Traumas

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- Sou toda sua.
Ela se levantou, seus olhos quentes e duros descendo por meu corpo nu, o desejo explícito neles. Quando fitou meus olhos de novo, Regina levou o dedo aos meus lábios e os acariciou com a ponta, dizendo com voz rouca:
- Você não para de me surpreender, Emms. – E esse mesmo dedo desceu por meu queixo, garganta, colo, entre os seios, barriga, umbigo. Prendi a respiração, arrepiada. Chegou ao meu clitóris, onde o rodeou suavemente, causando-me estremecimentos e um rebuliço por dentro. Regina afastou a mão. Tirou seu blazer, sua blusa de cetim branca. Em menos de um minuto estava completamente nua, usava apenas seu salto alto preto, para meu completo deleite. Seu corpo era espetacular, só de olhá-la eu reagia, com minha excitação alcançando picos. E então se inclinou sobre mim, como se eu fosse um prato à sua disposição, sem me tocar com as mãos, mas murmurando:
- Vou te saborear toda, Emms e depois comer você.
Arfei com suas palavras e seu tom rascante, árido. E começou a chupar meu mamilo. Ondulei sobre a mesa, cheia de lascívia, apoiando os pés sobre ela, dobrando os joelhos. Sentia minha vagina pegar fogo, inchar, latejar e Regina foi lenta, torturante, sem pressa. Deixou cada mamilo duro, esticado, molhado. Soprou-os, lambeu, mordeu, mordiscou minha pele. A cada lugar que ela chegava, minhas células entravam em ebulição, eu me retorcia e gemia, me encharcava mais a ponto de escorrer pela vulva. Orelha, pescoço, garganta, interior dos braços, palmas, seios, ombros, barriga, cintura, quadris, coxas, ela me lambeu e mordiscou em toda pele, até me tornar uma massa trêmula, agonizante.
Mas não tocou minha vagina, o que aumentava a ansiedade e a necessidade, deixando-me em chamas. Com delicadeza me virou de bruços sobre a mesa e começou tudo de novo, nuca, costas, cotovelos, bunda, enquanto descia os zíperes das botas e as tirava, mordiscando as partes internas do joelho, as panturrilhas, me deixando completamente nua e arfante. Então segurou meu bumbum e abriu-os. Enlouqueci ao sentir sua língua em meu ânus, dura e úmida. Agarrei a mesa, gemi alto, empinei-me. Implorei quando Regina continuou ali, agora sua língua lambendo os sucos que escorriam da minha vulva, subindo até o orifício apertado, se saciando ao me deixar totalmente arrebatada, trêmula. Virou-me de novo. Implorei, sentindo os olhos pesados, o corpo agonizando:
- Por favor, preciso de você.
Regina sorriu. Segurou minhas pernas, até que fiquei com a bunda na ponta da mesa, os pés apoiados ali. Abriu-as bem, ajoelhou-se no chão e então sua cabeça estava entre elas e sua boca me chupava bem gostoso, bem duramente. Gritei, estremeci, ondulei. Tentei erguer os quadris, me esfregar mais, no entanto ela segurou-me firme enquanto me deixava doida com seus lábios e língua. Estava à beira do orgasmo. Disse palavras desconexas, implorei de verdade. Só então ela se levantou, de pé entre minhas pernas, guiou seu membro para minha entrada e penetrou, entrou grosso e fundo como sempre, apertado, invadindo. Gemi arrebatada. Inclinei a coluna, busquei mais contato, me remexi, ela me comeu com força, sair e entrar de novo, em estocadas brutas que me deixavam sempre no limite, sentindo-a colada a mim, profundamente e gozei maravilhosamente, tão completamente que meu corpo pareceu ganhar vida própria, se mover sozinho, voar. O calor me arrebatou, espalhou-se pelas extremidades, fez meu coração quase saltar pela boca, Regina continuou a meter, até que parou, seu rosto se contorceu pelo prazer e se entregou a um gozo poderoso, enquanto gemidos roucos escapavam de seus lábios.
Quando acabou, ela saiu de dentro de mim, sua pele brilhando com uma película de suor. Deu-me a mão até que sentei na beirada, ficando entre minhas coxas. Beijou meus lábios suavemente, suas mãos subindo por minhas costas, sua voz baixa com aquele timbre rouco que me deixava doida:
- Gostei muito do show para mim, Emms.
- Estava morrendo de vergonha. Mas a vontade de ter sua atenção, de estar com você, foi maior.
- Fico feliz com isso. Minha doce Emms, agora uma grande sedutora, me deixou doida.
Sorrimos uma para a outra. Acariciei seu cabelo, beijei-a de novo, confessei:
- Não fica mais feliz que eu. Esses dias tem sido um sonho, nem consigo acreditar que estão mesmo acontecendo.
Regina segurou meu queixo, fitou meus olhos seriamente.
- Eu não mudei, Emms, estou desfrutando esses dias tanto quanto você, mas meus desejos continuam aqui e em algum momento vou precisar realizá-los. Não quero que se engane.
- Eu sei. – Mordi os lábios. – E não vou fugir. Faço isso por você.
- Sempre diz isso. – Ela acabou sorrindo. – Mas na hora fica louca para fugir.
- Sabe que não estou acostumada. Talvez com o tempo... – Dei de ombros. Mas perguntei num fio de voz:
- Em que momento descobriu que gostava desse sexo mais livre, com outras pessoas?
Como sempre, quando era para falar dela, Regina ficava tensa, se fechava. Afastou-se um pouco, correndo os dedos entre os cabelos. Falei rapidamente:
- Não precisa responder, eu só...
- Desde criança. – Ela disse por fim, mas já me soltava e ia pegar suas roupas.
- Criança? – Arregalei os olhos, sem entender. – Desde que nasceu?
- Não, Emms, desde que me acostumaram com isso.
Fiquei chocada. Sentindo-me pálida e gelada, pulei da mesa, segurei seu braço, busquei seu olhar:
- Você foi violentada?
Regina empalideceu também e seus olhos brilharam com aquela fúria que eu percebi surgir de repente. Segurou-me com firmeza pelos ombros e afastou-me dela, depois me olhando como se a raiva fosse direcionada a mim.
- Não quero falar sobre meu passado, mas não precisa ficar desse jeito, sempre soube me cuidar e aproveitar.
- Mas...
- Chega, Emma Essa sou eu, já falei pra você. Não tente arrumar traumas onde não existe.
Pegou suas roupas e se dirigiu à porta, sem dizer mais nada. Fiquei ali imóvel, com o coração apertado. Se alguém se envolvia com sexo ainda criança, só podia ter sido corrompido por alguém. Lágrimas vieram aos meus olhos ao imaginar Regina sofrendo nas mãos de um adulto, sendo violentada e então me lembrei dela dizendo que não topava homens, mas já experimentara, e seu ódio ao dizer isso. Talvez tivesse sofrido abuso sexual quando criança. Como ela disse “a acostumaram às orgias”.
- Meu Deus! – Lágrimas desceram dos meus olhos, fiquei naquele escritório arrasada sem poder me controlar.

Minha Tentação (CONCLUIDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora