Pill 18

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I s a b e l a

Abri meus olhos e tudo estava escuro. Eu me debatia na cadeira em que estava sentada, com os braços amarrados para trás e completamente desesperada.

-Calma, docinho! Não precisa se desesperar- Aquela voz nojenta invadiu meus ouvidos. De repente, o que tampava minha visão foi retirado, e eu pude ver a cara daquela alma desumana, e aonde ele havia me colocado.

-Me tira daqui, Leonel!- Gritei.

- Claro que não! Seria fácil demais, não acha?- Ele disse enquanto amolava uma faca no balcão.

-O que você quer?

-O que eu quero? Ah, eu quero tanta coisa...- ele se aproximou- a questão é, o que eu queria, ele tirou de mim - se inclinou na cadeia.

-Ele quem? O Styles? Eu não estou mais com ele. Não era isso que você queria?- respondi o encarando.

- Eu não quero você de volta, Isabela. Pare de ser tola!- gargalhou- acontece que o Styles conseguiu te torturar mais do que eu pretendia.- respondeu voltando para o balcão em que amolava a faca.

- Você... sabe sobre o...

-O tumor? Ah, claro que sei. E da pneumonia também.- Ele respondeu normalmente.- genial. Como ele pensou nisso?- cochichou em um tom audível.

- o que você quer fazer comigo?- minha voz saiu um tanto chorosa, assim que vi o mesmo tirar um galão de gasolina e um isqueiro do bolso.

- O que aquele panaca não teve coragem ainda. Você não sabe o quanto eu esperei por esse dia, desde o soco que seu sugar Daddy me deu, eu venho pensando na vingança perfeita- respondeu.

- Foi só um soco, Leonel, por favor, não faz nada comigo!- implorei - eu faço o que você quiser.

- Não, já é tarde demais! Você não deveria ter largado sua vida de prostituta, não deveria ter dormido com aquele cantorzinho de merda e nem ter deixado ele me tirar de lá à ponta pés. Nem deixar seu pai vir atrás de mim...- apertou os punhos - isso foi o pior que você pôde ter feito por mim.

- O que meu pai tem haver com isso?- perguntei confusa.

- Isso, Isabela! Isso!- Ele retirou a luva que usava em sua mão direita, estavam faltando 3 dedos ali. O olhei aterrorizada.

- Meu pai fez isso?- Perguntei em choque.

- Seu pai e seu tio fizeram isso! Eles me pegaram enquanto eu fechava a Lux de manhã e me levaram para fora da cidade. Eles me torturaram até eu confessar que havia te contratado como prostituta da boate, e que havia te dado um tapa... Inclusive, um que você merece agora- Ele ergueu a palma de sua mão esquerda e acertou minha face com muita força. - Eles fizeram coisas comigo, piores do que vou fazer com você.- continuou andando em volta de mim. Agora entendo o porquê eles foram embora de Paris mais cedo do que o previsto.

- Leonel... Eu sinto muito pelo o que minha família fez a você. Eu não tinha noção do que eles fizeram você passar. Mas eu juro, eu não tenho culpa de nada disso! Eu não pedi a eles para fazer isso! Para mim, cada um devia seguir seu caminho e esquecer as indiferenças.- tentei o acalmar .

-A culpa é toda sua!- exclamou e esmurrou o vidro do balcão, que se espatifou no chão, junto com algumas caixas de remédios.- é sua! Eles fizeram isso pra te proteger. Eu devia mata-los! todos eles!

-Não! Me mate, deixe-me morrer no lugar deles- exclamei aos prantos.

- Eu não vou matá-los. Seria burrice. Eu prefiro acabar com o que eles mais amam... A menininha deles. Dos seus pais, do seu tio, da sua amiguinha Joanna... Deus, como eu odeio essa!- revirou os olhos - e principalmente... Do seu namoradinho.- respondeu. - todos a sua volta vão sofrer, todos vão morrer por dentro.- ele pegou a faca que amolava e cravou em minha perna. Gritei de dor. - Shh! eu nem comecei a tortura ainda- virou a faca e a forçou mais dentro da minha pele. Gritei mais ainda- eu disse que você ia pagar, sua vadia.

Medicine || hesOnde histórias criam vida. Descubra agora