Medicine || hes

2ª cartela →Pill 11

— Amiga, eu já te falei que isso é besteira! Claro que seu pai vai te perdoar. Ele te ama incondicionalmente. —Gemma diz enquanto me ajuda a dobrar algumas roupas que ficarão na cômoda.

— Eu sei amiga, mas eu toquei em um assunto bem delicado... E se ele não quiser nem me ver? — Duvidas tomavam minha mente por completo. 

— Respire fundo, tente absorver somente pensamentos positivos. Se ele não quisesse te ver, não aceitaria vir almoçar aqui. — Gemma tem razão. Como sempre.

— Tem razão... Vou tentar não pensar tanto nisso. — menti. Claro que eu vou pensar nisso, até a hora que meu pai chegar.

— Isso! Relaxa, vai dar tudo certo. — levantou– se e colocou algumas peças de roupa na gaveta. — Somente seu pai e seu irmão virão almoçar aqui? — questionou.

— Não, meu tio também virá. E trará sua noiva. — respondi ainda dando atenção às peças de roupa.

— E aquelazinha? A garota problema, ela vem? — Gemma perguntou mais uma vez , dessa vez eu a encarei .

-—Lógico que não, amiga. Primeiro que ela me odeia, odeia o Harry porque não conseguiu executar seu plano maligno na vida dele e odeia a noiva do pai dela, só porque a mulher faz meu tio feliz. Rebecca é realmente digna de pena. — respondi e então Gemma deu de ombros. Continuamos dobrando as roupas e conversando sobre qualquer assunto aleatório.

[...]

— Jason! Que bom que vieram.— escutei a voz de Anne . Larguei a travessa de vidro em cima da mesa e agarrei com força o pano de prato em meu ombro, o arremessando em qualquer lugar na cozinha. Caminhei até a porta da frente, ficando bem atrás de Anne.

Naquele momento, o mundo inteiro parecia ter parado de girar. Estava tudo em câmera lenta. O momento em que meu pai desviava o olhar de Anne e o concentrava em mim, parecia demorar uma eternidade, por mais que tenha sido apenas alguns segundos.

Eu esperava um olhar sério e frio, mas ao invés disso, recebi um sorriso e um abraço acolhedor.— Senti sua falta, minha filha.— ele disse, enquanto ajeitava sua cabeça em meu ombro.

— E eu senti a sua, meu paizinho.— minha voz estava falhando. Eu mal conseguia respirar devido ao choro.— Mil desculpas, por tudo, eu sou uma péssima filha!— o abracei mais forte.

—Shii! Não diga isso. Você não é uma péssima filha, você sempre foi minha companheira. Durante esse tempo que esteve fora, eu sentia como se uma parte de mim estivesse longe. Agora que está aqui, eu me sinto completo.— Disse baixinho em meu ouvido. Fechei os olhos e deixei sua voz serena ser a única coisa audível na casa.

— Okay, o momento de perdão entre pai e filha está lindo, mas vocês estão se esquecendo dos terceiros aqui!— Escutei a voz de Rickey e abri os olhos, sorrindo. Meu irmão estava com uma blusa verde de mangas longas, uma calça preta jogger e um tênis daqueles de corrida.

— Eu senti sua falta também, maninho!— Corri para seus braços.— E a propósito, essa blusa é minha!— eu disse ao me afastar dele e analisar melhor a blusa.

— Nós somos gêmeos,Isabela, nós dividimos a mesma placenta no passado, o que custa dividir uma blusa?— Revirou os olhos eu ri.

— Vamos entrar? Vocês devem estar mortos da viagem!—Dei um espaço generoso para eles passarem.

— Que isso, nós nunca nos cansamos. Ainda precisamos passar na construção para ver o andamento da casa.— Meu pai comentou enquanto arrastava as malas que eu nem havia reparado.

— Ah, pai. Vocês que me desculpem, mas depois desse almoço, eu irei para meus aposentos, dormir e descansar minha beleza.— Rick aconchegou– se no sofá e colocou suas mãos em sua testa.