Lo aprendi de ti

122 13 0
                                    

Pov. Regina Mills.

"E de repente você apareceu... Derrubando paredes e ideias. Você devolveu a minha luz."

Mais um final de semana que será resumido em músicas, bebidas, baseados e inquietações. É tudo tão previsível. Não há nada de novo sob o sol. Os dias passam rápidos em demasia. A vida é tão curta se vista de perto. Ah meu caro, tem coisas que devemos olhar de longe, dito isso pense sobre o amor. Às vezes eu me questiono do porque penso sobre esse assunto se acredito que não sobrou nem a cicatriz. Confuso, não? Idem a mim. É que depois de conversar com Zelena alguns acontecimentos do passado voltaram a me atormentar. Sei lá se é essa a palavra certa e prefiro não saber. Entre o ser ou não ser, eu deixo a questão.

Nos últimos meses eu pude aprender que dói, mas não mata. Okay, eu sei que em alguns casos isso deixa de ser uma verdade absoluta. Digamos que nem tudo deve ser levado ao pé da letra, principalmente quando eu vos disser que já passei por essa situação de quase morte. E até agora tu não conseguiste entender com maestria, certo? Parece enigmas jogados ao vento, mas não passa de uma mente que se encontra a milhão. Ah, eu só gostaria de relaxar. Um fato irrelevante ou até mesmo impossível – e isso não é só questão de opinião. Quando ver que estou dizendo muitas tolices lembre-se que hoje é sábado.

Uma garrafa de vinho – não é necessário o uso de uma taça quando se está sozinho. Às vezes não tem problema com a gota que escorre pelo canto da boca – não seria preciso retocar o batom. E quer saber? A bebida parece mais saborosa degustada desta forma. Quer dizer... Eu não sei se de fato gostamos do sabor ou da sensação de embriaguez. Enfim, não se assuste quando souber que ainda são onze horas da manhã, se eu tivesse acordado as oito, o relato seria o mesmo. Eu acabei rindo pelo que disse. É só o que me faltava, além de parecer ser um pouco idiota, eu parecer ser uma alcoólatra. É melhor não pensar muito pois posso me arrepender ao me analisar. Seria bom apenas fingir que não há nada de errado por aqui.

É confuso o que sinto. É difícil ser assim. Tem horas que eu não sei nem o que vos dizer. Em alguns momentos a minha vontade é apenas de não estar aqui, de não ser Regina Mills, de não ser ninguém, de não carregar cicatrizes, de não ter um passado, de não respirar no presente e muito menos se assustar com as incertezas do futuro. Nessa hora tu podes rir e se perguntar: "que cicatrizes alguém assim  pode ter?" – aí será a minha vez de rir. Talvez seja egoísmo da minha parte se preocupar com coisas mesquinhas. Por quê eu sou essa contradição? Por quê me preocupo com fatos irrelevantes? Por quê não existe uma única definição para mim? Enfim e de modo aleatório, a play list escolhida está um tanto diferente. 

"Eu não sabia que poderia te amar tanto até me entregar e ser presa em seus lábios... eu descobri que sim, porque aprende de ti".

Eu gosto de ouvir HA-ASH, principalmente quando decido me olhar  no  espelho – e uma coisa não tem nada haver com a outra. Bom, aqui estou, despida, tentando decifrar algumas coisas. É perceptível a maldita ansiedade, não por conta dos meus gestos, mas sim devido ao meu corpo magro. Talvez um dia as coisas sejam diferentes e eu não chore mais por essas recordações. Tu já se sentiu destruído, meu caro? Nem sempre é assim, só que tem vez que é inevitável. Quem sabe em um outro momento eu decida lhe contar tudo. Por enquanto prefiro apenas sair desses devaneios, me trocar e pensar em algum bom restaurante. Quando o meu tormento é ela o melhor é não ficar em casa e quebrar todas as possibilidades que foram ditas antes.  

***

O lugar não estava cheio. Era calmo. Sem muitos detalhes. Sobre a comida, digo que sempre foi elogiada. O ideal era pedir um suco, mas prefiro qualquer coisa com álcool, mesmo sabendo que eu já estou levemente embriagada. Hoje, definitivamente não é um dia que eu vá dizer: "Nossa, que sensacional está sendo viver nessa data". Não que seja de costume dizer essa frase brega. Enfim, acredito que foi possível a compreensão. E se não foi, fazer o quê, meu caro. Logo o garçom me trouxe uma dose de whisky.  Um brinde a loucura, a solidão e ao que mais achar necessário. Um único gole e a bebida se acaba. Peço outra dose e de pronto sou servida. Sorrio e o jovem de cabelo negro se afasta. 

Girassóis de Van GoghOnde histórias criam vida. Descubra agora