Caindo mais uma vez em tentação

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Regina não sorriu, mas sentiu a satisfação com aquela entrega e com tudo que ela ainda lhe daria. Aquele olhar, aquela docilidade, seriam todos seus. Acariciou-a, imaginando todos os prazeres possíveis que ainda compartilhariam.
Expliquei a ela como chegar até minha casa, um tanto envergonhada, notei que Regina observava pela janela , com muitas de suas casas simples, bem diferente do que ela devia estar acostumada. Mas fiquei quieta, afinal aquele era meu mundo, era mais uma diferença gritante entre nós. Quando o belíssimo carro parou na avenida, em frente à minha casa, até as crianças que brincavam no final pararam para olhar, curiosas. Percebi alguns vizinhos fazerem o mesmo, espichando o pescoço para ver de quem era tal carro.
O motorista, um senhor alto e sério, já abria a porta para descermos, Regina saiu primeiro, muito elegante, nem parecendo que tinha me devorado dentro do automóvel, então me estendeu a mão, até que saí um tanto sem graça, para a calçada de cimento. A casa em que morava era simples, pintada de verde, estava bem à nossa frente. Tinha muro baixo e portão pequeno, de ferro branco, um pouco enferrujado embaixo. No portão ao lado, a dona da casa, Margareth, e sua filha Vivian, conversavam com outra vizinha idosa, dona Carmen. Todas tinham parado de falar e me fitavam surpresas. Eu as cumprimentei e elas olharam para Regina embasbacadas. Ela apenas acenou com a cabeça. Tirei o molho de chaves e fui destrancar a porta, rápido. Mas uma vizinha, conhecida por se jogar para tudo quanto era gente, uma moça bonita de vinte e poucos anos, com cabelo louro oxigenado e sempre com decotes, falou comigo, como se fôssemos grandes amigas:
- Olá, Emma! Quem é sua amiga? – E sorriu toda oferecida para Regina.
- Boa noite. – sorri de volta, já abrindo o portão, evitando uma resposta. Acenei rapidamente e entrei, esperando Regina passar para trancar o portão, ela me olhou divertida, corada, segui pelos dois degraus da pequena varanda até a porta da frente de ferro e vidro, abrindo-a. Falei, embora soubesse que tudo era muito simples para ela:
- Seja bem-vinda.
- Obrigado.  Regina entrou e olhou em volta da sala. Eu a segui, fechando a porta. Era uma pessoa organizada e o fato de morar sozinha ajudava a manter tudo limpo. Os objetos eram todos da época em que meus pais ainda estavam vivos, a tevê antiga em uma estante cheia de fotos, a maioria minha e de Jeniffer quando crianças, os sofás, os quadros de paisagem na parede creme, o chão de ladrilho branco, os sofás marrons os livros amontoados num canto da estante e um pequeno aparelho de som cheio de cds.
- Quer uma água? Um suco?
- Não, obrigado. Era estranho vê-la ali. Primeiro por que parecia destoar totalmente do ambiente, com sua aparência rica e elegante. Segundo por que eu estava tão acostumada com a solidão naquela casa, que parecia que o local era outro, que tudo aquilo não era realidade.
- Vou fazer algo pra gente comer. Não sei bem o que tenho na geladeira, mas ...
- Não se preocupe, Emms. – Regina se voltou para mim, seus olhos nos meus. – Vamos sair e jantar fora.
- Hoje? Onde?
- Quer escolher?
- Eu não sei.
- Quero dizer, não estou acostumada a ir a restaurante, não conheço muitos. Ela se aproximou de mim e parou a minha frente, tão linda que me dava vontade de suspirar. Segurou de leve meu queixo, fazendo-me olhá-la. - Pelo visto vou ter que te acostumar com muita coisa.
- O problema vai ser eu ficar depois mal acostumada. – Sorri o que fez seus lábios se erguerem de leve.
- Sua casa é muito simpática, Emms, mas acho que não estava esperando visitas, não é? Por que não troca de roupa e vem comigo? Jantamos fora e depois você passa a noite comigo em minha casa. O que acha?
- Tudo bem. – Concordei baixinho. Afinal, tudo que eu queria era ficar o maior tempo possível com ela. Jantamos juntos em um belo e chique restaurante italiano. Senti-me um tanto sem graça naquele ambiente chique, cercada de gente rica e bem vestida. Regina conversava, tentava me deixar à vontade, mas mesmo assim era tudo muito novo e diferente. Eu usava meu melhor vestido, um preto de alcinhas e comportado, mas que mesmo assim parecia pior do que das garçonetes. Deixei que fizesse o pedido da comida e do vinho, que eram maravilhosos, no entanto não conseguia relaxar.
- O que está incomodando você? - Regina indagou, recostada em sua cadeira, muito à vontade em seu ambiente.
- Ah, nada. – Forcei um sorriso.
- Diga, Emms.
- Nunca entrei em um lugar assim. – Confessei, baixo. – Não sei direito como me portar.
- Normalmente. Não há nada extraordinário aqui, tem gente, comida, vinho, música de fundo. – Deu de ombros, um tanto divertido.
- Pois é. Tudo muito comum. – Fingi estar acostumada, dando de ombros também.
Regina acabou sorrindo. Trocamos um olhar quente e as promessas que haviam nos dela me deixaram com o coração disparado, não conseguia acreditar ainda que, depois de um mês sofrendo como uma condenada, ela estava mesmo de volta. Que eu passaria aquela noite em sua companhia. Jogamos conversa fora e acabei relaxando mais, simplesmente aproveitando aquele momento e aquela mulher. Depois saímos e fomos até a sua cobertura que se situava em um dos prédios exclusivo em Manhattan, tão perfeito e lindo que parecia ser de outro mundo. Fiquei impressionada, pois Regina era ainda mais rica do que eu imaginara. A cobertura era espetacular, luxuosa, espaçosa, com uma visão privilegiada, havia uma sacada com uma piscina enorme e bastante verde. Ao entrarmos, eu nem tinha palavras para descrever tudo aquilo. E a vergonha me consumiu ao imaginar o que ela devia ter pensado ao ver minha casa. Era uma loucura tudo aquilo.
- Vem, vamos entrar. Vou te mostrar um pouco da casa. Percorremos os cômodos principais e eu mal podia esconder meu espanto com a beleza e o luxo de tudo. Elogiei, mas nada que eu dissesse poderia espelhar a grandiosidade do lugar. O último local foi á suíte dela, imensa, em tons de vermelho escuro e preto. A cama era feita sob encomenda, dava para umas seis pessoas. O banheiro todo em mármore, com hidromassagem. Acho que só aquele quarto com banheiro era maior que a minha casa.
- Meu Deus, Regina! Que cobertura é essa!
- Gostou?
- Linda demais! Morava aqui com seus pais?
- Não. É mais recente. – Respondeu, fechada. Por fim, pediu que eu ficasse à vontade e foi tomar banho. Fiquei na sacada da suíte, olhando a bela noite lá fora, saboreando a brisa suave. E então senti Regina atrás de mim, me abraçando pela cintura, beijando de leve meu pescoço. Estremeci e me encostei nela, saboreando a delícia que era senti-la tão perto, inebriada com seu cheiro maravilhoso. Ficamos assim, quietas. Acariciei seu braço, sentindo uma felicidade tão grande que tinha medo até de respirar e afastá-la de mim. Lembrei-me da primeira vez que a vi naquele restaurante, como fiquei perdida e encantada, como ela mexeu comigo, eu mudei ali, de alguma maneira. Desde então Regina passou a fazer parte de mim, uma parte tão importante e fundamental que a vida longe dela parecia sem nexo, sem foco, perdida. Era uma obsessão, um amor tão contundente e voraz que me consumia. E eu sabia que o que viesse pela frente, mesmo que me chocasse ou machucasse, eu faria. Por ela. E por que era preferível qualquer coisa a respirar o ar longe dela.
- Pedi umas coisinhas pra gente. – Regina disse baixo, perto do meu ouvido.
- O quê?
- Venha ver. Dei-lhe a mão, percebendo como estava espetacular usando apenas uma lingerie sob um robe preto de renda transparente. Enquanto o acompanhava até o quarto, não aguentei e falei:
- Você é tão linda, Regina... Deve estar acostumada com as mulheres babando.
- Na verdade, nenhuma ainda babou em mim. Felizmente. – Sorriu de leve.
- Sabe a que me refiro.
- Sei. – Ela deu-me um olhar, sem tentar falsa modéstia. Mudou de assunto: -Gosta de morangos?
- Adoro Só então vi a bandeja sobre a cama, com duas taças de champanhe e duas taças mais largas com morangos e chantilly. Sorri e nos sentamos na enorme cama, nos recostando em travesseiros. Regina me estendeu a taça de champanhe e brinquei:
- Definitivamente, vou ficar mal acostumada.
- Por quê? – Regina ergueu uma sobrancelha. – Na sua casa não toma champanhe à noite com morangos?
- Ah, claro! Todos os dias! – Acabei rindo.
O champanhe era divino, fazia cócegas na língua, perfeito. Ela depositou sua taça na bandeja e então estava séria, devagar, começou a descer as alças do meu vestido. E disse baixo:
- Continue bebendo. Não pare por mim. -Permaneci quieta, enquanto Regina me despia. Mas minha pele já arrepiava, meu corpo já reagia, excitado. Quando fiquei totalmente nua, ela me olhou com desejo e sussurrou:
- Adoro seus seios. Seus mamilos... – E então fitou meus olhos
– Tomou seu champanhe? Eu até tinha esquecido, distraída pela luxúria. Então, subitamente seca, tomei de uma vez o resto da bebida. Regina levantou, pegou minha taça e a pôs, junto com a bandeja, na mesinha ao lado da cama. Abriu uma das gavetas e dela retirou uma pequena cesta. Explicou, enquanto pegava uma algema forrada de pelúcia e voltava até mim:
- Vou prender você, Emms. E depois fazer tudo o que eu quiser.
Meu ventre se contorceu. Mordi os lábios, arrebatada, ansiosa, excitada. Ela não me pedia permissão. Seu olhar não admitia recusas. Mas quem disse que eu poderia dizer não a ela? Deixei que pegasse meus pulsos. Algemou primeiro um, ergueu meu braço, passou a algema pelo ferro da cama, e só então algemou o segundo. Fiquei reclinada sobre os travesseiros, meus braços presos ao espaldar da cama, meus olhos arregalados sem poderem sair de cima dela. Regina sorriu sensualmente. Pegou um morango, passou-o no chantilly e então se aproximou. Fitando meus lábios, espalhou gentilmente o creme adocicado neles. Então se inclinou sobre mim e os lambeu. Gemi baixinho, recebendo sua língua dentro da minha boca, com gosto de champanhe e chantilly misturados ao sabor único dela. Nos beijamos gostosamente. Puxei os braços, doida para abraçá-la, o que a fez sorrir e se afastar.
- Regina...
- Sim?
- Não vou aguentar se me torturar desse jeito.
- Mas nem comecei ainda. – Passou o morango em mais chantilly e espalhou-os nos meus dois mamilos, deixando-os com a cobertura do creme branco. – Agora fique quietinha que vou saborear você, Emms.
- Ai, meu Deus... – Murmurei. Seus olhos castanhos eram penetrantes quando sentou-se na beira da cama, deixando a taça com morango e chantilly ao seu lado, sua cabeça vindo ao meu peito. Arfei ao sentir sua boca quente no meu mamilo, saboreando o creme, mordiscando-o como se fosse uma frutinha. Este ficou duro, pontudo, enquanto o torturava sem pressa. Gemi e estremeci, sentindo minha pele arrepiar, meu coração disparar. Em segundos eu era uma massa sôfrega de sensações e apertava as coxas para conter o latejar entre elas, mal podendo respirar. Quando ficou satisfeita, ela foi ao outro mamilo e repetiu o processo, chupando-o, sugando-o, enquanto suas mãos se fechavam com firmeza em volta da minha cintura, mantendo-me no lugar para servi-lo do jeito que quisesse Choraminguei muito excitada, afastou-se um pouco e observou as pontas intumescidas e empinadas dos meus seios que pareciam mais inchados, mais duros. E passou novamente o morango no creme, sua mão deslizando da cintura por meu quadril, sua voz saindo rascante:
- Abra as pernas pra mim. Eu poderia gozar só com a sua voz. Um arrepio percorreu minha coluna, apertei os lábios para não gemer e implorar. Mas obedeci. E então seu olhar descia por minha barriga até minha vagina exposta, para onde começava a acariciar com o morango, espalhando o chantilly. Estremeci, alucinada.
- Amanhã eu a levarei a alguns lugares, Emms. – Seu olhar pesado, denso, estava no meu. Parecia satisfeita com o prazer que via em meu rosto. – Onde a depilarão, essa bocetinha vai ficar bem lisinha pra mim. Depois, encomendarei algumas coisas.
. - O... O quê? – Minha voz saiu baixa e rouca. Ela deixou o morango de lado.
- Acessórios, roupas, maquiagem. Quando vier aqui ou sairmos, terá o que vestir, coisas sexys para me agradar. Entendeu?
- Sim.
- Fará tudo como quero, Emms?
- Sim, Regina.
- Você me agrada muito. – Sorriu devagar. – Vou retribuir, comendo você!!

Minha Tentação (CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora