Pill 2

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— Oh, okay, que tipo de medicamento?— Isabela perguntou olhando diretamente para mim e quando seus olhos esbarram nos meus, a morena os desviou para a tela do computador.

—Não sei, qualquer um que seja para tendinite.— Eu disse me apoiando no balcão.

—Tenho esse aqui.— Afastou-se indo até a prateleira atrás dela. A moça olhava com atenção todas as caixinhas de remédios a sua frente. Eu observava cada passo que a morena dava, seus olhos passeavam por todos os nomes enquanto a mesma colocava o dedo indicador na boca e sua mão esquerda na cintura. — Acetaminofeno.

—Eu?— Perguntei saindo dos meus devaneios .

—Acetaminofeno. O remédio pra tendinite.—Ela respondeu e soltou um sorriso com minha burrice.

—Ah,desculpa , eu estava pensando aqui.—Desviei o assunto.

—Então, vai levar quantos?—Ela perguntou anotando algum papel. Eu realmente queria levar essa farmácia toda se preciso, só para continuar minha conversa com essa obra de arte.

— Um só.— Ela anotou mais alguma coisa na caderneta e então tudo se apagou ,logo escutei um barulho de algo se quebrando.

Arghh,Droga!— A morena exclamou.

—O que aconteceu?—Procurei com as mãos mas não consegui encontrar o interruptor. Peguei meu celular no meu bolso e acendi a lanterna . Bela estava caída no chão e havia uma pequena poça de sangue em sua volta.

—Eu derrubei esse copo e pisei nele. Ah..—Exclamou de dor assim que toquei em seus pés.

—O que fazia descalça?—Perguntei olhando o ferimento.

—E isso interessa agora?—Ela foi curta e grossa em sua resposta. Direcionei meus olhos para os seus, me arrependendo logo em seguida. Eu me perdi no meio daquele mel e em quão profundo aquele olhar consegue ser. Acordei do transe e voltei a socorrer a morena.

Deitei-a  sobre o balcão e fui em busca de uma caixa de primeiros socorros. Abri uma porta de madeira em frente ao balcão e alí estava a caixa . Abri a mesma e procurei por gazes, anti-inflamatório e esparadrapo. Coloquei rapidamente tudo em cima da mesa e comecei a limpar a parte machucada de seus pés, retirei os cacos de vidro restantes cuidadosamente e coloquei o remédio junto da gaze. Dei um beijinho no machucado e a menina gargalhou.

[...]

—Então você é farmacêutica?— Perguntei me ajeitando na sacada.

—Sim. Quer dizer, mais ou menos. Estou terminando a faculdade, tô no último período do curso. Já que são 5 anos. — Ela respondeu empolgada.

—Desculpe perguntar, mas quantos anos você tem?—Perguntei enquanto a mesma se aconchegava no canto da varanda .

—Tenho 22 . Entrei na faculdade muito nova ,com quase 18 anos . Fiz muitos planos no ensino médio, mas minha vida tomou outro rumo. Eu pretendia fazer medicina, mas o curso era muito caro e nos primeiros dias eu já desisti. Meu sonho sempre foi trabalhar na área da saúde, ajudando as pessoas , sabe?—Concordei—Foi aí que eu decidi fazer farmácia. —Ela concluiu.

—Mas você já trabalhava aqui nessa drogaria ou começou na faculdade?— Perguntei.

—Essa drogaria era dos meus pais, aí quando estava no 3 período do curso, eles passaram pro meu nome, eles acreditavam que era um bom começo pra minha carreira.—Eu prestava bastante atenção no que a mais moça dizia. Pra falar a verdade, minha atenção era direcionada aqueles lábios carnudos e rosados, que me atiçou o desejo de tocá-los.

Medicine || hesOnde histórias criam vida. Descubra agora