Vim Buscar você Emma!

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Meu corpo todo reagiu e eu tentei não tremer, abri os olhos sob os óculos escuros, ela estava de pé ao meu lado, contra o sol, usava saída de praia preta um pouco transparente e um biquíni branco cujo, destacava-se em sua pele, respirei fundo e consegui me sentar, correndo os dedos entre meus cabelos loiros e ainda úmidos pelo mar.

- Oi. – Consegui murmurar, erguendo a cabeça para ela.

Não tirei os óculos, com medo que ela notasse o desejo absurdo que consumia meu olhar.

– As meninas chegaram?

- Não. Resolveram passar o dia na ilha. Vim buscar você.

Fiquei sem fala, olhando-a, ela estava ainda mais linda, com os cabelos presos devido ao vento, não podia ver seu rosto, com o sol por trás dela, mas sentia o seu olhar, percebi o exato momento que seu olhar desceu por meu corpo e me tornei muito consciente de que apenas um pequeno biquíni vermelho me cobria, fiquei vermelha, sem saber o que fazer.

- Vamos?

Reagindo, me levantei rapidamente e sacudi a canga. Enrolei-a de qualquer jeito no corpo. Só então o olhei. Seus olhos castanhos estavam escuros, mas brilhavam intensamente seu sorriso era lento e divertido, como se soubesse que me escondi dela.

- Olha, obrigada por se preocupar comigo, mas...

- Suas amigas disseram que ontem foi o seu aniversário. Hoje é o meu. Vamos comemorar juntos.

- É seu aniversário? – Perguntei, surpresa. Ela acenou com a cabeça. – Hã... parabéns.

- Vamos?

Eu não sabia o que fazer. Segurei a ponta da canga, nervosa e desconfortável.

- Faremos um churrasco. Emma?

De repente, decidi que não adiantava fugir.

- Vou até a barraca trocar de roupa.

- Não precisa. Passaremos o dia na praia.

- Então vou só pegar uma saída de praia e minha bolsa.

-Volto já! Saí correndo antes que eu mudasse de ideia.

Entrei na barraca com o coração batendo loucamente, as pernas bambas, estabanada. Tirei a canga de qualquer jeito, coloquei um biquíni branco na bolsa e coloquei uma saída de praia curta e roxa pelo pescoço, amarrando-a na cintura. Estava com protetor solar, sal no corpo e com cabelos embaraçados. Passei um pouco de creme neles e os penteei o melhor que pude. Enfiei o pente na bolsa amarela grande, junto com uma camiseta, batom, perfume e uma calcinha. Peguei meu dinheiro, saí e fechei a barraca. Regina estava ali perto. Sem dizer nada, ela me acompanhou para fora do camping.

Caminhando ao seu lado, percebi o quanto ela era linda, pouco mais baixa que eu, mesmo sem a conhecer me sentia segura do seu lado e confusa pelo modo como, desde o início, ela teve o poder de mexer comigo. Era loucura ir para a ilha com ela. Éramos estranhas. Muita coisa poderia me esperar naquele lugar. Mas agora eu estava decidida a não voltar atrás.

- Por que não foi para a ilha ontem? - A pergunta direta dela me pegou desprevenida.

- Eu não quis.

- Algum motivo particular? Seguíamos lado a lado pelo calçadão movimentado, em direção ao píer. Resolvi contar parte do motivo:

- Eu não sabia bem o que aconteceria naquela ilha.

- E tem medo do desconhecido. – Era uma afirmação. Não o olhei. E nem respondi.

Chegamos ao píer de madeira e o atravessamos. Entre os diversos barcos ancorados ali, Regina dirigiu-se a um belo barco branco, moderno, onde se lia em letras pretas: MILLS. Parei ao seu lado e ela me olhou, estendendo-me sua mão, ainda de óculos escuros, fitei seus semicerrados olhos castanhos, uma emoção potente percorreu meu corpo, mas eu não fugi. Pus minha mão na sua e ela a segurou com firmeza. Uma corrente poderosa de energia me percorreu tão intensamente com o seu toque que cheguei a estremecer. Regina, obviamente, sentiu, não disse nada, apenas me ajudou a subir no barco e depois foi soltá-la.

Minha Tentação (CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora