcecada por Regina e faria o que ele mandasse.
- Emms... - ela veio para a cama. - Abra as pernas...
Eu sentia meu coração disparar. Uma espécie de raiva veio se juntar aos outros sentimentos que já me bombardeavam. Como eu poderia transar com uma mulher desejando outra? Sabendo que o que eu queria não se importava comigo nem um pouco, a ponto de me dar a Zel, para ser usada assim? Lutei comigo mesma, a ponto de ter um colapso nervoso. Por fim, cedi. Obedeci, abrindo minhas pernas bem, a esquerda encostou na perna de Regina e ela pousou a mão em meu joelho, acariciando-o. Olhei-a por um momento. Ela estava bem séria, silenciosa. Não havia vitória ou arrogância em seus traços. Era impossível saber o que ela pensava ou sentia. Depois fitei Zelena, que se agachava entre minhas pernas.
- Tão linda ... – Murmurou, correndo as mãos suaves em minha barriga e costelas, até meus seios. Acariciou-os, deleitando-se. Eu agarrei o tecido do lençol entre os dedos e o torci, meus mamilos se arrepiando, mas minha mente protestando contra aquilo. Tentei me convencer que eu ia gostar, era questão de me acostumar e parar de pensar tanto. Mas não conseguia me entregar. Minha vulva passou a doer mais, como se decidisse se unir à minha revolta interna.
Zelena despiu-se, passando a concentrar-se em meus seios, chupando um enquanto massageava o outro. Seu sexo roça no meu, ansiosa, estimulou meu clitóris ainda chupando meus seios.
- Não posso esperar mais, preciso te comer.
Com os olhos bem abertos, não pude fazer nada mais que deixá-la se deitar entre as minhas pernas, e enterrar de vez seu rosto em meu sexo. Olhando-me com fome, penetrou três dedos em mim. Eu ainda estava bem molhada. Entrou fácil, até o final. Apesar de eu ser apertada, me acostumara com o tamanho do membro de Regina, me esticando e preenchendo toda, Zel se encaixou fácil e passou a me penetrar.
- Oh, que gostosa! Tão quente e apertadinha! - Ela gemeu, fechando os olhos, me comendo com golpes curtos e rápidos. Senti-me suja, usada, abusada. Mesmo que uma parte de mim até se excitasse em saber que estava sendo desejada, que Regina estava ali ao meu lado, minha razão dominou meu corpo e me senti chocada pelo que estava fazendo. Meus olhos se encheram de lágrimas e uma dor absurda me corroeu por dentro, tão voraz que eu sentia como se fosse explodir. Zelena passou a me chupar. Eu a sentia dentro de mim, mas sem o impacto e o tesão que sentia com Regina, era como sentir cócegas por dentro. Não me afetou, não me desestruturou. Não o queria ali, se fartando com meu corpo. Um sentimento angustiante me fez ter vontade de empurrá-la, mas me mantive quieta, aberta, obediente, tentando aceitar.
- Emma.... - Sem deixar de me comer, ela gemeu meu nome. Percebi que chorava quando solucei dolorosamente Cerrei os lábios, me debati.
- Pare ... – Eu não conseguia respirar, agoniada. Comecei a ter uma crise de pânico. – Pare! Não quero!
- Emma...
- Não! – Passei a gritar e chorar, empurrando-a, lutando desesperadamente.
- Saia, porra! – Regina arrancou Zelena de cima de mim, à mesma se levantou, assustada, Regina tentou me segurar, mas eu a empurrei, alucinada, como se algo me rasgasse por dentro.
– Calma, Emms, calma ... Está tudo bem ... Regina dizia tentando me acalmar, enquanto Zelena olhava a cena chocada.
- Não!- Com uma força que não sabia que eu tinha, tentei escapar e caí no chão, pelo lado da cama. Não conseguia pensar, nem me levantar direito. As lágrimas embaçavam minha visão, os soluços saíam entrecortados. Fiquei de joelhos, tremendo, mais descontrolada do que já fiquei na vida. Só pensava em correr, fugir, me esconder. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Regina estava ao meu lado, me segurando pelos braços, me levantando. Ordenou duramente a Zelena:
- Saia daqui!
-Mills, eu ... – A mulher pulou da cama, confusa e perdida.
- Vai logo, Zelena!
- Me solta! – Eu me debati com Regina. Mas ela me agarrou com força, abraçando-me e segurando-me com firmeza enquanto Zelena batia a porta atrás de si.
- Acabou, calma ...Fique quietinha, quietinha...
- Não! – O desespero era tanto que eu não conseguia respirar. Busquei o ar agoniada, como se estivesse a ponto de ter um ataque cardíaco. Mas ela não me soltou. Abraçou-me forte, murmurando palavras de carinho, acariciando meu cabelo, dizendo que estava tudo bem. O choro foi diminuindo. Parei de lutar e um grande cansaço me prostrou. Fiquei quieta, até que não conseguia nem abrir os olhos. Delicadamente, Regina me pegou no colo e me pôs deitada na cama. Estremeci, mas ela me acariciou e se deitou comigo, puxando minha cabeça para seu peito, sem deixar de me abraçar e acariciar. Sentia-me sem forças e comecei a mergulhar no sono da exaustão emocional, mas ainda o ouvi murmurar:
- Me perdoe, Amor.

Minha Tentação (CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora