2° cartela→ Pill 9

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Tomamos o café da manhã e eu tratei de me arrumar para receber a visita. Liam e Joanna chegam em algumas horas, o voo deles estava marcado para às 11:00 e já são 14:00. Harry arrumou o quarto de hóspedes pra eles e preparou um café da tarde reforçado, já que eles provavelmente não almoçaram ainda.

Saio do chuveiro com a toalha enrolada no corpo indo em direção à minha mala , para escolher um look aleatório, já que a minha preguiça falou mais alto do que a vontade de me arrumar. Decido por fim colocar uma calça de moletom cinza, uma blusa curta de maga preta e minhas pantufas.

— Amor? Arrume a mala, temos que voar para Londres no próximo voo! — Harry adentrou o quarto apavorado.

— Por quê, vida? O que houve? — questionei, mas meu noivo permanecia no telefone, abismado e xingando a pessoa do outro lado da linha.

—Eu queria que fosse surpresa, mas... Seu pai, seu irmão e seu tio me ajudaram a fazer a planta e planejar a nossa casa. Ela estava sendo construída, mas alguma parte dela cedeu e acabou ferindo um dos construtores. Estamos respondendo um processo e teremos que pagar uma indenização à família da vítima.— me choquei com o que ele disse. Confesso que fiquei feliz ao saber que meu pai está planejando algo para mim, isso diz que estamos à um passo de uma reconciliação. Porém, estou muito triste com o acidente do construtor.

— Meu Deus, amor. Como isso foi acontecer? Espero que esteja tudo bem. Mas por quê você precisa pagar a indenização, e não o arquiteto ou engenheiro? — eu não entendo muito de direito nem nada que envolva a justiça, mas pelo o pouco que entendo, a empresa responsável pela obra deveria se responsabilizar por danos à segurança dos trabalhadores.

— Por quê eu sou um imbecil e não li as clausulas do contrato, uma delas dizia que eu seria responsabilizado por qualquer acidente ou danos durante a construção — Harry se sentou na cama e jogou seus cabelos castanhos para trás com uma das mãos, ele faz isso sempre que está nervsoso. — Eu consigo estragar tudo, Isabela. Como tem coragem de ficar comigo ainda? — ergeu sua cabeça e me encarou, com os olhos marejados e nariz levemente vermelho.

— Não, meu amor, não diga isso! Você é um noivo perfeito, tudo o que faz é bom. Não foi culpa sua, acidentes acontecem, principalmente em trabalhos perigosos. O importante é que o rapaz já está bem. Nossa casa vai ficar linda, eu sei disso. Agora, a indenização não é e nunca vai ser um problema, nós temos dinheiro, não nos fará falta. Não precisa se preocupar, meu benzinho! — Sentei ao seu lado e acariciei seus cabelos. Harry deitou em meu ombro e suspirou fundo.

— Eu amo você, obrigado por ser uma mulher maravilhosa— passeou com suas mãos pela minha coxa coberta pelo moletom.

— Eu quem amo você! — Beijei seus lábios vermelhos e sequei suas lágrimas. — Que horas é nosso voo?

— O próximo é às 16h. Assim dá tempo de você se despedir de Anelise e arrumar suas coisas.— Fungou e se levantou.

— E Joanna e Liam? — Indago

— Já falei com Liam pelo telefone e ele entendeu. Eles cancelaram as passagens e voltaram para casa, depois que resolvermos esse problema da contrução, eles voltarão conosco para Amsterdã. Agora vá, amor,arrume suas coisas e se despede da Ane. Precisamos correr.

— Tudo bem, amor.

[...]

Estamos no avião, à 1 hora de Londres. Infelizmente, não consegui me despedir de Anelise, pois a mesma estava trabalhando. Mas, nos falamos por telefone e mês que vem nós voltaremos para Amsterdã, então não foi bem uma despedida.

Harry dorme lindamente ao meu lado, o coitado não pregou os olhos preocupado com o rapaz acidentado.

Finalmente o avião aterrissou em solo britânico. Pegamos nossas malas e seguimos em direção ao exterior do aeroporto. O motorista de Harry estava a nossa espera e abriu a porta para nós dois entrarmos, já que havia se formado uma multidão de pessoas que o reconheceram.

Medicine || hesOnde histórias criam vida. Descubra agora